Chapter XLVI

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Como Scorpius não havia estrunchado era um grande mistério, mas tão rápido ele chegou na Mansão Malfoy, ele trancou a lareira, impedindo que sua esposa o seguisse em algum momento – já que caso ela aparatasse, os portões impediriam a sua entrada sem a permissão dele. Ele sabia que seus pais estavam em uma viagem de final de semana, então teria pelo menos dois dias no completo silencio se evitasse a biblioteca – e ele definitivamente não queria contato com absolutamente mais ninguém.

Vendo o estado alterado do seu senhor – com seus olhos variando entre os azuis acinzentados e os negros – os elfos domésticos o deixou quieto, não se aproximando para absolutamente nada. Mas estar na casa dos seus pais naquele início de sábado não era o suficiente, Scorpius estava profundamente triste! Com lágrimas nos olhos, o rapaz não segurou nenhum soluço, colocando para fora toda a sua angústia, encolhendo-se no chão da sala o melhor que podia, com Bichento II desesperado para confortar o seu humano.

Mas ao mesmo tempo que ele amava aquele bruxo como se fosse apenas seu, seus instintos felinos indicavam que algo estava muito errado, com o pobre gato parando no meio do caminho e eriçando todos os seus pelos, ficando em posição de ataque para qualquer sinal de perigo vindo do grande gato a sua frente.

No meio de toda aquela dor que Scorpius sentia, ele não sabia o que sentir além de sangrar o seu peito. Ele tinha feito de tudo para ajudar a companheira, não tinha forçado absolutamente nada, apenas queria o seu bem estar... Por mais que quisesse, ele jamais conseguiria evitar o que tinha acontecido, por que matar o homem não dava nenhum arrependimento a ele, mas como ela o via... Mas mesmo assim tinha voltado para o maldito Scamander.

Um rosnado de pura ira saiu dos seus lábios, colocando Bichento II para correr e dando um aviso ao que viria a seguir. Scorpius estava PUTO, IRADO e vendo VERMELHO. Lorcan Scamander tinha conseguido tomar a sua garota dele depois de tantos anos, e ele não podia estar mais furioso do que isso. Em um salto, suas garras saíram pelos seus dedos destruindo o que estivesse pela frente. Almofadas, cortinas, uma foto do seu casamento, a jarra de petiscos de Bichento. O que Lorcan tinha que ele não tinha?! Controle emocional?! Se ele bem se lembrava, Lorcan também não tinha nada disso quando o enfrentou anos antes e quase morreu pelas suas garras.

Ele deveria ter acabado com aquele ser irritante anos atrás, isso sim. Com um Scamander morto, Rose não teria para onde correr quando se assustasse com ele, porque ela o deixaria morrer na mesma noite que o ex.

Pelo menos assim ele não teria provado o que era Rosalie Malf- Weasley, e não saberia o que era perde-la, já que nunca a teria tido.

-Rose.... – Scorpius percebeu a real extensão daquilo tudo.

Ela não era mais dele. Talvez nem nunca tivesse sido, mas Scorpius acreditava na sua fidelidade a ele durante o período de namoro e até aquela altura do casamento. Ele se lembrava perfeitamente do que diziam sobre ela estar sendo paga para estar com ele e como abria as pernas para ele forçadamente, mas ele sabia que nada disso era verdade. Ao menos essa parte do relacionamento era real, muito real, mas aquelas últimas duas semanas e principalmente noite anterior provavam para ele que a lealdade da sua companheira talvez nunca tivesse sido dele, mas sim de Lorcan Scamander.

Tinha sido para ele quem ela havia corrido quando tomou pavor do marido por vê-lo em sua forma completa, sequer tinha tentado conversar com ele ou com sua mãe sobre. Lorcan ainda era o seu porto seguro, não ele. Scorpius provavelmente apenas era um monstro por quem ela tinha se apaixonado, e que ao descobrir sua verdadeira ferocidade, iria deixa-lo.

Com uma imensa dor no peito, Scorpius se curvou para a frente, fazendo com que parte dos porta retratos se espatifassem no chão. Ele conhecia bem aquela dor – tinha sentindo exatamente o mesmo anos antes ao vê-la mais uma vez atracada com Lorcan nas escadarias do colégio. Não tinha diminuído nem aumentado, a intensidade era sempre a mesma, e ele não queria ficar jogado no chão da sala sabendo que aquilo não iria passar tão cedo.

Veela, Scorpius?Onde histórias criam vida. Descubra agora