24- Dominic

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Me assusto com a mão na minha cabeça fazendo carinho e tomo um pouco de água em silêncio para não engasgar de novo.

_ Tadinho do menino Célia, pelo menos avise quando for tentar mata-lo novamente. - Ana diz e senta novamente. A minha filha começa  a chorar no colo do Lucas  e eu me levanto para pegar.

Sarah se dá conta que tava me fazendo carinho e vai se sentar constrangida.
Ela deve ter ficado assustada.

Muito fofa.

_ Vem pro papai meu amor. - a balanço suavemente como a Sarah faz e ela se aquieta.

_ Você viu ela ajudando o cremoso dela?- mamãe cochicha pra Ana que ri e faz que sim.

_ Tia, a senhora tá parecendo aquelas meninas do fundamental quando aprende gíria nova. Isso é muito brega. - Lucas diz eu apenas sorrio.

Só mais um diálogo normal na minha família.

É verdade que tenho olhado um pouco a mais pra Sarah,mas não é com essa intenção, só a admiro por ser quem ela é e por cuidar bem da minha filha.

_ Eu vou subir pro quarto. Se precisarem de mim é só chamar que eu venho correndo.- Sarah diz e sai.

_ Você não deveria tomar pelo menos um banho? Seu estado está deplorável. -minha mãe me diz.

_ Mãe, isso é coisa que se diga pro seu filho amado? -

_ Quer que eu minta? Não posso. Agora deixa de frescura e vá tomar um banho.  - ela pega minha filha e eu subo as escadas.

Coincidentemente meu quarto fica ao lado do da Sarah. Estou começando a achar que é de propósito.

Ao passar por sua porta ela se abre, o que me faz tomar um susto.

_ Na verdade estava indo te procurar. - ela termina de abrir a porta do quarto e me mostra o celular.

"Dominic, você vai pagar.
É o seu preço por se meter onde não foi chamado.." 

É o que está escrito na mensagem.

_ Toma cuidado por favor. Estou com medo que ele te machuque por minha causa. - ela está com os olhos avermelhados, prestes a chorar.

_ Ei, tá tudo bem. Eu sei me cuidar.- digo e ela começa a fungar.

_Mas e se você se machucar? Se aquele idiota te machucar eu vou matar ele. - ela diz e começa a chorar igual uma criança.

_ Ei, É sério. Eu vou ficar bem. _Não precisa ter medo. - digo e enxugo as lágrimas que caem do seu rosto.

_ Aquele idiota. Por que ele tá fazendo isso? Eu não machuco nem uma barata. Se ele não gostava de mim era só terminar, não precisava me deixar descobrir no meio de uma orgia. Estou tão envergonhada e enojada que ainda quero vomitar toda vez que lembro da cena. Como aquele canalha ousa querer machucar as pessoas que eu amo, que direito ele acha que tem? Idiota inútil. - ela despeja palavras de ódio e se senta na cama chorando sem controle.

_ Calma Sarah, nada aconteceu. Não tem ninguém machucado e ele não vai conseguir chegar perto de nenhum de nós. - coloco seu cabelo atrás da orelha e continuo fazendo carinho.

Na verdade estou assustado pra caramba. Estou morrendo de medo que ele consiga fazer alguma coisa com ela. 

O Antony descobriu que ele tem um histórico muito sombrio, principalmente com ex namoradas. E pelo que entendi, estava namorando outra garota ao mesmo tempo que a Sarah e aparentemente, ele a matou a menos de um ano.
Farei de tudo para protegê-la. Usarei tudo que estiver ao meu alcance pra impedir que isso aconteça. Mesmo se tiver que gastar muito dinheiro.

_ Dominic, eu tô com muito medo.- eu a abraço até que ela se acalme.

Entrego o celular dela ao Antony, que tenta rastrear de onde ele enviou mas não dá um resultado satisfatório.

- O sinal vem do centro, na rua mais movimentada. A essa hora ele já deve estar longe. É impossível rastrear. -

_ O que nos resta é continuar acompanhando qualquer movimento. - digo e me sento no sofá frustrado.

O tempo esta se estendendo e não obtivemos nenhum sinal.
As mensagens pararam de chegar e em um mês voltamos para casa e continuamos alertas, porém sem novidades.

_ Sr White, estou indo ao hospital visitar minha mãe. Não demoro.- Sarah avisa da porta do escritório.

_ Tudo bem pra você ir sozinha?-

_ O Greg e o Jorge vão comigo. Não estarei sozinha.- ela abre um sorriso majestoso e sai.

Greg e jorge são seus seguranças. Ela fez amizade com todos eles e agora estão cheios de intimidade pelos cantos.

_Filho.- minha mãe entra no escritório e se senta tirando um papel da bolsa.

_ O que é isso? - Pergunto.

_ O convite de casamento da Isabelle  -

_ Isso não tinha acontecido a uns dois meses atrás?- questiono confuso.

_ Acabou não acontecendo. E foi remarcado pra essa semana. Veja o nome do noivo.- pego o convite dourado e leio com cuidado.

" Isabelle White e Georg Niels "

_ Não. -

_Sim.-

_ Ah mas não é possível. - sorrio de nervoso.

_Sim, é sim. Pelo que soube, ele já está morando na casa da sua tia Susan. -

Esse canalha é tio da Louisa, e um ser humano horrível. Esse casamento não pode acontecer de jeito nenhum.

_O casamento é no sábado, se quiser conversar com a Isabelle tem que ser antes.-

Espero ansioso o retorno de Sarah enquanto faço minhas malas rapidamente e providencio as passagens

Escuto leves batidas na porta e mando entrar.

_ chefe, ouvi que estava me procurando. Aconteceu algo?- Sarah pergunta do lado de fora do quarto.

_ Sim, vamos fazer uma rápida viagem agora. Organize uma mala pra você. Pequena mesmo, não iremos demorar. A da bebê já está arrumada. - digo e ela vai sem dizer nada.

Como eu comprei as passagens em cima da hora não consegui um horário muito bom e chegaremos de madrugada.

Depois de tomar um banho e comer, minha mãe nos leva ao aeroporto.

_Cuide bem da Sarah meu filho. Tente resolver com calma tudo por lá . - Minha mãe fala e vai se despedir de Sarah.

_ E a senhorita trate de cuidar bem da minha neta e de se alimentar direito. Saberei se não se alimentar, então não tente me enganar nem fingir que está tudo bem. Você para mim é família, então nem tem me enganar. Tente espairecer um pouco enquanto estiver longe.- elas se abraçam e depois de se despedir da neta, ela vai embora.

_Quer que eu fique com ela um pouco?- pergunto já que Sarah parece um pouco perdida.

_ Está tudo bem, Sr White. Ela está com sono. Não vai dar trabalho nenhum.-

_Não vai ser desconfortável, daqui a pouco dá o horário.- digo e ela sorri tímida.

_ Eu nunca viajei de avião. É a minha primeira vez.- ela diz nervosa.

_Mas você tem passaporte.-

_ Eu só fiz porque uma amiga insistiu. Ela queria me levar pra sua terra natal mas acabou não dando certo. -

_O que aconteceu?- pergunto curioso.

_ Ela começou a namorar e acabou ficando grávida.  Perdemos contato quando ela completou o oitavo mês,  não sei o que houve depois disso. - ela parece bem triste por isso.

_ Você deve sentir muita saudade. -

_ O tempo todo. Também gostaria de poder pegar a Alice no colo como estou fazendo com a Louisa.  Será que ela colocou mesmo o nome de Alice?
Pensar coisas assim me deixam com mais saudades. -

Alice foi o nome escolhido para a Louisa, mas acabei mudando de ideia no último momento. Que coincidência.

Era uma vez uma babá....Onde histórias criam vida. Descubra agora