7-Dominic

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Meus dias tem sido repleto de tensão e cansaço Então não tem me sobrado muito tempo para cortesias. Quando Sarah Jones chega vou direto ao ponto. Espero que não tenha agido errado ao escolhe-la, mas digamos que não foi eu quem escolheu não é mesmo?...

Ouço batidas na porta e grito um "entre" na força do ódio.

_ Sr White, o Sr Bitencourt está aí. Posso deixá-lo entrar?- pergunta a srta Villaça.

_Ok, quando é minha próxima reunião?- pergunto e ela olha no tablet em suas mãos.

-Daqui a uma hora.- concordo e ela sai da sala as pressas.

_Ei! Você não come não princesa?- pergunta Lucas entrando no meu escritório. Tira o paletó e se deita em meu sofá.

_Tira os pés daí pois você não está na sua casa. - digo e ele esfrega o pé no sofá de propósito. Parece criança.

_Você já almoçou?- nego e ele suspira.

_Ótimo, mandei a Valerie fazer pedidos no Le Blanc para nós.- pega seu celular e fica mexendo ocasionalmente soltas umas risadas e me irrito.

_Está confortável senhor Bitencourt?- pergunto irado. Ele apenas desvia seu olhar do celular e me responde.

_Não muito. Poderia me trazer um pouco de whisky pra ver se melhora?-  o olho pasmo. Como eu ainda não acostumei?

_Vá se fuder. - digo e saio do escritório indo ao banheiro.

Lavo meu rosto e me olho no espelho frustrado. Estou cansado. Não dormi quase nada e tenho um pouco de trabalho acumulado graças as manhas de Louisa.

Saio do banheiro e encontro lucas sentado no chão enquanto mexe em alguns pratos na mesa de apoio da minha sala.

_Vem comer. - ele diz e me entrega um prato. Me sento no chão ao seu lado e olho em volta. Tem duas cadeiras em frente a minha mesa, e minha cadeira de "chefe" como lucas chama. Fora o enorme sofá que ele estava deitando antes.

_Por que estamos no chão?- questiono e ele simplesmente dá de ombros. Reviro os olhos e me concentro na comida. Estou com fome, muita fome na verdade e se o Lucas não trouxesse comida eu iria ficar sem almoçar, iria me atolar no trabalho e só ia fazer alguma refeição quando chegasse em casa.

_Você vai ter aquela reunião mais tarde?- ele pergunta e assinto. Olho em meu relógio e vejo que está próximo.

_Em alguns minutos. - digo e ele concorda.

_Você precisa mesmo desse contrato não é?- confirmo.

_Olha, precisar precisar eu não preciso. Mas os lucros são gigantescos e seria tolisse desperdiçar dinheiro. Os benefícios dessa parceria serão enormes. - digo.

_Você ainda vai aquele jantar com a Glória?- limpo a boca com o guardanapo e respondo.

_Por pura obrigação. Minha mãe pediu e você sabe como o Sr Carter fica quando não fazem o que ele quer. - reviro os olhos e Lucas também.

_Você vai por causa dele?- maneio a cabeça.

_Ele é como um tio mais velho para mim. Me ajudou muito no meu início nesse mundo e você sabe disso. Estou indo pela minha mãe também. Ela me pediu para fazer esse favor indireto ao Carter. -

-Eu vou com a Olívia-  nego.

_ Você é maluco irmão.- digo e ele ri. Olívia é filha de um dos nossos gerentes e é louca, não, fanática por ele. Porém os sentimentos não são recíprocos.

_Ela é um pouco pegajosa mas eu sobrevivo uma noite.-

Termino minha refeição junto a Lucas e vou ao meu banheiro escovar os dentes para logo dar uma revisada nos documentos e ir para a sala de reuniões.

_ Thadeu Johnson, boa tarde. - digo cumprimentando o mesmo ao chegar a sala de reuniões. Tem mais duas pessoas ao seu lado e ao meu tenho dois assistentes e o gerente geral que por sinal está com uma cara horrível.

_Boa tarde Sr White. - As vezes é estranho ver um homem muito mais velho que eu me chamando de senhor.

_ Vamos direto ao assunto. - olho para o lado e vejo que o gerente esta prestes a exterminar alguém nessa sala e logo tento amenizar. Não entendo as razões, já que é um dos meus melhores funcionários.

A reunião se segue pela próxima hora e deixamos acordados que seu filho Leonardo Johnson virá trabalhar nesse projeto, como é um projeto de longo prazo eu cedi uma sala em minha empresa para que ele possa por em prática seu trabalho e minha equipe possa agilizar o processo. Depois de todos os papéis assinados me despeço de todos e vou ao elevador seguido pelo meu gerente.

_O senhor está bem?- questiono e ele assente.

_Só o cansaço. Minha esposa está tendo dias ruins...- diz e eu fico triste por ele. Soube que sua esposa está com câncer e pelo que eu ouvi é terminal.

_Eu lamento muito. Se precisar de alguma coisa não exite em me pedir. - digo e coloco a mão em seu ombro. Ele suspira e logo reage.

_Na verdade eu ia perguntar se o senhor já tinha encontrado uma babá, pois minha filha é ótima com crianças e estava procurando um emprego. Mas graças a Deus ela já conseguiu. - diz e concordo.

_Sim, eu já arrumei uma. A jovem já começou a trabalhar e acredite se quiser, ela foi um santo remédio para a minha princesa. Acredita que ela não soltou mais uma lágrima?- respondo indignado e ele ri.

_Quando a criança escolhe, não tem mais volta. - ele diz e eu concordo rindo.

O elevador chega ao meu andar e eu saio deixando o mesmo lá pensativo.

Volto a minha sala e me preparo para as próximas reuniões que terei através de chamadas de vídeo ao vivo. Os CEOs me passarão o relatório mensal por ligação já que não terei tempo para ir em cada sede esse mês.

Na verdade desde que Louisa nasceu tem sido assim já que ela não pode ficar muito tempo longe de mim.

Volto para casa morto de cansado e não encontro minha filha em lugar nenhum. Procuro Ana desesperado e ela me olha estranho negando com a cabeça.

_cadê minha filha?- pergunto áspero.

_Você fale direito comigo. - ela diz firme.

_Tá desculpa, mas cadê minha filha?- pergunto dessa vez com mais classe.

_Está com a Sarah. Já procurou no quarto dela? Ela saiu para dar banho na Louis e tomar banho pois a pequena sujou toda sua roupa e a dela. - mal espero ela terminar e praticamente corro para o segundo andar, largando minha maleta e os documentos no sofá da sala ao passar por ela.

Bato em sua porta e ela logo abre a porta com os cabelos molhados e exibindo um sorriso que logo morre ao me ver.

_Cadê a minha filha?- pergunto e ela apenas abre um pouco mais a porta me dando a visão do seu quarto, onde vejo minha filha deitada em sua cama agitando as perninhas enquanto tem um enorme sorriso em nossa direção.

Entro sem pedir licença e pego a pequena que solta uma gargalhadinha ao ser erguida no ar. Me tranquilizo ao ver que ela está feliz.

Era uma vez uma babá....Onde histórias criam vida. Descubra agora