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Alyssa

flashback on

- Vamos Alyssa, não temos tempo para esse seu drama todo com aquele moleque- Diz meu pai colocando minha mala dentro de seu carro.

- Não fala assim dele papai, eu só quero me despedir... Ele é meu melhor amigo- Falei enquanto uma lágrima solitária cai sobre meu rosto gelado.

- Já te falei que não temos tempo para todo esse drama! Ele é só mais um amiguinho de vários que você tem e pode ter, você que tem essa mania de chamar todo mundo de melhor amigo- Jeffrey exclama rudemente apertando meu pulso fortemente em direção ao carro.

- Papai para, eu não quero ir... Eu quero a mamãe papai, eu não quero você assim, está me assustando- Falei com certo receio e angústia, desde que minha mãe faleceu ele não é mais o meu herói, e sim meu maior inimigo.

- ACORDA PORRA, VOCÊ NÃO ESTÁ EM UM CONTO DE FADAS... SUA MÃE MORREU, MORREU ALYSSA! ELA NÃO ESTÁ MAIS ENTRE NÓS, A CULPA É TODA SUA, SUA E DAQUELE MOLQUE QUE VOCÊ CHAMA DE MELHOR AMIGO!- Meu pai diz alterado enquanto me coloca no banco de trás do carro.

- Papai a culpa não é minha e nem dele... Por que você está falando comigo desse jeito? Por que você me odeia? Você não me ama mais? Eu não era sua princesinha que você iria defender de toda a maldade das pessoas ruins?- Indaguei completamente devastada, isso foi muito confuso para uma garotinha de 8 anos.

- A minha princesinha que eu iria proteger de toda a maldade das pessoas ruins não existe mais, deixou de existir no exato momento em que o coração da sua mãe parou de bater- Jeffrey diz acelerado o carro em seguida.

eu só tinha 8 anos...

flashback off



E aqui estou eu, Alyssa Clare Gray 10 anos depois de volta a Los Angeles. Já faz exatamente um mês que voltei, falta menos de uma semana para dar início a minha faculdade de psicologia e eu consegui um emprego de meio período em uma cafeteria bem movimentada da cidade.

O tempo que eu passei em Toronto não foi muito bom, digamos que eu não tenha muita sorte no quesito "fazer amizades" e ter laços afetivos.

Primeiramente por conta de Jeffrey, que não me deixava sair de casa a não ser para ir até a escola basicamente... Mas como ele quase não parava em casa eu saia as vezes, sozinha mesmo, só para respirar um pouco.

Jeffrey se foi também.

Eu não era nada próxima dele, ele não se importava comigo e vivia fora de casa. Mas da mesma forma ele era meu pai, a única pessoa que eu tinha.

Pelo menos ele pensou em mim uma vez sequer, por mais que ele vivia dizendo que eu era um peso na vida dele e que tinha deixado de ser sua princesinha, quando soube de sua doença, passou a deixar uma quantia de dinheiro por mês em uma conta no banco que abriu para mim.

Antes dele partir nos "resolvemos"

Ele me pediu perdão por ter descontado tudo em mim e que me amava... Isso mesmo, ele disse que me amava antes de partir.

remember me. (vinnie hacker)Onde histórias criam vida. Descubra agora