Capítulo 45 - Aline

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Estava abrindo a porta quando antes que eu pudesse tocar a maçaneta, ela foi aberta revelando a face dele. O ignoro completamente e entro, para não ter que olhá-lo. Mas foi em vão, ele veio me seguindo até a cozinha.

_Por que você foi embora ontem? Não deveria ter feito isso, poderia ter passado mal na rua.

_Como pode ver, eu estou bem. Agradeço a estadia e os cuidados.

_Está bem. E sobre ontem, eu...

_Não se preocupe com isso, senhor. Eu sou apenas a sua empregadinha e nada mais que isso.

_Você ouviu, não é?!

_Ainda bem, não?! É bom para que eu caia em si.

_Eu e Carolina não temos mais nada. Somos apenas amigos.

Porque ele está me falando isso?

_A sua vida particular não é da minha conta, senhor.

Ele suspira novamente e eu ouço seus passos.
Relaxo os ombros e volto as tarefas normalmente.
No fim de tarde eu encerro o serviço e caminho à terapia. Pego o cartão do médico e saio para não ter que vê-lo quando chegasse.
Entro no táxi, indo até o consultório do médico.  q
Quando chego no endereço, a secretária estava recolhendo seus pertences.

_Com licença. O doutor Soares ainda está?

_Sim, mas já está indo embora.

_Está bem, voltarei outro dia então. Muito obrigada. - Me viro mas sou interrompida por uma voz conhecida

_Olá senhorita! - Me viro para ele - Como você está?

_Olá doutor Soares. - Nos cumprimentamos com um aperto de mão - Estou bem. Eu vim para me consultar à seu pedido, mas fui informada que está para sair.

_Posso abrir uma excessão para você.

_Muito obrigada, doutor. Eu fico imensamente agradecida. - Me sento e ele me acompanha

_É o mínimo que posso fazer por meu amigo e sua namorada.

_Eu e o senhor Magalhães não somos namorados.

_Não?! Eu jurava que fossem.

_Não. Eu apenas trabalho para ele.

_Me desculpe então, pelo inconveniente.

_Está tudo bem, não se preocupe.

_E você, têm sentido algum mau estar?

Começo a falar, e ele ouve atentamente e fazia algumas anotações.
Ele pede para me examinar rapidamente, me fez algumas recomendações, um exame de sangue e endoscopia. Me passa o endereço do lugar que eu deveria ir para fazer os exames.
Saio do consultório e caminho para a terapia, estava um pouco atrasada mas ainda daria tempo. Entro no ônibus e desço correndo, sendo atropelada por um homem. Ele sequer pede desculpas, apenas me encara e eu continuo andando sem entender nada.

Que cara esquisito!

Passo pela portaria e pude ver ele saindo.
Novamente ele estava aqui, mas para quê?
Ele está em um centro terapêutico, o que mais ele poderia estar fazendo aqui?!
Eu não queria acreditar que ele estava fazendo terapia justamente no mesmo lugar que eu.
Espera!
Ele fazendo terapia?
Isso estava muito estranho.
Passo ao seu lado e ignoro a sua presença. Subo e entro na sala tentando não parecer nervosa. Era sempre assim quando eu chegava aqui.

_Como vai a minha paciente atrasada? - A terapeuta brinca e eu dei um sorriso amarelo

_Me desculpe, doutora Cristiane. Eu tive que ir no médico.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora