Capítulo 76 - Cristopher

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Estávamos na véspera de natal e iriam se completar cinco meses que estamos juntos. Uma data especial seguida de um evento especial. Eu tinha motivos para comemorar, só não sabia como ainda. Eu nunca comemorei essa data como se fosse algo realmente importante, com o significado dela e esta seria a minha primeira vez. Por isso eu estava apreensivo, não sabia o que ela iria querer fazer e muito menos como comemorava essa data.

Quando eu era criança, até "comemorava" em casa com o meu pai e seus amigos, que se embebedavam e ficavam falando coisas que só hoje percebo o quão absurdas eram. Já cheguei a sair com o Ricardo, mas o máximo que fazíamos era ir para um restaurante ou até mesmo em casa, e passar horas conversando, até que cada um se cansasse e fosse embora para suas respectivas casas. Com excessão do réveillon, uma vez, que fomos a praia. Ele bebeu demais e eu fiquei cuidando dele. Fecho o notebook e afrouxo a gravata para conseguir pensar melhor.
O que ela gostaria de fazer no natal?
Talvez ver a família, mas seria difícil devido aos nossos horários.
Talvez ir em um lugar diferente?
Ou ir no cinema? Não, isso é muito simples.

_Inferno! - Suspiro irritado

_Eu posso ajudá-lo? - Ouço uma voz que me tira dos meus pensamentos

Ricardo estava na minha frente com uma caixa e um sorriso descarado no rosto.

_O que está fazendo aqui? - Encosto na mesa

_Esperando você voltar para si.

_Está parado há quanto tempo aí?

_Tempo suficiente para saber que você tem algum problema. - Ele coloca a caixa na mesa - O que aconteceu? É com a Aline?

_Não. Quero dizer, é... - Me enrolo para explicar

_É sobre a convivência? - Manuseio a cabeça

Estávamos bem demais desde que ela se mudou oficialmente para a minha casa. Eu a levava todos os dias para o trabalho. Em nossa casa as coisas estavam maravilhosamente incríveis. Todos os dias uma receita diferente, gargalhadas e muita tentação, até mesmo para mim que sempre tento me manter impassivo e controlado. Aquela menina conseguia derrubar qualquer barreira que eu cogitei criar, apenas com um simples sorriso ou com seus doces beijos.
É eu sou um bobo apaixonado!

_Nossa convivência não poderia estar melhor.

_Eu acho bom, senão eu ia querê-la de volta na minha casa. Não sabe a falta que ela faz.

_Tira o seu cavalinho da chuva, porquê ela nunca mais voltará para a sua casa.

_Isso tudo é ciúmes? Ela sabe que é muito bem vinda lá.

_Não depois que eu disse que você quer transar.

_Da onde você tirou isso? - Se faz de ofendido

_Vai me dizer que não está usando a sua casa para isso? - Arqueio a sobrancelha

_Só não precisava ter dito. Ela vai achar que eu sou um vadio.

_Não se preocupe com a sua imagem com ela, nada é capaz de a fazer desgostar de você.

_Essa é a minha menina. - Cerro os olhos com a sua provocação - Nunca conheci alguém tão delicada e incrível como ela.

_Sua menina, não. Minha menina. - Exalto o tom de voz - Pare de chamá-la assim, só eu tenho esse direito.

_Eu já disse que ela é minha amiga.

_E minha namorada e futura esposa, então, se não quiser ficar fora da cerimônia, pare de me provocar.

_Eu vivi para te ver enciumado comigo. Eu é quem não queria estar na pele dos outros homens que olharem para ela.

_Eu não pensei que fosse tão ciumento, até ter medo de perdê-la.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora