37. Devido lugar

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Lauren dormiu a noite inteira, mesmo com o ressoar do nariz de Camila, ela se sentiu mais confortável naquela noite, do que em qualquer outra. Acabou perdendo a noção do horário, e quando acordou olhando em volta, não viu Camila, as cortinas estavam fechadas evitando a claridade do dia, levantou assustada de forma que sua pressão caiu, e ela precisou se apoiar nas paredes, com o coração disparado foi o mais rápido que pôde até a sala.

Camila estava sentada no sofá, com uma tigela nas mãos e a tv ligada, assistindo um documentário sobre tubarões.

— Camila. – Lauren disse ofegante, se segurando no sofá.
— Oi. – Ela respondeu, olhando para mulher que estava mais pálida do que o normal.
— Oi. – Lauren disse, recuperando o fôlego.
— O quê foi?
— Nada não. – Ela respondeu sem graça.
— Pensou que eu teria fugido? – Camila perguntou, semicerrando os olhos.
— Nah, claro que não. – Tentou disfarçar com um sorriso torto.
— Sei... Espero que não se importe, mas eu mexi na sua cozinha. – Camila disse erguendo a tigela com cereal.
— Não me importo. – Lauren respondeu, deixando um beijo no topo da cabeça de Camila, e foi para o banheiro.

Camila arqueou as sobrancelhas sem entender o que aconteceu ali, e Lauren também não sabia, foi murmurando que estava doente, só podia ser isso. Voltou para sala e sentou ao lado de Camila no sofá, onde a garota tinha preparado uma tigela de cereal para ela também.

— Obrigada. – Lauren agradeceu, sentindo seu coração aquecer com o simples gesto. — Acordou faz tempo?
— Nem tanto, seu celular despertou com o lembrete do meu remédio, então levantei para tomar, fiquei assistindo tv e depois me deu fome, então ataquei sua geladeira.
— Nossa, e eu nem acordei com toda essa movimentação.
— Você parecia cansada, estava até babando. – Camila disse em tom de brincadeira, omitindo o fato que ficou bons minutos apenas sentindo o calor dos braços e admirando o rosto de Lauren.
— Deve ser porque você roncou a noite toda. – Lauren respondeu dando de ombros.
— Para! Eu falei que ia dormir no sofá.
— Estou só brincando.

Terminaram de comer e Lauren levou as tigelas para cozinha, certificou-se em deixar o apartamento quente, Camila ainda tossia muito, mas o remédio estava ajudando com sua febre e dores no corpo, Lauren voltou para o sofá.

— Como está se sentindo? – Lauren perguntou, com a mão na testa de Camila.
— Estou melhor, tive uma boa noite de sono. Tossi muito a noite?
— Acho que não, também dormi feito pedra. Quando sentir fome me avisa, ainda temos sopa.
— Eu adorei aquela sopa, aposto que ela renovou minhas forças.
— Que bom, se você tomar os remédios certinho, se hidratar e descansar, logo vai estar recuperada. – Lauren disse, se sentando ao lado da garota.
— Então você se livra de mim, né. – Camila perguntou, arqueando a sobrancelha. Lauren olhou para Tv, disfarçando do olhar da garota e respondeu.
— E quem disse que quero me livrar de você? Marrentinha. – Ela respondeu, e Camila não conteve seu sorriso.
— Mas não estou te dando muito trabalho? – Camila perguntou, ela não se esquivava de nada, sempre invasiva, Lauren pensou.
— Trabalho nem sempre é sinônimo de algo ruim. – Lauren respondeu, admitindo. Olhou para Camila que estava com um sorriso atrevido no rosto, mas resolveu ignorar. — Chega de tubarões.

Ela pegou o controle e começou a trocar os canais, procurando por qualquer coisa para sair daquele assunto, parou em um filme que logo identificou ser de terror.

— Não, Lauren. Não quero ver filme de terror.
— Tem medo, é? – Lauren provocou.
— Não tenho medo, só não vejo graça. – Camila respondeu, revirando os olhos.
— Fica tranquila, eu te protejo. – Lauren piscou, e deitou no colo de Camila, que se ajeitou no sofá, acomodando melhor Lauren em suas pernas.
— Me dá o controle aqui. – Ela se esticou pegando o controle, e começou a zapear os canais, até parar no filme das branquelas.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora