14. Devil

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Friends in Tokyo - Call me Devil. 🎶

Caminhando pelas ruas de Paris, pose prepotente e olhos de ressaca, arrastando tudo e todos para si. Não se importa com a opinião de ninguém, nunca se importou. Sempre com seu semblante fechado, usando roupas escuras e jaqueta de couro, em seu coturno sempre um canivete e em sua cintura, sempre sua arma. Não gosta de problemas, por mais que não fuja deles, não consegue sentir hesitação, e adora abrir seu largo sorriso presunçoso ao ser desafiada.

O vento frio batendo em suas costas, e as gotículas do sereno caindo sobre sua pele clara, a deixam ainda mais bonita sob a luz crepuscular, cabelos escuros como a noite, cobertos por uma touca preta, em seu rosto seus inseparáveis óculos escuros e seus dedos carregados por anéis. Para alguns, o mais lindo anjo, para outros, o próprio diabo.

Mulheres e homens que cruzam seu caminho, a olham maravilhados com luxúria, imaginando como seria experimentar seus lábios, como a adrenalina de um navio em meio a uma tempestade.

Um milhão de dólares por seus pensamentos. 

Tão cheia de nada e tão vazia de tudo, Lauren, se quer traça planos para sua vida, deixa que as coisas aconteçam da forma que tendem a acontecer. Não cria expectativas para não ter que lidar com elas mais tarde. Divide suas paixões entre os números e a velocidade, para ela, a adrenalina de acelerar 100 km/h em um afasto molhado, lhe dá o mesmo prazer que resolver equações matemáticas. 

Hoje seria uma longa noite, e enquanto caminhava bebendo seu energético seu telefone tocou no bolso, no visor o nome de Lucy piscava junto ao toque, tirou seus óculos pendurando na camiseta e parou encostando em sua picape para atender. 

— Alô. 
— Oi, Lauren. Pode falar? – Lucy perguntou cautelosa.
— Sim, o que foi? – Disse com indiferença. 
— Quero pedir desculpas por aquele desentendimento na faculdade, não precisava ter me exaltado daquela maneira. – Lucy disse com a voz suave. Lauren respirou fundo, não queria ter esses tipos de conversa, já evitava namoros por isso, e ali estava. 
 
— Tudo bem, Lucy. Mas já conversamos sobre isso, se você espera mais do que posso oferecer, mais do que temos, talvez seja melhor pararmos enquanto há respeito, não quero que você se machuque por mim, não valho a pena. – Lauren respondeu sincera.
— Não, Lauren, não precisamos. Somos adultas, podemos ter nosso lance casual, eu só estava estressada, não vai acontecer de novo, prometo. – Lucy respondeu rápido, realmente não queria perder Lauren, mesmo que seja o pouco que tinha com sua ex aluna.

Lauren massageou a testa pensativa, sabia que aquilo já tinha durado muito, e poderia terminar de forma desagradável, mas gostava tanto dos encontros com a mulher mais velha. 
— Lucy, não precisa me prometer nada, por favor não quero ser esse tipo de pessoa para você. Vamos levando até onde for confortável para nós duas, mas não deixe de viver sua vida por mim, entende o que quero dizer? 
— Sim.
— Ok. Agora preciso desligar. 
— Tudo bem. Quer passar aqui mais tarde? – Lucy ofereceu. 
— Já está com saudades, Srta Vives? – Lauren perguntou provocando.
— Apenas da sua boca e do seus dedos em mim. – Lucy rebateu, provocando ainda mais, fazendo Lauren sentir seu corpo esquentando.

— Caralho, por mais que eu queira, hoje não posso, preciso trabalhar.
— Se você diz, talvez mais tarde eu te mande uma foto, para ver o que vai perder. – Lucy sabia como instigar Lauren, de forma que talvez fizesse a morena correr para seu apartamento. 
— Por favor, vou estar esperando por essa foto. – Lauren respondeu, já imaginando o que receberia.
— Vou pensar com carinho. Beijos. – Lucy disse, Lauren resmungou um tchau e desligou. 

Terminou sua bebida e amassou a lata, respirou fundo tentando acalmar seu corpo, ela precisava estar a postos para qualquer emergência, não estava nervosa, sabia da eficiência de Joca, ele só executa um plano após ter estudado e planejado tudo, sem pontas soltas é o seu lema.

Sobre o trabalho, Joca procurou não envolver muito Lauren no assunto, sem muitos detalhes, como sempre fez, disse apenas o necessário, e qualquer dúvida pediu para que ligasse, mas Lauren não ligaria nem com uma arma em sua cabeça, ela gosta de tomar suas decisões, não que seja de meter os pés pelas mãos, sempre tem tudo muito bem planejado, aprendeu com o pai, mas caso não desse certo o plano A, partia logo para o B, e a mulher adora o plano B. Conhecida por ser impaciente e de humor ácido, ela não trata apenas como trabalho, Lauren sempre se diverte em qualquer situação, mesmo que de um jeito excêntrico, adora ver os homens que lhe devem chorando, apenas com suas ameaças torpes, fazendo com que eles implorem por suas mães. As pessoas cobradas por Lauren, nunca esquecem de 2 coisas; os lindos olhos verdes sombrios e as boas surras que levam.

Uma criminosa? Isso depende para quem você pergunta.

Ela pode ser uma contadora brilhante, e usar isso para o bem ou para o mal. Com uma reputação sórdida, a verdadeira essência só é perceptível para quem consegue enxergar além do que é amplamente propagandeado, suas roupas e postura.

Entrou na picape e antes mesmo que desse partida, seu celular vibrou acendendo o visor com uma notificação, pensou já ser Lucy com a foto, mas era outra mensagem. 

— Tudo certo, estou com o pacote, saindo do local te aviso. 
— Ok. 

Lauren sorriu satisfeita, ligou o som e acendeu um cigarro, sentindo a excitação crescer em seu corpo, colocou seus óculos e deu partida no carro.

— Então que a diversão comece. 

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora