20. Trégua

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Naquela semana, Lauren voltou mais duas vezes na cela para Camila mandar mensagens para sua família e amigos, não deixou Cobra lidar com isso, disse que ele podia ser passado para trás pela garota. Pretexto.

Ela não precisava ficar indo até Camila, levando comida ou puxando assunto, mas gostava de ir, tinha suas curiosidades, e percebeu ser recíproco, então, porque não? Claro que a mulher lhe irritava, provocava e ficava entrando em conflito com cada frase sua, mas era intrigante. Eram poucas as conversas que conseguia ter com Camila, claro, ela não gostava de se abrir com Lauren, mas, vez ou outra, Lauren descobria um pouco sobre a mulher de longos cílios e olhos profundos de chocolate.

Lauren percebeu que Camila analisava seus movimentos, ficava vermelha com qualquer coisa que ela dizia, ou perdia a fala quando Lauren lhe acusava de estar gostando de sua carcereira, era divertido porque ela tentava manter a pose de durona, ou escapar com humor, mas não segurava por muito tempo. Depois de uma semana intensa de provas, Lauren acordou no sábado de bom humor e foi até os túneis, estava assoviando na cozinha enquanto preparava um sanduíche.

— Bom dia Lj. – Cobra apareceu na cozinha, estranhando a garota ali antes do meio-dia. 
— Bom dia, cobra. Como estão as coisas lá com meu pai? 
— Tudo certo, fica tranquila que daqui a uns dias ele volta.
— Que bom. – Ela terminou, e começou a guardar as coisas na geladeira. 
— E você, o que faz aqui tão cedo?
— Eu estava passando, resolvi ver como estão as coisas com nosso pacote. – Ela respondeu indiferente. 
— Lauren, Lauren. Você tem tratado a garota bem?
— Claro que sim. Da melhor forma. 
— Acho bom em, não esqueça da nossa conversa. 
— Deixa comigo. – Ela respondeu piscando. 

Chegou em frente a cela e viu Lucca assistindo seus vídeos idiotas de jogo. 

— Então, como está nossa hóspede vip? – Ela perguntou, e Lucca pausou o vídeo imediatamente. 
— Pelo jeito, se exercitando.

Lauren olhou confusa para ele que deu de ombros, abriu a janela e viu Camila deitada no chão com as pernas cruzadas no ar praticando abdominais. Sorriu balançando a cabeça com a cena, a garota vestia uma calça de moletom e camiseta cinza do Pink Floyd.

— Eai Prison Break, tentando ganhar alguns músculos? – Lauren disse. Camila olhou para mulher na janela, e revirou os olhos. Ainda estava irritada com as insinuações que ela fazia.
— Tentando não dormir o dia inteiro.
— Hum, vou mandar colocarem uma barra de ferro aqui, talvez você ganhe uma massa e consiga brigar com o magrelo Lucca. – Lauren respondeu zombeteira, Lucca arregalou os olhos.  
— Comigo não. – Lucca respondeu negando com a cabeça. — Me deixa de fora disso.

Camila se levantou, alongando um pouco os braços.  — Porque você não entra aqui, e me deixa praticar alguns socos em você? – Ela disse, arqueando uma sobrancelha.
— Haha, não vai rolar, não bato em mulher.
— Isso é sexista da sua parte. – Camila rebateu.
— Realmente, então me deixe reformular. Não bato em alguém que não esteja merecendo.
— Está com medo que eu derrube essa sua pose?

Lucca olhou para Lauren tentando conter o riso. Ela rolou os olhos e destrancou a porta entrando na cela.

— Medo de você? Só pode ser uma piada, já disse que não bato em quem não esteja merecendo, Srta.

Enquanto Lauren fazia seu discurso, Camila se aproximou perto o suficiente para dar um golpe na barriga de Lauren, que se abaixou arfando.

— Filha da... – Lauren disse, com as mãos na barriga tentando recuperar o fôlego. Lucca ameaçou entrar, mas Lauren fez sinal para ele ficar.
— E agora, te dei motivos? – Camila provocou.
— Você deve ser louca. – Lauren respondeu recompondo-se.

Camila avançou tentando golpear Lauren, que desviava com destreza, em um movimento rápido, Lauren agarrou os braços de Camila, imobilizando e ficando por trás de seu corpo. Segurando firme Camila contra seu corpo, sussurrou no ouvido da menor.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora