35. Mensagem

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Lauren pov

No outro dia, fui para faculdade cedo, precisava estudar e terminar algumas pendências, cruzei com Lucy no corredor, que fez questão de enfatizar que eu não estava mais ligando para ela, a mesma história de sempre, dessa vez não tive tempo para um intervalo com ninguém, precisava me concentrar para ir embora logo. No final do dia, dirigi para os túneis onde me encontrei com Cobra que estava no escritório em uma ligação.

Sim, tudo certo com os recebimentos. Ok, pode deixar. Lauren chegou, vou conversar com ela. Até.

— Boa noite, Lj. – Ele desligou o celular deixando na mesa.
— Oi cobra, era meu pai? – Perguntei, me sentando.
— Sim. Ele pediu para avisar que em breve estará em casa.
— Estão demorando mais do que o previsto.
— Realmente, mas agora ele tem uma solução para o problema. – Ele disse, abrindo o cofre embaixo da mesa do meu pai e guardou alguns envelopes. Cobra sempre foi o homem de confiança com acesso a tudo aqui. — Vamos mandar o Andreas para lá, ele vai cuidar de tudo e Joca poderá voltar.
— Bom para o Andreas, é uma promoção.
— Sim, acreditamos que ele está pronto.
— Ele já mostrou ser um cara fiel a nós.
— Exatamente. – Ele piscou concordando. — E como estão as coisas com Camila?
— Tudo bem, ela não tentou fugir mais e sua família não desconfia de nada. – Respondi tranquilamente.
— Ótimo, com seu pai voltando, poderemos seguir com o trabalho.
— E?
— Poder enfim liberar ela. – Ele disse aliviado, assenti com a cabeça tentando não demonstrar o que senti. Ela finalmente poderia voltar para sua vida.
— Isso é bom. – Foi o que consegui responder.

Tenho pouco tempo com ela.

— É sim, você não vai mais precisar ficar de babá, não é isso que queria?

— Sim, finalmente. Se eu fosse religiosa até agradeceria. – Respondi, levantando as mãos.

— Ótimo, também quero que isso acabe logo, estamos nos expondo muito com ela aqui. Já conversei com Andreas hoje, pedi para ele arrumar suas coisas que vou levá-lo até Joca em dois dias.

— Nossa, isso é... bem rápido mesmo. – Respondi, sentindo um nó na garganta. — Ele gostou da proposta?

— Muito, ele não tem nada que o prenda aqui, e afinal, quem não quer ter seu próprio lugar para cuidar.

— Bom, muito bom. – Assenti e me levantei, senti minha nuca suando. — Preciso ir.

— Está tudo bem Lauren? Você ficou meio pálida. – Ele me olhou preocupado.

— Tudo ótimo, relaxa, só não comi direito hoje na faculdade.... Eu, hmm, vou pedir o jantar da Srta Rockefeller, e já aproveito para pegar algo pra mim. Afinal ainda estou de babá.
— Ok, qualquer coisa me chama.
— Pode deixar, boa noite, cobra.

Antes que ele respondesse, deixei o cômodo seguindo até a cozinha, estava me sentindo estranha, um suor frio descia pela minha nuca e uma sensação de embrulho tomava conta do meu estômago, bebi água, tentado me acalmar, era ridículo me sentir assim por causa dela, talvez eu estivesse doente.

Fiz pedido em um restaurante chinês e mandei Lucca ir buscar, enquanto isso fumei, um, dois, três cigarros. Nos últimos dias evitei fumar quando estava aqui, porque Camila detesta o cheiro...

Camila seria solta.

Ela iria embora e pronto, voltaria para sua vida e nunca mais nos veríamos. Mais um cigarro.

Mas esse sempre foi o plano, porque me preocupar com isso agora? Estou sendo idiota.

Ela merece sair desse lugar e voltar para sua vida, respirei fundo jogando o cigarro e voltei para dentro, lavei minhas mãos e me sentei esperando Lucca retornar, mas aquele nó em minha garganta não descia.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora