Libélula. A herdeira Rockefeller - Camren

23. Consequência

Lauren pov

Acordei de bom humor, terminei meus trabalhos de manhã, e fui até a faculdade depois do almoço, então a noite resolvi passar para ver como a Srta Rockefeller estava, peguei duas garrafas de vinho e duas taças e caminhei até sua cela, era divertido conversar com ela. Dispensei a ronda do Andreas, então abri a pequena janela para vê-la, Camila tinha acabado de jantar, as coisas estavam sobre a mesa, e ela estava sentada na cadeira se espreguiçando. 

— Boa noite, Srta. – Disse, Camila se assustou dando um pequeno pulo da cadeira.
— Olha só o que o vento trouxe. – Ela respondeu. — Ao que devo a honra da sua visita?
— Pode apostar que é uma honra, vim lhe fazer um pouco de companhia.
— E o que te fez pensar que eu quero sua companhia?
— Eu trouxe vinho. Ricos gostam de vinhos né? – Respondi erguendo as taças, Camila arqueou a sobrancelha surpresa.

Não esperei sua resposta, abri a porta e entrei deixando as coisas na penteadeira, tirei minha jaqueta e deixei em cima da cama, o livro estava perto do seu travesseiro e ela estava usando meu bilhete como marca página.

— Você quer me embebedar?
— Claro que não garota, só estou tentando ser gentil, mas se você não quiser, não precisa beber, dou conta das duas. – Abri uma garrafa, então coloquei um pouco em minha taça.
— Nas condições que estou, não vou recusar vinho. – Ela disse, servi sua taça e entreguei a ela.

Me sentei no chão encostada na parede, Camila virou sua cadeira de forma que me encarava, com sua taça na mão analisando o líquido. Revirei meus olhos e bebi um gole, em seguida ela bebeu também, parecendo apreciar muito mais do que eu.

— Obrigada por isso, você tem sido gentil de forma até espantosa, só me questiono o por quê. – Ela disse.
— Eu sei ser legal, às vezes. E também, é bom conversar com uma pessoa diferente de vez em quando. – Admiti. 
— Está dizendo que gosta de conversar comigo, Srta metida? – Ela perguntou, com um sorriso de canto. 
— Você é quem está. 
— Eu não sei nada sobre você, como posso gostar desse monólogo? – Ela questionou. 
— O que gostaria de saber? Na medida do possível, talvez eu responda... Na verdade, vamos fazer uma brincadeira, tipo verdade ou consequência, assim você pode descobrir um pouco. 
— E o que acontece se você não responder? – Ela estava ponderando. 
— Quem não responder tem que beber ou pagar uma consequência.
— Huum. Ok, com certeza você vai beber muito.
— Veremos.

Sabia que seria arriscado brincar desse jeito com ela, mas não conseguia resistir a isso.

— Então eu começo. Qual a coisa mais embaraçosa que você já fez bêbada? – Perguntei realmente curiosa em saber o que essa patricinha aprontava.
— Nada.
— Qual é, já vai começar mentindo?
— Eu não sou de beber até ficar bêbada, talvez o mais embaraçoso tenha sido na faculdade, quando aceitei ir em uma das festas e bebi um lixo de vodka, passei mal e vomitei na grama da fraternidade.
— Vomitar? Mas isso é normal, ainda mais na faculdade.
— Não para mim. – Ela respondeu dando de ombros, bebendo um pouco seu vinho. — Minha vez. Qual é o seu nome? 
— Argh. Eu disse na medida do possível. Quer decidir quanto eu bebo?
— Na verdade, prefiro consequência. – Ela disse sorrindo de canto, vai saber o que essa garota ia pedir. — Você vai ter que me trazer bananas.
— Bananas? – Perguntei confusa. 
— Sim.
— Por quê?
— É minha fruta preferida. Agora que você fez outra pergunta, eu continuo. – Ela é muito espertinha. — Quantos anos você tem? 
— 25. Me conte três curiosidades sobre você.
— Huum, deixe me pensar um pouco. – Ela disse, bebendo o vinho. — Eu sou faixa azul em jiu jitsu. Coloquei meu nome na lista para o turismo espacial em 2024 sem minha família saber. E por último, sempre que estou chateada, assisto Friends para melhorar meu humor.

— Turismo espacial? Não pode ser verdade. – Perguntei ainda sem acreditar.
— É sim, já até paguei, estou entre o seleto grupo de não astronautas que vão para o espaço.
— E quanto saiu essa brincadeira?
— Pouco mais de um milhão. – Ela respondeu como se não fosse nada, me fazendo arquear as sobrancelhas. — É o espaço, vale cada centavo. Minha vez, qual o seu pior hábito?
— Acredito que fumar. 
— E, porque você não para?
— Não é assim tão fácil. Ah, vou parar e puff. – Gesticulei com as mãos e ela revirou os olhos. — Três bandas ou cantores preferidos.
— Uau, só três? Eu amo música! Mas no meu dia a dia não falta Janis Joplin, Nirvana e Pearl Jam.