39. Risco

773 82 48
                                    


Pra compensar os dias sem atualização, mesmo que nem foram tantos assim, segue um capítulo enorme.

...

Lauren leu a mensagem e entendeu bem o recado, levaria Camila de volta para evitar problemas, mas ainda aproveitaria seu último dia com a garota, abraçou Camila, aconchegando seu rosto na curva do pescoço dela, sem conseguir dormir, olhou para o relógio que marcava 03:40, estava inquieta, respirou fundo sentindo o perfume na pele bronzeada tão contrastante da sua, não queria deixar ela ir embora, apertou Camila em seus braços em uma tentativa de parar tudo ao seu redor.

Para Lauren, o tempo passou depressa, e quando o celular despertou pela manhã, não pôde controlar o aperto em seu peito, pensou que seria melhor assim, igual arrancar um band-aid, e logo voltaria para sua vida normal, sem esses sentimentos estranhos que estavam atormentando sua mente. Camila se esticou para desligar o toque insistente, sentindo o calor de Lauren em seu corpo e os braços envolvendo sua cintura de forma possessiva.

— Bom dia. – Lauren sussurrou no ouvido de Camila, fazendo ela se arrepiar.
— Hmm, bom dia. – Camila respondeu preguiçosa, entrelaçando suas mãos. Lauren sentiu algo bom com aquele simples gesto, não seria tão fácil arrancar o band-aid como pensou.

— Vou levantar pegar seu remédio. – Lauren disse, mas Camila segurou firme sua mão.
— Calma, espera um pouquinho. – Camila respondeu, virando para encará-la. — Dormiu bem?
— Não consegui dormir muito. – Lauren admitiu.
— Por que? Atrapalhei seu sono novamente? – Camila perguntou, coçando os olhos, Lauren só conseguiu achar a garota ainda mais linda, acordando em sua cama.
— Longe disso, você estava super serena essa noite. – Lauren respondeu, com um sorriso. — Só estava pensativa.
— Preocupada? Se quiser conversar...
— Fica tranquila, não é nada. – Lauren se aproximou para beijá-la, mas Camila impediu virando o rosto.
— Não mesmo, preciso escovar os dentes!
— Nossa, que chatinha você, vem cá. – Lauren agarrou ela pela cintura, tentando beijar sua boca, mas Camila se mexia tentando escapar.
— Lauren! Para me solta! – Camila gritou, gargalhando sentindo as mãos de Lauren em sua barriga. — Chega, chega, meu remédio, tenho que tomar, Lauren.
— Ok, ok. Vamos levantar. – Lauren deixou um beijo na ponta do nariz de Camila e levantou indo até o banheiro.

Camila se espreguiçou, alongamento seus músculos, passou a mão pelo lençol sentindo a textura em seus dedos, olhou ao redor capturando os detalhes que formavam o quarto de Lauren, era tudo tão ela. Por um momento se deu conta que, jamais havia se sentindo tão bem ao acordar em uma cama que não fosse a sua, há um tempo, seria uma ideia absurda e aterrorizante, mas ali estava Camila, se sentindo tranquila na cama de uma estranha.

— Que tal dar notícias para sua família hoje? Não quero a Interpol batendo aqui em casa. – Lauren disse, parada na soleira, como se realmente se preocupasse com isso, mas não ligava.
— Sim! – Camila concordou, levantando animada.
— Ok, vou preparar nosso café.

Lauren se afastou, deixando Camila fazer sua higiene e foi para cozinha, colocou café para fazer enquanto preparava ovos mexidos e um suco de laranja, estava empenhada em melhorar a imunidade da garota. Camila saiu do banheiro caminhando devagar pelo corredor, se sentindo mais à vontade em explorar o apartamento, dedicou um tempo em olhar com mais atenção as fotografias.

— Precisa de ajuda? – Ela perguntou se apoiando na ilha, mas Lauren apenas negou com a cabeça. Seu remédio estava ao lado de um copo com água, pegou o comprimido amarelo e vermelho e tomou de uma vez.

Fez uma careta e tomou o restante da água, estava se sentindo muito melhor e agora mais curiosa com Lauren, olhou em volta procurando algo para se ocupar, notou que a vitrola azul estava com um disco, foi até o equipamento abaixando a agulha no disco e deu play no botão. Começou a tocar um som animado com bateria e violão, não reconheceu logo, mas quando a voz áspera e rouca começou a cantar os primeiros versos, Camila sabia que era Rod Stewart, Have you ever seen the rain.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora