27. Galáxia

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Feliz páscoa. 

Camila pov

Acordei sentindo meu corpo todo dolorido, a última coisa que me lembro é de estar com Lauren, enquanto ela massageava minhas costas, depois disso apaguei, devo estar delirando ou essa garota me dopou! Me olhei no espelho torcendo para não estar tão ruim, mas já era de se esperar o caco, a fase vermelha passou, dando passagem para o tom roxo que assumiu meu rosto e ombros.

Talvez se eu tivesse corrido o suficiente eu não estaria assim agora, mas estou a tantos dias sem praticar nenhum exercício, minhas pernas me abandonaram! Agora lá se foi minha oportunidade. 

O sol que entrava pela pequena janela, dava indícios de ser perto das onze ou até mais, peguei meu relógio de bolso, constatando que se passava de meio-dia e eles não me trouxeram comida, talvez estejam me punindo. Antes que eu pudesse reclamar muito, Cobra apareceu trazendo meu almoço, graças a Deus! 

— Bom dia, Srta Karla Camila, vim ver como você está. – Ele disse, como sempre muito simpático, me entregou uma bandeja e ficou encostado próximo à porta. Me sentei na cadeira para comer, estava mesmo com muita fome.
— Oi cobra, apesar da cara inchada, estou bem. O ataque feroz que sofri do monstro de vocês, já foi controlado. – Respondi, levantando a mão, mostrando estar enfaixada. — E tomei um relaxante muscular que me fez apagar, pensando bem, talvez Lauren tenha me drogado.

— Lauren? 
— Sim, se esse é mesmo o nome da Srta metida. – Respondi, fazendo ele rir.
— É sim, só me surpreende ela dizer a você.
— Bem, negociação faz parte do meu trabalho.
— Então devo alertar Lauren, você pode acabar convencendo ela a te soltar. – Ele disse com humor.
— Acha que tenho chance?
— Huum. – Ele ponderou. — Não, ela é muito durona. 

Ele andou um pouco pelo quarto e parou ao meu lado.

— O que você fez foi muito perigoso, Srta. Você poderia ter escapado.
— Isso não seria nada mal. – Respondi dando de ombros.
— Seria sim, para todos. – Ele disse, me fazendo suspirar, olhei para meu relógio pensando em minha família. 
— Não pode me julgar por tentar.
— Não, não posso, mas preciso que você não faça mais, estamos tentando lhe deixar o mais confortável possível enquanto fica aqui, mas esse tipo de situação não pode acontecer, se não vou precisar te passar para outra cela.
— Existe algo pior que isso? – Perguntei preocupada. 
— Não tenha dúvidas, a que Leroy está, por exemplo.
— Como assim? – Parei de comer para encará-lo.
— Digamos que, Lauren seja um pouco impiedosa quando precisa ser. – Ele respondeu indiferente, dando de ombros.

Não sinto pena de Leroy, sinto nojo, mas, ao mesmo tempo, sei que é parte por minha culpa.
— Ah, bem, eu que tentei fugir, ele não precisa... – Tentei justificar. 
— Não precisa interceder por ele, sei bem do que ele é capaz, é bom colocar o arreio agora.

Antes que eu pudesse responder, Lauren entrou assoviando com uma sacola nas mãos, estava vestindo uma camiseta preta gola v com sua inseparável jaqueta de couro, calça jeans e tênis, seu cabelo estava um pouco molhado, deve ser sábado para ela ter tomado banho. Assim que se deu conta que cobra estava ali, ela foi parando o assovio.

— Cobra. – Ela disse, ficando séria. 
— Oi, Lj.
— Tudo bem por aqui? – Perguntou, olhando para nós dois.
— Sim, vim apenas conversar com Camila sobre sua tentativa de fuga.
— Você contou a ela que vamos prendê-la ao pé da cama com corrente?
— Numa próxima tentativa, sim.
— Já entendi, não vai ter uma próxima. – Respondi e voltei a comer.

O celular de Lauren começou a tocar, ela deixou a sacola do meu lado em cima da penteadeira e atendeu o telefone. Suas respostas eram curtas e diretas. 

— Oi. Sim, tudo certo por aqui. Aham, aham, eu sei, tranquilo. Sim, ela tem se comportado.  – Ela me olhou arqueando a sobrancelha com deboche. — Pode deixar, qualquer coisa te aviso, eu também. Tchau.

— Era o J? – Cobra perguntou. 
— Sim, queria saber se estava tudo certo por aqui, você não contou a ele? – Ela perguntou.
— Preferi dar mais essa chance a Srta Karla Camila.
— Que sorte a sua, Srta Rockefeller. – Ela disse, respondi fazendo um positivo com o polegar, esses dois não me deixam almoçar.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora