30. Arquimedes

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Lauren pov

Era loucura ir à casa dela? Sim.

Mas que inferno essa garota está fazendo na minha cabeça, não sei porque insistir tanto para conseguir algo com ela, é como se eu precisasse disso, pensei ser apenas meu ego por levar um fora atrás do outro... sério, as mulheres sempre querem ir até o final comigo, mas ela simplesmente me ignora quebrando o contato. Mas não é só isso, eu sinto no meu corpo quando estou com ela, de que precisa acontecer algo entre nós, aqueles poucos beijos não são o bastante. Não quero ser uma louca obsessiva, mas acredito que essa ideia fixa só vai passar quando acontecer e eu perceber ser só mais uma mulher comum, nada de extraordinário para ficar tirando minha paz.

Assim espero.

Terminei meu estágio e fui até seu endereço, aproveitei estar bem vestida, assim caso encontrasse alguém a probabilidade de chamarem a polícia era menor, parei meu carro longe da casa e segui a pé fumando um cigarro, a rua estava vazia e sem vizinhos bisbilhoteiros, na verdade, o lugar não era bem o centro de Paris, me surpreendeu a escolha dela de moradia, e quando destranquei a porta e entrei, realmente não era o que esperava de uma Rockefeller.

A casa era pequena com móveis simples e aparência antiga, tudo estava em bom estado e era um lugar aconchegante de fato, mas sem nenhum luxo para uma herdeira, caminhei pela sala imaginando Camila nesse sofá branco de couro ouvindo uma música no rádio, continuei olhando o lugar, passei pelo banheiro e antes de chegar na cozinha, meu celular começou a tocar, levei o maior susto.

Só podia ser meu pai, ele sente quando estou fazendo algo errado.

Alô.
Oi filha, tudo bem?
Tudo bem pai, e você? Esqueceu o caminho de casa? Vovó não para de reclamar sobre sua ausência.
Está tudo bem, sei que estou demorando mais do que imaginamos, mas não tem sido fácil arrumar tudo por aqui e encontrar alguém de confiança para cuidar.
Imagino, mas fique tranquilo, as coisas estão sob controle aqui.
Sei que estão. Cobra me disse que você tem ajudado bastante com a garota.
Ah sim, sempre que posso, dou uma passada lá. – Respondi, tentando conter o sorriso malicioso.
Pelo que sei, é sempre mesmo, e a faculdade?
Não se preocupe com isso, e avise o cobra para não ser tão fofoqueiro, minhas notas estão ótimas.
Já disse que não quero você se expondo tanto, ainda mais agora que ela viu você, esse não era o plano.
Relaxa pai, quando ela for solta, vai voltar voando para seu país, se quer vai lembrar do meu rosto.
Assim espero. Você ao menos tem sido educada? Não queremos provocá-la ainda mais.
Claro, ela até elogiou a hospedaria, disse ser três estrelas.
Falo sério Lauren, ela vale muito dinheiro.
Sei disso, e falo sério também, sou o mais gentil e educada possível. – Tão gentil que ela até quis provar meus lábios como agradecimento.
Que bom, mas limite as informações Ok? Não quero ela sabendo muito sobre você.

Já é tarde para isso, pai.

Pode deixar pai.
Nos falamos depois, se cuida pequena. Estou aqui por você, pro que der e vier.
Eu também. Sempre.

Desliguei o celular guardando no bolso, me senti brevemente culpada por mentir para ele, mas logo passou, ele que me pediu para ser gentil, e eu estava ali fazendo um favor para ela de forma gentil, aprendemos no direito a encontrar brechas legais, sinta-se orgulhoso pai. Subi até seu quarto e vi as tais plantinhas em dois vasos, a aparência não era das melhores o cacto estava tombando pro lado, mas pelo menos estavam pegando um pouco do sol que entra pela janela, fui até a cozinha e subi com um copo de água, imaginei elas agradecendo pela água no deserto.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora