8. Primeiro Dia

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Camila pov

Meu celular tocava incansavelmente, até que tive forças para abrir meus olhos e desliga-lo, para minha sorte coloquei vários alarmes e não estava atrasada. Me espreguicei sentindo todos os meus músculos tensos com aquela cama. 

Assim que sai debaixo da coberta, praguejei por meu pai não me mandar para uma empresa em um lugar mais quente! Tomei um banho rápido e comi uma salada de frutas, ainda de roupão subi para me trocar. O primeiro desafio foi aprender a usar aquele ferro sem queimar minhas roupas, mas por sorte hoje existe a internet, escolhi usar uma calça de couro preta, uma blusa de lã branca com gola alta e um sobretudo marrom, nos pés preferi calçar botas para não correr o risco em escorregar nos resquícios de neve.

Mandei uma mensagem para o Silas que podia vir me buscar, ele chegou pontualmente 07:30, sempre muito gentil e agradável abriu a porta do carro e fomos para empresa. Um curto caminho com menos de quinze minutos, e ele já estava estacionando em frente ao nosso prédio, uma construção moderna e espelhada, não era tão alto como o de NY, mas chamava a atenção com seus vinte andares e bandeiras esvoaçantes na frente. 

— Obrigada, Silas. – Agradeci segurando a mão dele, que me ajudava a sair do carro.
— Estarei aqui esperando pela Srta.
— Não precisa, Silas. Eu te envio uma mensagem quando for sair, provavelmente irei demorar aqui.

Caminhei até a entrada admirando a beleza do local, com muito paisagismo ainda que coberto pela neve fina, tinham vários comércios naquela rua, restaurantes, cafeteria, salão de beleza e lojas de roupa, bem em frente a um parque. O hall estava movimentado, com pessoas apressadas correndo pra lá e pra cá, com seus copos de cafés, ternos e elevadores lotados, fui até a recepcionista para saber o andar da diretoria. 

— Bom dia. – Cumprimentei a recepcionista sorridente, o nome em seu crachá era Louise.
— Olá, bom dia. Seja bem-vinda ao Rockefeller Estrabao Paris, em que posso ajudar?
— Preciso saber o andar da diretoria, e avise o Sr Gold que Camila está aqui.
— Desculpe Srta Camila, mas a Srta, tem hora marcada? Porque não podemos liberar o acesso para diretoria sem hora marcada.
— Entendo perfeitamente, Louise, mas hoje eu começo a trabalhar aqui, só preciso saber o andar. – Pedi um pouco impaciente, ela só estava fazendo o trabalho dela, mas isso está me atrasando.
— Na diretoria? Por favor, qual o seu nome completo que vou procurar em nosso sistema. – Ela perguntou novamente sem ligar para o Gold. Coloquei minha bolsa no balcão e peguei meu documento.
— Karla Camila Rockefeller Estrabao Cabello. – Respondi sorrindo, mostrando minha carteira de motorista.
— Ah. – Ela começou a ficar vermelha. — Desculpe Srta Rockefeller, não sabia mesmo.
— Não tem problema.
— Venha Srta, vou levar você até o elevador da diretoria. – Ela levantou apressada ajeitando a saia, e me mostrando o caminho até o último elevador no canto.
— É o vigésimo andar, e já irei anunciar sua presença. Me desculpe novamente, o Sr Gold me disse que, esperava a senhora Rockefeller, e não uma Srta tão jovem e bonita. – Ela comentou, apertando o botão do elevador.
— Não se preocupe Louise, acontece. E obrigada pelo jovem e bonita. – Respondi de forma sincera, e entrei no elevador.

O elevador todo espelhado com som ambiente começou a subir e logo parou no décimo sexto andar, então um homem entrou com alguns papéis na mão, quando notou minha presença arrumou sua postura.

— Bom dia, está subindo? – Ele perguntou me olhando dos pés a cabeça.
— Bom dia, sim. – Respondi, também olhando discretamente ele dos pés a cabeça. Aparentando seus trinta anos, moreno com cabelos cacheados, barba cheia e muito bem feita, olhos castanhos escuros, lábios e sobrancelhas grossas, usava uma calça preta que marcava um pouco seu corpo, camisa social azul e um blazer preto por cima.
— Você é nova aqui, certo? 
— Sim, hoje é meu primeiro dia.
— Claro, eu me lembraria. – Ele disse, abrindo um belo sorriso e estendendo sua mão. — Muito prazer, Renato Góes. 
— Prazer, Camila. – Respondi limitando meu nome. Ele pegou minha mão se inclinando, e deixando um beijo sobre ela. O elevador parou no vigésimo andar e ele me deu passagem segurando a porta.
 — Seja bem-vinda, Srta Camila, espero te ver outras vezes.
— Obrigada Renato, acredito que ainda vai me ver muito. – Respondi sorrindo.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora