15. S'il vous plait

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Camila pov

Terminei de assinar os papéis da compra do livro e pedi para que entregassem em nossa casa em New York, claro, pagando um adicional por seguro e transporte, pedi um papel e caneta e deixei uma dedicatória para meu avô.

Depois encontrei com Renato no hall, ele estava mexendo no celular com um olhar concentrado na tela.

— Foi uma excelente noite. – Me aproximei dizendo.
— Foi mesmo. – Ele respondeu guardando o celular no bolso. — Gostaria que ela continuasse.
— Quem sabe outro dia.
— Vou cobrar, Srta Camila.
— Pode cobrar, sou uma mulher de palavra.
— Acredito em você.

Renato me estendeu seu braço, ao qual entrelacei o meu, então ele me acompanhou até meu carro.

— Boa noite, Camila. – Ele me deu um beijo no rosto, me fazendo sentir sua barba em minha bochecha.
— Boa noite, Renato. E obrigada pela companhia.
— Estou sempre disponível. – Ele piscou, me fazendo rir.
— Até segunda. – Me despedi e ele sorriu acenando.

O motorista me esperava ao lado do carro, com a porta de trás aberta para minha entrada. Entrei no veículo, e ele fechou minha porta educadamente, se dirigiu ao banco da frente dando partida no veículo. Começamos a ir para meu apartamento, eu estava tão distraída olhando o movimento na rua e as luzes da cidade, que demorei para notar que ele havia feito um caminho diferente, indo cada vez mais para os bairros e menos para o centro.

— Desculpe, mas estamos fazendo um caminho diferente? – Perguntei educadamente me mexendo nervosa no banco. 
— Srta, precisamos fazer uma parada para pegar um colega. – Andreas respondeu calmamente com um inglês horrível, parando o carro em uma rua escura. 

— O quê? Não, não vamos não... – Antes que eu pudesse terminar minha frase, a porta do meu lado foi aberta de supetão e um homem entrou no carro, batendo ferozmente a porta. Meu coração disparou, fiquei sem reação ao ver aquele homem com um capuz no rosto se aproximando, segurava um pano em sua mão. Tentei abrir a outra porta, mas o motorista havia travado as portas e começou a andar com o veículo.

— Hora de dormir, princesinha. – O homem encapuzado se aproximou colocando o pano em meu rosto.

— Saia de perto de mim! – Chutei e desferi alguns socos em seu corpo, mas de nada adiantava ele parecia um armário.
— Socorro, socorro! – Eu gritava e me debatia, mas meu corpo foi amolecendo, ficando cada vez mais leve.

Minha cabeça rodava, sentia meu corpo dormente e ouvia as vozes deles, no fundo, rindo e conversando, o carro acelerava para longe e as luzes da cidade ficavam para trás.

Então eu apaguei.

Ainda sonolenta sou tirada do carro, cada um deles pega em um braço e começam a me arrastar, tento lutar contra, mas é totalmente inútil. Não consigo enxergar nada devido ao pano que cobre meu rosto, mas sinto que estou em um ambiente úmido, frio e cheirando a ferro, meus pedidos de socorro ecoavam longe sem resposta, me dando a sensação de estar em um lugar grande e vazio, o único som que ouço é de água pingando e o assoviar de um dos homens ao meu lado.

Não sei onde me trouxeram, mas sei que só podem estar querendo uma coisa, dinheiro. Espero que seja apenas dinheiro.

Só consigo pensar na minha família e no porque não ter aceitado a oferta do Renato.

— Chegamos. – Um dos homens falou soltando meu braço, pela voz reconheci ser meu motorista. Enquanto o outro me direcionou até uma cadeira, me sentando e amarrando minhas mãos e pés.

— Quem são vocês, por favor me soltem, me soltem!

Eu pedia e me debatia em vão, enquanto os dois riam, o pânico tomava conta do meu corpo, imaginando o que eles fariam comigo.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora