17. Seja Gentil

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Lauren correu para faculdade, precisava entregar alguns trabalhos, por mais que não amasse o curso, não gostava de deixar coisas inacabadas, então terminaria a faculdade nem que seja na força do ódio. Sua manhã passou num piscar de olhos, aproveitou para conversar com sua orientadora sobre o estágio e depois, sem precisar de muita insistência, aceitou o convite pretensioso de uma colega para almoçar na lanchonete do campus.

Retornou no meio da tarde para ver como as coisas estavam. 

— E como está nossa hóspede? – Lauren perguntou.
— Não comeu nem bebeu água até agora. – Leroy respondeu.
— Deixe-a, uma hora ela vai comer. – Lauren disse, dando de ombros.

Foi até a sala do Joca e aproveitou para descansar um pouco no sofá, após algumas horas, levantou sentindo sua energia renovada, seu rosto estava todo amassado e o braço dormente, se espreguiçou e caminhou até a cela onde Camila estava.

— Então? – Perguntou para Leroy, que ainda estava na ronda.
— Nada.
— Ah pronto! Ela vai fazer greve de fome. Pois bem, ela que sabe, não vou ceder ao seu joguinho, garota mimada do cacete. – Lauren colocou seus óculos e foi embora para casa.

No dia seguinte, Cobra voltou para casa sem Joca, chegou com uma expressão cansada, tirando sua mala do carro. Encontrou com Lauren no pátio, a morena tinha um cigarro nos lábios e um copo de café na mão.

— Eai Lauren, como estão as coisas por aqui? – Cobra perguntou abraçando Lauren.
— Tranquilo. – Respondeu indiferente. — Cadê ele? – Lauren perguntou notando que seu pai não estava junto.

— Vai precisar ficar lá por uns tempos.
— Como assim? E você deixou ele sozinho com aqueles caras do Matias?
— Calma, ele está com mais três dos nossos lá. Digamos que Matias acabou perdendo a cabeça com a conversa. – Cobra disse e ficou em silêncio.

— Literalmente? – Ela perguntou e ele assentiu respondendo.
— Sim.

Lauren deu de ombros, já esperava que isso fosse acontecer mais cedo ou mais tarde.

— Então agora que não tem mais sociedade entre eles, Joca vai colocar as coisas nos trilhos por lá. Enquanto isso seguimos por aqui.
— Ok. – Lauren jogou o cigarro e seguiu Cobra para dentro.

— E como está a garota?
— Ela se faz de durona, até agora não comeu nem bebeu nada que deixamos lá.
— Lauren! Não é pra deixá-la desnutrida ou desidratada, precisamos dela bem. – Ele disse seriamente.
— E eu vou fazer o que? Enfiar um soro nela? Se bem que não seria...
— Lauren. – Cobra interrompeu. 
— Ok, ok. Só faz três dias, ela vai ceder. – Lauren respondeu, com um sorriso torto.

Cobra continuou olhando para Lauren, de forma que ela sabia que sobraria para ela de qualquer forma.

— Inferno de garota. – Jogou seu copo de café, e abriu um chiclete de menta.
— Foi você quem ofereceu ajuda. – Cobra respondeu sorrindo. Lauren revirou os olhos, e foi até a cozinha preparar um sanduíche de pasta de amendoim, porque em seus pensamentos, deve ser isso que esses norte-americanos gostam, e junto com uma garrafa de suco caminhou até a cela.

Abriu abruptamente a porta, fazendo Camila se encolher no canto da cama. Andou até ela e deixou o sanduíche e a garrafa ao seu lado.

— Você tem que comer.
— Você não pode me obrigar. – Ela respondeu sem nem ao menos olhar para Lauren.
— Eu posso tentar. – Lauren disse em seu tom mais frio.

Nesse momento, Camila a olhou por baixo de seus longos cílios, arqueando uma sobrancelha.

Ela está mesmo me desafiando? Pensou Lauren.

Ponderou por alguns instantes para não fazer nada de errado, passando a mão sobre seus longos fios tentando buscar calma.

— Não tem nada envenenado ou estragado aqui garota, pode comer, é melhor pra você mesma se manter forte.
— Porque isso te importa?

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora