24. Boa Menina

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Cheguei, então vamos de atualizações ;) 

Camila pov

Já estava na hora de tentar sair daqui, eles não me dão respostas sobre nada e parece que ninguém está me procurando! Aquela conversa com Lauren só me deixou ainda mais confusa, e a maneira que eles estão me tratando surpreendentemente bem, me assusta, será que me esqueceram aqui?

Tentei conversar com o Cobra, ele é sempre gentil, mas sem respostas, Lucca nem ousa abrir a boca de tanto medo, com Lauren, é impossível, essa garota só pensa em flertar comigo, ela me faz ter mais perguntas do que respostas, só me restava mais uma pessoa, sei que é arriscado, mas preciso tentar.

Esperei por dois dias até finalmente, ser esse idiota quem assume o turno da noite, e como era de se esperar, ele apareceu abrindo a janela para me espiar.

— Pensei que essa janela devesse ficar fechada. – Comentei, vendo seu rosto pela janela.
— Vai me dedurar, princesinha?
— Não, eu gosto quando você está aqui. Gosta do que vê? – Perguntei arqueando a sobrancelha.
— Muito.
— Estava pensando em tomar um banho agora, você podia entrar e olhar mais de perto...
— Hum, parece que a princesa está soltando os chifres.
— Qual é, estou há muito tempo aqui, fico carente e sinto desejos... Você poderia me ajudar com isso. – Respondi, sentindo nojo de minhas próprias palavras.
— Com certeza posso.
— Então vem. – Pisquei chamando por ele.

Ele me olhou por alguns segundos analisando a proposta, então caminhei lentamente até o banheiro, já havia deixado a garrafa térmica cheia de água, não era muito, mas precisava bastar, liguei o chuveiro molhando e esparramando sabonete pelo chão, ouvi a porta sendo destrancada, e sabia que ele não podia trancar por dentro.

Esperei ele de costas com a garrafa nas mãos.

— Ainda de roupa? Estou louco pra ver e colocar minhas mãos em seu corpo faz tempo.

Ele caminhou até mim, e quando cruzou a porta do banheiro, me virei batendo com a garrafa na cabeça dele o mais forte que consegui, empurrei seu peito para trás fazendo ele escorregar na água e cair de costas no chão. Eu sabia que tinha poucos segundos para sair dali, ele deu um grito de dor colocando a mão na cabeça e tentou alcançar minhas pernas, mas pulei sobre ele e sai correndo.

A adrenalina tomou conta do meu corpo, senti meu coração latejando, passei pela porta batendo ela, mas não tinha como trancar, ele estava com as chaves. Comecei a correr pelo corredor tentando me lembrar do caminho, virei na primeira a esquerda e continuei reto, me dei conta que tinham pessoas conversando no final do corredor, então voltei pegando o outro caminho.

O final do corredor deu em um labirinto de túneis, finalmente percebi que estava em alguma estação abandonada, uma maldita estação de trem abandonada, toda úmida, com luzes piscando e pichações, parecia um filme de terror.

— Deus. Deus. Me ajuda! 

Eu preciso encontrar um jeito de sair desse lugar, mas é tudo tão grande, começo a vagar pelos túneis sem saber aonde ir, então ouço os passos do brutamonte e vejo a luz de sua lanterna. Não é possível!

Pense Camila, pense! Tem tantos corredores e túneis, escolho o primeiro a minha direita, com pouca iluminação, assim vou poder me esconder, e talvez ele pense que eu não entraria em um lugar desse.

Óbvio que devo ter escolhido o pior! Uma água suja escorria pelo chão com um cheiro muito forte, minhas pernas começaram a doer, parecendo inicio de câimbra. Continuei correndo, sentindo que meu corpo pesava uma tonelada, preciso parar de correr, meus passos na água estão fazendo muito barulho.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora