25. Sim, Chefe

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Lauren Pov

— Hey, Cobra, tudo tranquilo por aqui? – Perguntei, tirando minha jaqueta. 
— Na verdade, não. – Ele respondeu, coçando o cavanhaque. 
— O que foi?
— Camila tentou fugir, mas Leroy a pegou nos túneis, acabaram de chegar.
— Como ela conseguiu? – Perguntei já sabendo que algum idiota vacilou. 
— Ele entrou na cela e ela usou a garrafa térmica pra bater na cabeça dele e depois correr.
— Uau, usando uma garrafa como arma, gosto do estilo dela. 
— Vocês se parecem mesmo. – Ele respondeu, balando a cabeça. 
— Nem de perto, eu teria batido na cabeça, depois no saco, depois na cabeça de novo mais umas três vezes, só pra garantir que ele não levantaria.
— Boa Lauren, dê essas ideias pra ela. – Cobra brincou dizendo.
— Vou ensinar ela depois. Eu avisei que não era pra ninguém entrar, mas agora está tudo bem, certo?
— Então, ela resistiu bastante, melhor você ir vê-la. – Assim que cobra disse isso, não ouvi mais nada, e caminhei com passos apressados até ela.

Não era mais Leroy na ronda, e Lucca não estava com uma cara muito boa. Destranquei a porta de seu quarto e entrei de supetão, quando vi Camila toda encolhida na cama, meu coração apertou, não sei explicar, mas uma sensação tomou conta do meu corpo, corri até ela me ajoelhando na lateral da cama.

— Camila, Camila, olhe para mim. – Pedi tentando ver seu rosto.
— Veio terminar o que o seu capanga começou? – Ela respondeu ríspida.

Quando ela se virou, meu peito pareceu estilhaçar em mil pedaços, seu rosto estava todo vermelho, próximo ao seu olho esquerdo, já começava a ficar em um tom mais escuro, Camila fungava, e quando passou sua mão direita para secar suas lágrimas, notei outro machucado.

— Eu jamais faria nada do tipo. – Peguei em sua mão notando o sangue duro nas marcas. — O que aconteceu? – Camila deu de ombros puxando sua mão.
— Eu tentei fugir, mas o Leroy foi mais rápido, ou melhor, Hércules foi.
 
Ela nem me olhava nos olhos. Senti o peso da arma em minhas costas, queimando por sede de justiça.

— Camila, por quê?
— Que pergunta estúpida! Eu estou presa aqui e quero ir embora, eu já implorei, por favor me deixe ir, eu pago quanto você quiser!

Não me importei com seus gritos nervosos, encontrei a maior calma que existia dentro de mim, e me surpreendi quando minha voz saiu tranquila.

— Eu já disse, não é questão de dinheiro, em breve você vai embora, te dou a minha palavra e quero que você vá sem hematomas. Então por favor, não faça mais essa besteira de tentar fugir.

Quando percebi, estava limpando as lágrimas que desciam por sua bochecha, Camila não desviou o rosto.

— Você está horrível. – Soltei o comentário para provocá-la, Camila revirou os olhos.
— Se não fosse aquele cachorro maldito, e o Leroy medir dois metros, talvez eu tivesse vencido a briga.

Nós duas começamos a rir. Olhei para o canto do quarto onde a garrafa estava, com um amassado enorme, ela bateu com força mesmo... Me fez lembrar de que ainda tinha um assunto para resolver.

— Eu vou resolver isso. Agora tome um banho, percebo que escolheu o túnel errado. – Franzi o nariz sentindo o cheiro, Camila fez uma careta revirando os olhos me fazendo rir.

— Resolver o que Lauren? – Ela perguntou segurando meu braço.
— Fique tranquila, eu já volto, então vamos cuidar desses ferimentos. 

Camila assentiu me soltando, olhei em seus olhos mais uma vez e saí do quarto. Encontrei com o Cobra no caminho até meu quarto.

— Eu quero o Leroy na cela, agora.
— Lauren, calma...
— Eu disse, agora! – Respondi irritada.

Passei em meu quarto para pegar meu soco-inglês, e conferi se minha Glock G25 estava carregada. Voltei a arma para minhas costas e cobri com a camiseta. Caminhei até a cela onde o Cobra já se encontrava com Leroy, ele me olhava com uma cara sem entender nada, estava sentando na cadeira no centro da cela, tinha um galo na testa e uma marca vermelha no rosto.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora