43. Pachamama

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Eu até ia fazer maratona, mas resolvi juntar tudo no mesmo capítulo. Então comentem bastante, deixem o voto e aproveitem o capítulo ;)

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Lauren, estava na casa de sua avó, como de costume aos domingos, sentada na mesa da área externa, observava seu pai, de roupas casuais, cuidando do peixe na grelha que temperava com muito sal e especiarias, enquanto sua vó mexia na horta, colhendo algumas folhas para salada.

— Então, filha, como estão as coisas? – Ele perguntou, embrulhando o peixe no alumínio.
— No geral? – Ela disse, e ele assentiu. — Boas.

Ela respondeu sem detalhes, bebendo um gole de sua long neck. Joca, já conhecia muito bem a filha que tinha, Lauren raramente respondia suas perguntas com detalhes, era sempre raso.

— Vamos lá, quero mais que isso, uma resposta de quatro letras não é o bastante.
— Muito boas? – Ela respondeu com ironia. — Estou bem, pai. Não precisa se preocupar.
— Não estou preocupado, só gostaria de saber mais sobre sua semana, é pedir muito?
— Você tem ficado cada vez mais carente com a idade. – Lauren disse, deixando a cerveja na mesa. — Ajudei a fechar um grande contrato na advocacia, minhas notas na faculdade continuam dando raiva nos professores, e Camila está bem discreta vivendo sua vida normalmente.

— Vamos por partes. – Ele disse, puxando uma cadeira para se sentar, e pegou seu copo de whisky. — Fechou um contrato, hm? Talvez seja a hora de parar com seus serviços por fora.
— Aquele estágio não paga um terço do que ganho com meus trabalhos, só faço porque é obrigatório e bom para manter a imagem.
— Se o problema for dinheiro...
— Pai, você sabe que não é sobre isso. Eu gosto de me sentir desafiada, e calcular imposto de renda ou fechar contratos, não me faz sentir o mesmo.
— Ok, eu entendo, Lauren, mas nossa sede por desafios pode nos levar a lugares perigosos, e não quero você seguindo os mesmos passos que os meus.

Antes que Lauren respondesse, sua vó chegou na conversa, segurando alface e rúcula nas pequenas mãos enrugadas, o cabelo branquinho e as marcas de expressão no rosto, mostravam seus anos de vida, muitas daquelas marcas, causadas pelo estresse e preocupação com o filho caçula. Angelica tinha um sorriso que ia até os olhos, azuis-claros, assim como Joca, mas diferente dele, os dela transmitiam leveza.

— Lauren é esperta demais para isso. – Ela disse, deixando um beijo na cabeça da neta. — Além disso, ela me prometeu que vai dar um rumo na vida sem me dar desgosto, não é mesmo?
— Com certeza, vó. – Ela respondeu, abraçando sua vó pela cintura. Joca balançou a cabeça, sorrindo. — Pai, fique tranquilo, daqui a um tempo meu dinheiro estará trabalhando para mim, e vou exercer minha profissão apenas por hobby.
— Do jeito que você é inteligente, isso não vai demorar. – Sua vó afirmou.
— Vocês duas gostam de se juntar contra mim. Pelo menos para senhora, ela promete algo bom, pra mim é só 'relaxa'. – Joca respondeu, fazendo aspas com os dedos.

Angelica sorriu para seu filho, soprando um beijo no ar e entrou para lavar a salada.

— E, Camila? – Ele perguntou, enquanto servia seu copo de whisky.
— Como eu disse, tudo certo.
— Está de olho nela?
— Sim, pelo menos três vezes essa semana, observei ela no trabalho e em casa. A garota só trabalha e pede comida pelo delivery, mal tem contato com outras pessoas a não ser do trabalho, não temos que nos preocupar.

Lauren respondeu, omitindo a parte que se juntou a Camila, duas vezes para jantar.

— Ótimo, acredito que ela não seja mais um problema.
— E não é.
— Então não precisa mais ir até ela, esse trabalho acabou. – Ele disse, erguendo o copo para brindar.
— Ah, ótimo. – Ela sorriu amarelo, batendo a long neck no copo. — Perfeito, assim terei mais tempo para as minhas coisas.

Libélula. A herdeira Rockefeller - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora