Capítulo 16

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Gustavo Sousa
Para mim, foi muito importante ganhar o campeonato. Ganhar sim, pois ficar em segundo lugar, entre 15 competidores, eu me considero um ganhador. E ver minha família na arquibancada torcendo por mim, só me deu mais determinação.
Saio contente da arena, e vou direto para o vestiário, tomo um banho rápido, e troco-me. Fico aliviado por tirar aquela roupa apertada, e colocar minhas calças jeans, e minha camisa, que são bem mais confortáveis. Agradeço ao meu assistente, e o auxilio para voltar com o Lusitano para escola em segurança, e depois vou encontrar minha família.
Procuro por todo o lugar, e acabo achando-os na calçada, do lado de fora da Horse's. Os meninos estão com a cabeça deitada no colo de Mel, que faz carinho em seus cabelos. Eu aproximo-me silenciosamente por trás deles, e sussurro no ouvido de Mel:

-Oi pequena!

Ela dá um pulo, e seus olhos assustados, quando encontram os meus, brilham de forma intensa.

-Oi amor - diz sorrindo - estou feliz por você!
-Que bom! - digo me sentando ao seu lado na calçada.

Enzo tira a cabeça do colo de Mel, e vem para meu colo, abraçando-me.

-Parabéns papai - diz olhando nos meus olhos.

Eu fico atônito absorvendo a linda palavras que ele pronunciou. Por alguns segundo, sinto que essa felicidade não vai caber dentro do meu peito.

-Obrigado garotão! - digo fazendo uma bagunça em seu cabelo.

Enzo sorri e deita a cabeça em meu peito.

-Vamos amor, eles estão cansados - diz Mel olhando Henry que cochila com a cabeça em seu colo.

Levantamo-nos e eu carreguei Henry no colo até o carro, mas logo ele acordou e caminhou meio cambaleante. Fomos direto para casa, pois todos estávamos cansados. Henry foi direto para nossa cama, ja que por enquanto, eles dormiriam em nosso quarto, em um colchão de casal no chão, até que o quarto deles ficassem pronto. Ainda não tínhamos comprado nada, já que apesar de ter quase certeza de que conseguiríamos a guarda, ainda não era 100% de certeza.
Eu fui tomar banho e dar banho no Enzo, enquanto Mel foi fazer a janta.
Henry não tardou a acordar, e jantamos todos juntos. Eu estava adorando isso de ter uma família.

Melissa Fortunato
Depois de alimentar os meninos, e garantir que estavam satisfeitos, eu fui arrumar a cozinha, e cuidar de mim. Tomei um banho tentando relaxar, mas minha cabeça dava voltas pensando em tudo que eu teria que resolver em um tempo recorde. Aqui em casa tem uma suíte, que é nosso quarto, e mais dois quarto de hóspedes. Como os quartos são grandes, pretendemos decorar apenas um para os dois meninos, pois eles sempre foram tão unidos, e não vejo o porque de colocar um em cada quarto. Tenho que tirar um dia para levá-los ao shopping, e comprar roupas e calçados, já que cada um veio apenas com uma mochila de costas com suas roupas. Além de ter que procurar um colégio para eles aqui perto de casa, pois pelo que sei, eles estudam em uma escola estadual, onde o ensino não é lá essas coisas. Só que não acaba aqui. Ainda temos que incluí-los em nosso convênio, e herança, e refazer todos os seus documentos.
Bastante trabalho, mas que sem dúvidas valerão a pena.
Saio do banho, e troco-me, colocando um pijama de frio, a temperatura caiu repentinamente, e o friozinho que eu tanto gosto está de volta.
Depois de trocar-me, vou para sala ficar com os meninos. Damos um jeito para que nós quatro ficássemos no mesmo sofá, e assistimos ao filme Garfield. Apesar de ser antigo, e de eu ter assistido várias vezes, eu ainda achava o filme uma graça. Enzo dormiu antes mesmo do fim, e logo que acabou fomos para o quarto. Organizamo-nos bem, e dessa vez só os meninos iriam dormir no colchão.

-Henry, vai escovar os dentes por favor - peço esticando o lençol sobre o colchão.

Henry vai para o nosso banheiro, e volta alguns minutos depois com o pijama sujo de pasta de dente. Quando me vê observando-o, me dá um sorriso amarelo.

-Bela arte mocinho - digo fingindo estar brava.
-Foi mal - fala dando os ombros.
-Tudo bem vai. Põe no cesto e veste outra - digo enquanto coloco Enzo no colchão.
-Não tenho outra, o pijama que você me deu está pra lavar - diz Henry envergonhado.
-Hey - levanto-me e vou até ele - tá com vergonha de que? Lembra que eu sou sua mãe agora, e que tudo que você precisar pode falar pra mim. Sem vergonha - digo alisando seu cabelo - vou pedir para o Guto emprestar uma camiseta dele, e amanhã mesmo vamos comprar roupas novas para vocês.

Ele me dá um sorriso satisfeito, e senta-se no colchão enquanto vou atrás de Guto. Encontro-o bebendo água, bem distraído.

-Amor, faz favor de emprestar uma de suas camisetas para o Henry - digo entrando na cozinha.

Ele vira-se ao ouvir minha voz, e guarda a jarra de água de volta na geladeira.

-Porque, o que houve? - pergunta.
-Ele sujou o pijama com pasta de dente, e o outro que eu dei está pra lavar - justifico abraçando meu marido.

Guto recebe-me em seus braços, e descansa o queixo em minha cabeça.

-Tá certo, vamos lá.

Retornamos ao quarto, e Guto procurou a menor camiseta que tinha, o que ainda não foi o suficiente, já que ficou enorme em Henry.

-Ficou um pouco grande - diz Henry olhando para a camiseta que já vestia. A mesma estava na altura de seus joelhos.
-É, só um pouquinho - diz Guto engraçado.
-Não tem problema querido, ninguém vai te ver dormir assim mesmo - digo.
-Tem razão - diz soltando um sorriso espontâneo.

Eu ajudo-o a aconchegar-se no colchão ao lado de Enzo, e depois ocupo meu lugar em minha cama. Meu corpo agradece quando meus músculos relaxam, e eu fico totalmente satisfeita. Guto que estava no banheiro volta alguns minutos depois, e deita-se ao meu lado, grudando nossos corpos para um longa noite de sono.

(...)

Apesar de ser quarta-feira, não fomos trabalhar, pois tínhamos muito o que resolver. O dia começou agitado, e depois de preparar o café, dar banho nos meninos, e me arrumar, fomos começar o primeiro compromisso do dia: refazer os documentos.

Não demorou muito para tirar as fotos 3X4, e fazer os novos documentos dos meninos, mas tudo só ficaria pronto daqui 15 dias. Depois disso, seguimos para o shopping, onde gastei mais do que devia comprando roupas e calçados para os meninos. Minha sorte é que tenho um marido maravilhoso que quer dividir tudo comigo, na verdade ele preferia pagar tudo sozinho, mas não acho justo. Primeiro porque eu trabalho, e segundo porque tenho um bom dinheiro guardado da época em que eu modelava.
Aproveitamos aonde estávamos e almoçamos por lá mesmo. Os meninos e Guto optaram por lanches, mas eu fiquei com meu prato verde mesmo, para manter as calorias equilibradas.
Depois fomos para uma loja que fabricava móveis planejados. Graças ao playground disponível para os clientes da loja, Enzo e Henry ficaram o tempo todo entretidos, deixando-nos bem tranquilo para planejar o seus quarto.
O projeto era basicamente simples, móveis na cor clara, duas camas de solteiro, um grande guarda-roupa de canto de parede, uma escrivaninha, e dois criados mudos. Nada demais. A decoração eu ia comprando aos poucos.

Ao dirigirmos-nos de volta para casa, deu-me um estralo na mente. Sabe quando você fica totalmente aérea, sem nem lembrar das coisas? Pois bem, eu sempre faço isso. Mas o fato é que, ao decorrer desses dois meses que passaram-se, eu coloquei meus pais e meus sogros a parte de tudo que estávamos passando em relação a adoção, e eles estavam loucos para conhecer os meninos, e eu acabei esquecendo-me. Fiz uma nota mental, para que amanhã, depois de visitar algumas escolas, possamos passar lá na casa de meus pais, para que eles conheçam nossos filhos. Já que meus sogros ficariam só pro fim do ano, nas férias, pois os mesmo moravam no interior de Minas Gerais.
Fomos para casa, e ao chegar, Henry e Guto engataram em uma competição de futebol no videogame. Eu levei Enzo comigo para o quarto, e enquanto eu assistia um programas sobre moda, dei meu celular para ele jogar joguinhos. Enzo entrete-se com qualquer coisa, e logo ele estava absorto em seu joguinho Happy Jump. Eu distraí-me com a TV, e só voltei a prestar atenção à realidade quando um barulho de estilhaço chamou minha atenção. Eu olhos desesperada para meu lado, e vejo Enzo de pé, com as duas mãos na boca em forma de espanto. Sigo seu olhar que estava voltado para o chão, e vejo meu celular estilhaçado. Olho para o Enzo em busca de respostas, e ele começa a chorar desesperadamente, e entre um soluço diz com a voz embargada:

-Não me bate! Não me bate!

Recém Casados - Livro 2 - Duologia Mel&GutoOnde histórias criam vida. Descubra agora