Capítulo 28

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PARTE 1

Melissa Fortunato
Nossas férias seguiram tranquilas, mas cada dia que se passa, eu sinto-me pior. Minhas costas já estão começando a doer se fico em uma mesma posição por um longo tempo. Não consigo mais pegar os meninos no colo, e nem ajudá-los no banho, minha barriga já está atrapalhando. E o sono então? Parece que acabei de voltar da guerra. Além de querer dormir o dia todo, vivo com fome. Meu humor também deu as caras, e vive oscilando. Guto tem sido tão fofo comigo, apesar de tudo, ele continua sendo o melhor marido e o melhor pai do mundo!
Nos últimos dias, fomos no sítio do vô Tito e da vó Luísa. Foi gostoso passar alguns dias lá, mas logo voltamos para a fazenda dos meus sogros, pois nossas coisas estavam todas por aqui.
Essa semana Guto foi para o centro de BH ver como andava a obra da filial. Iríamos todos, mas no dia não acordei muito bem, e infelizmente ele teve que ir sozinho. Pedi que ele convidasse Thales e Beatrice para passar o natal e o réveillon conosco, e felizmente eles aceitaram. Além deles, a vó Luísa, o vô Tito, e meus pais, também viriam passar o final de ano conosco. Estamos organizando-nos para fazer uma confraternização bem legal.

(...)

Hoje é véspera de natal, e imagina só a correria que está essa casa! Eu acordei preguiçosa, e enrolei para levantar da cama que Guto já não estava mais. Mas logo uma cabecinha loira entrou correndo no quarto.

-Mamãe, o papai está indo na cidade, eu e o Henry vamos também tá? - avisa Enzo com as bochechas vermelhas de correr.
-Bom dia Enzo - cumprimento.

Ele sobe na cama devagarinho e vem bem pertinho do meu rosto, tira os fios de cabelo da minha bochecha, e me dá um beijo gostoso.

-Bom dia mamãe - depois dá um beijo na minha barriga por cima do edredom - bom dia irmãzinha.

Eu posso com tanta fofura?! Assim como o pai, os meninos também pegaram mania de ficar mexendo com minha barriga.

-O papai também mandou falar que a tia Bea já tá chegando.
-Já já vou levantar - digo esticando-me na cama.
-Tamo indo tá mamãe?
-Tá bom meu amor, manda um beijo para o Henry e outro para o papai, tá? - peço arrumando seu cabelinho.
-Tá! - diz levantando-se da cama.
-Amo você querido!
-Também! - ele grita saindo correndo do quarto.

Qualquer dia desses, se espatifa no chão com essa correria toda!
Venço a preguiça e levanto-me da cama. Ajeito os lençóis, e guardo os edredons no guarda-roupas. Procuro um vestidinho em minha mala, ultimamente é uma das poucas coisas que anda servindo em mim. Visto um vestido de malha, na cor azul, com umas preguinhas na cintura, o que faz com que minha barriga fique ainda mais saliente. Escovo meus dentes, e prendo meus cabelos em um coque, esse calorão do interior é de matar! Pego meu celular, vejo que são 11h24min. Ando dormindo demais, e o pior é que sinto que, se eu voltasse pra cama, eu dormiria até o final da tarde.

-Bom dia fia - cumprimenta-me meu sogro enquanto desço as escadas.
-Bom dia seu Jorge - ele olha-me feio e eu corrijo - Jorge - digo sorrindo.
-Como está minha netinha? - pergunta afetuoso.
-Está bem - digo alisando minha barriga - hoje acordou calminha.
-Que bom! Vá se alimentar, que agora você precisa comer por dois!
-Opa! Essa é uma das melhores partes - digo sorrindo.

Caminho em direção a cozinha, e vejo o café esperando-me no canto da mesa. Como um pouco de tudo, mas evito coisas gordurosas. Prefiro ficar com as frutas, e torradas com geléia, pois morro de medo de passar mal.
Quando termino, arrumo a mesa, e lavo a louça. É engraçado como sinto-me bem aqui na casa dos meus sogros, eles tratam-me tão bem!

-Bom dia cunha! - diz Benício entrando na cozinha.

Ele também mora na capital, foi para fazer faculdade, e acabou conhecendo a Clara, sua namorada, e não quis mais voltar. Bê chegou no comecinho da semana, e foi a primeira vez que eu tive a oportunidade de conhecê-lo realmente, pois lá na capital, a gente mal se vê. E assim como a Ju, Benício é um amor!

-Bom dia Bê! Já tomou café? Acabei de guardar - digo secando minhas mãos em um pano de prato.
-Relaxa - diz mordendo uma maçã que pegou da fruteira - se eu comer agora, não almoço.
-E a Clara? - pergunto por sua namorada.
-Foi com a Ju na cidade.
-Danadas! Nem me convidaram! - digo fingindo irritação mas logo solto uma gargalhada.
-Elas até queriam, mas minha mãe proibiu. Disse que o centro nessa época do ano é muito movimentado, e você com esse barrigão, ficar andando no meio de um tumulto, em baixo do sol, segundo ela: 'nada saudável' - diz afinando a voz na última parte.
-Só você Bê! - falo rindo da sua frustrada imitação de voz feminina - e dona Mara, sabe onde está?
-Tá lá no fundo, enfeitando tudo com aqueles trequinhos natalinos - fala dando mais uma mordida em sua maçã.
-Vou lá ver se ela precisa de ajuda.

Caminho em direção aos fundos do casarão, onde há uma área de lazer linda. Uma parte do chão é de madeira e coberta, a outra parte do quintal tem uma grama verdinha e exposta ao sol. Na parte coberta tem uma enorme mesa de madeira rústica, uma churrasqueira, e uma pia.
Encontro minha sogra lavando várias frutas na pia, e colocando todas as lavadas em uma grande vasilha.

-Bom dia Mara! - digo sorridente.

Caminho até ela, e dou um beijo estalado em sua bochecha.

-Bom dia querida, acordou bem hoje? - pergunta afetuosa.
-Acordei ótima!
-Que bom! - diz sorrindo.
-Quer ajuda? - questiono olhando o lindo sol que irradia no horizonte.
-Não fia, pode ficar descansando.
-Que isso Mara?! -pego a vazilha de cima da bancada e sento-me na mesa - quer que eu corte? Sei fazer uns cortes legais para decorar a mesa de frutas.
-Então vou aceitar Mel. Esse ano estou meio perdida nas quantidades, mas estou muito feliz por ter tanta gente aqui para passar o final de ano! Você sabe que eu adoro a casa cheia! - diz contente.
-Eu também adoro! Ainda mais com as pessoas que eu amo - digo toda sentimental.

Ficamos conversando amenidades, enquanto eu faço minha arte nas frutas. Dona Mara é aquele tipo de pessoa que tem assunto para toda hora. Por mim, passava o dia todo batendo papo com ela.

-Acho que terminei por aqui - digo exibindo as frutas em vários formatos bonitinhos.
-Ai que lindo ficou Mel! - fala minha sogra.
-Ficou bom?
-Ficou ótimo! - diz sorrindo - vou levar lá pra dentro, pra colocar na geladeira. Tem umas caixas com enfeites de natal do lado da churrasqueira, se quiser ir espalhando por aqui, fica a vontade - fala pegando a vasilha de frutas e entrando para dentro de casa.

Caminho até duas caixas de plástico grande, que estão em cima de uma cadeira ao lado da churrasqueira. Abro uma delas, e tem vários enfeites, um mais fofo do que o outro. Empolgo-me, e começo a espalhar enfeites natalinos por todo lugar. Logo a primeira caixa esvazia, e sobra apenas uns pequenos cartazes com imagens de natal. Olho ao redor, tentando encontrar um lugar estratégico para posicioná-los, e vejo que a parede creme ao fundo da mesa de madeira rústica, é o lugar ideal. Passo fita adesiva no verso dos cartazes, e puxo uma cadeira para subir em cima, e colá-los no meio da parede alta. Fico distraída, colando os cartazes, pensando na vida, até que sinto duas mãos fortes agarrando-me pela cintura.

-Pequena você é maluca? O que você está fazendo em cima dessa cadeira? Imagina se você cai? - fala Guto pegando-me no colo.

Não sei como ele ainda consegue, eu já engordei 5 quilos.

-Só estou colando esses cartazes natalinos, não tem perigo algum - digo relaxada.
-Dá aqui que eu colo, não quero você sofrendo riscos - fala divertido, mas ao mesmo tempo sério.

Guto ajuda-me a colar o resto do cartazes, enquanto conta-me o que eles aprontaram na cidade. Vira e mexe, ele me rouba uma selinho, o que faz-me sorrir sem motivo. Como fui privilégiada com esse homem meu Deus!

Recém Casados - Livro 2 - Duologia Mel&GutoOnde histórias criam vida. Descubra agora