Capítulo 25

1.2K 95 2
                                    

MESES DEPOIS...

Melissa Fortunato
Estava fechando a última mala com os brinquedos dos meninos quando Guto entrou no quarto.

-Meu Deus, vocês estão de mudança? - pergunta rindo.

Estava arrumando as coisas para passarmos o final do ano lá em Minas Gerais, com os pais do Guto, e a Vó Luisa e o Vô Tito. Guto também aproveitaria para ver o andamento da obra da filial por lá, e eu para ver a Bea. Meus pais também iriam, mas só no dia 20 de dezembro. A gente aproveitou que as férias dos meninos chegaram logo, e estamos indo hoje mesmo, dia 5. Eu estou arrumando nossas coisas, e nunca imaginei que ter filhos obrigariam-nos a levar tantas coisas.

-Pior que ainda estou com medo de ter esquecido alguma coisa - digo ao Guto.

Ele senta-se ao meu lado, e pousa uma de suas mãos na minha barriga. Eu já estava de quatro meses e pouquinho, as roupas já estou começando a não servir, mas graças a Deus não tive enjôos e mal estar.

-Oi filha, está tudo bem aí dentro? - fala Guto com minha barriga.

Tínhamos descoberto o sexo na última consulta. Imagina só a emoção de sabermos de depois de dois meninos agora vamos ter nossa tão sonhada menininha! Ficamos radiantes. Guto tornou-se ainda mais babão, e cuidadoso.

-Tá chutando - digo sorrindo contente, e colocando a mão do Guto para sentir.
-O papai tá muito ansioso pra ver o seu rostinho amor - continua Guto.

Eu sempre fico emocionada vendo ele falar com minha barriga. Todos os dias ele faz isso, o que acabou incentivando os meninos, que sempre que me vê, mexem com minha barriga.

-Amor, cadê os meninos? - pergunto dando um nó nos meus cabelos que estavam soltos.
-Estão na quadra jogando bola, eu vim ver se estava tudo bem.
-Está tudo ok, só me ajuda a pegar aquela mala ali - peço apontando para a parte de cima do guarda-roupa dos meninos, onde eu não alcançava.
-Mais mala? Desse jeito vamos ter que ir de caminhão - diz rindo.
-Para de ser besta! Acabei de lembrar que não peguei os calçados de ninguém.
-Pra mim só precisa levar os chinelos, pois já vou de tênis - informa Guto.
-Para você e para os meninos chinelo e tênis está bom, mas pra mim não. Tenho que levar umas duas sandálias, uma sapatilha, um tênis pra caminhada, uma anabela pro natal... - digo enumerando com os dedos.
-Aiw! Vocês mulheres são muito complicadas - diz Guto rindo.
-Vocês porque? Anda andando com várias mulheres por aí pra saber que todas são complicadas? - aproveito para alfinetá-lo um pouquinho.
-Aiw ciumenta! - diz dando-me um selinho.
-Meça suas palavras parça - digo como Henry, o que nos faz rir.

(...)

Conseguimos sair de casa às 10h. Eu comprei uma bolsa térmica para colocar algumas garrafas de água, e também trouxe uma sacola cheia de besteiras para comermos durante o caminho. A viagem é longa, por volta de 9hs até Belo Horizonte, e mais 1h e pouquinho até a cidadezinha em Minas Gerais que meus sogros e meus avós moram. Claro que vamos parar para almoçar em algum restaurante, mas com criança pequena é melhor estar prevenido. Confesso que gosto de avião, mas se não formos de carro, chegando lá em Minas Gerais não temos como ficarmos passeando de táxi.

-Mãe a viagem é longa? - pergunta Henry assim que Guto coloca o carro em movimento.
-Um pouquinho amor, vai dar pra dormir bastante - digo.
-Trouxe o tablet mamãe? - pergunta Enzo.
-Trouxe sim - pego o aparelho, e entrego a ele.

Trouxe de tudo. Trouxe os dois tabletes dos meninos, trouxe um livro para Henry que gosta de ler, trouxe folhas e lápis para Enzo, trouxe alguns carrinhos e alguns bonecos. Eu sei o quanto é entediante a viagem, mas quero torná-la o mais agradável possível. Guto pousa uma de suas mãos em minha perna e fica fazendo carinho, enquanto dirige com a outra.

-Se quiser que eu dirija um pouco é só falar - digo.
-Até parece Mel, ainda mais você estando grávida! - fala revirando os olhos - às vezes você tem cada ideia - diz rindo.
-É que a viagem é demorada Guto, você pode se cansar.
-Eu sei meu amor, mas eu já fiz essa viagem várias vezes, e eu nunca deixaria você dirigir - diz carinhoso.
-Que pensamento machista! Saiba que eu dirijo melhor que você! - falo em tom de brincadeira.
-Eu sei querida, por isso quero que você guarde esse seu dom no volante pra você, sabe?! Vamos mantê-lo em segredo - diz brincalhão.
-Seu besta! - digo dando um tapa de leve em seu braço.

(...)

A viagem transcorreu tranquilamente. Por volta das 12h30min paramos em um restaurante para almoçar, e depois seguimos viagem.

Depois de brincarem com tudo que eu havia trago, os meninos passaram a ficar inquietos.

-Já estamos chegando? - pergunta Henry.
-Ainda não filho - diz Guto olhando-o pelo retrovisor.
-Já estou cansado papai - reclama Enzo.
-Dorme um pouquinho - sugere Guto.
-Mas vocês prometem me acordar quando chegarmos? - pergunta ansioso.
-Prometo - diz Guto sorrindo.

Ai filho, mal você sabe que vai dar para a você dormir e acordar e ainda não vamos ter chegado!

(...)

16h foi quando fizemos nossa segunda parada. Além de eu estar com a bexiga estourando, os meninos já estavam com fome novamente. Eu ficava meio preocupada com essas paradas, pois eu queria chegar cedo em Minas Gerais, primeiro porque tenho medo de viajar de noite, e segundo porque quero passar a noite dormindo em uma cama. Se continuarmos nesse ritmo, por volta das 21hs e pouco, chegamos ao sítio dos pais de Guto, combinamos de ir para lá primeiro.

Os meninos tomaram um delicioso café da tarde, que eu não resisti em acompanhar. Já Guto não comeu, ele reclamava de mal estar por estarmos viajando.

-Amor, toma pelo menos um suco - sugiro preocupada.
-Eu realmente não me sinto bem comendo pequena - diz passando a mão no cabelo.
-Mas fico preocupada, você aí de barriga vazia.
-Não fique - fala carinhoso, passando a mão na minha barriguinha já saliente.

Alguns minutos depois voltamos para estrada, e de barriga cheia os meninos não demoraram a dormir. Eu e Guto nem conversamos com medo de eles acordarem. Acabou que todo aquele silêncio, e o solzinho fraco batendo em meu rosto, deu-me um sono tremendo.

(...)

Por algum milagre nosso sono rendeu, e eu só fui despertar às 19h30min. Acordei com o corpo quebrado, não via a hora de poder esticar as pernas e deitar em algum lugar mais confortável. Meus meninos estavam dormindo todos tortos no banco de trás, o que dava-me um dózinha danada. Mas eu estava feliz por eles estarem dormindo, assim o tempo passaria rápido, e quando eles acordassem já estaríamos quase chegando.

-Acordou bela adormecida? - diz Guto sorrindo.
-Acho que sim - digo ainda sonolenta.
-Os meninos embarcaram em um sono pesado - fala olhando rapidamente para trás.
-Que bom né, mas vão ficar com o corpo todo dolorido - falo preocupada.
-Vão mesmo, essas cadeirinhas não servem pra nada.

Ficamos conversando baixinho e eu não via a hora de chegarmos. Graças a Deus já estávamos pertinho.
Os meninos só foram acordar lá pras 21h. Já estávamos em Minas Gerais, e em alguns minutos chegaríamos a cidadezinha que meus sogros moravam.

-Ai mamãe meu pescoço! - reclama Enzo.

Debruço-me para trás e seguro seu pescoço com uma das mãos.

-Já passa já, fica com ele durinho tá? - digo.
-Tá - fala fazendo uma careta.

Henry não diz nada, ele custuma demorar a acordar completamente.

-Já está chegando? - pergunta depois de alguns minutos acordado.
-Quase, mais uns 10 minutinhos - fala Guto.

(...)

Recém Casados - Livro 2 - Duologia Mel&GutoOnde histórias criam vida. Descubra agora