Melissa Fortunato
A reação de Enzo me deixou em choque. Eu não esperava que o medo fosse tão presente em sua vida, e vê-lo tão temeroso, acabou comigo. Depois de nossas juras, eu dediquei-me a mimar ainda mais meus filhos, definitivamente eles merecem toda atenção do mundo.(...)
Mais um dia amanheceu, e hoje Guto vai trabalhar, os meninos vão para a antiga escola, e eu vou procurar um novo colégio para colocá-los. Foi uma correria louca para dar conta de arrumar os dois, e fazer o café da manhã à tempo. Saímos de casa correndo, e Guto foi com seu carro, e eu com o meu, já que deixaria os meninos na escola.
Depois fui em três colégios particulares. Fora a mensalidade absurda, os colégios eram tudo de bom. Ofereciam, além das disciplinas normais, espanhol e o inglês, além de incentivar o esporte. Eu gostei bastante, mas o melhor deles era o Colégio Espártaco, pois ficava perto da escola de equitação do Guto, o que facilitaria bastante para nós.
Depois de visitar os colégios, fui trabalhar um pouco. Guto estava dando suas aulas, e eu tranquei-me em minha sala para dar conta do dia anterior, que não trabalhei. Acho que era hora de contratarmos um novo funcionário para auxiliar na contabilidade da escola, já que agora eu tenho uma dupla jornada de trabalho. Ser mãe, exige bastante tempo, e estou disposta a dedicá-lo à Enzo e Henry.
O tempo vôou, e quase perco o horário de ir buscar os meninos. 12h30min, eu saio da minha sala, indo à procura de Guto. Encontro-o no estacionamento, conversando com um dos seguranças.-Guto - chamo de longe.
Ele despede-se do segurança, e caminha em minha direção sorrindo. Mesmo já estando casados há 9 meses, ele continua totalmente atraente para mim. Seu sorriso é como um raio de sol, que ilumina minha vida e torna meus dias mais alegres. Seu jeito de falar, todo caipira, suas manias e toques, tudo nele, é perfeito para mim.
-Oi pequena, não sabia que você estava aqui - diz abraçando-me após dar-me um selinho.
-Vim trabalhar um pouco - digo dando um fungada em seu pescoço.
-Foi ver um colégio para os meninos?
-Uhum, e gostei do Colégio Espártaco, aquele prédio espelhado na avenida aqui em baixo.
-Pode ser então - fala dando dois beijos em meu pescoço.
-Só a mensalidade que é um pouco cara - informo.
-Tudo bem, por eles vale o sacrifício.Guto beija meus lábios com vontade, e só não aprofundo o beijo, pois lembro-me que estamos no estacionamento da escola.
-Estamos no estacionamento amor - digo desgrudando as nossas bocas - estou indo buscar os meninos agora, e depois vou levá-los na minha mãe - informo.
-Vou com você - diz me roubando um selinho.
-Terminou os compromissos de hoje? - questiono surpresa.
-Aham, só dei aula de manhã. Vamos com meu carro, e depois peço para alguém levar o seu pra casa - diz.
-Certo.Encaminhamos-nos até o carro de Guto, e fomos para a escola dos meninos. Era engraçado como o carro de Guto chamava atenção, estacionados em frente a porta da escola, e não teve um que não parou para olhar. Eu desci rapidamente, e fui até o portão pegar os meninos que já esperava-nos.
-Oi amores - digo dando um beijo no Enzo e depois em Henry.
-Oi mamãe! - diz Enzo alto, como se quisesse que todos os seus amiguinhos ouvissem.Eu sorrio feliz, e pego suas mochilas.
-O papai espera vocês ali no carro - digo apontando o carro.
Eles saem em disparada, e eu sigo-os rapidamente. Antes de entrar no banco da frente, certifico-me de que a porta de trás estava fechada. Depois acomodo-me no meu lugar e coloco o cinto.
-Colocaram o cinto? - pergunto aos meninos.
-Sim! - responde Henry.
-Como foi o dia de vocês? - questiona Guto.
-Muito legal papai! Hoje eu brinquei no parquinho - fala Enzo todo empolgado.
-E você Henry? - pergunto.
-Foi legal também, hoje fomos na biblioteca - diz sorridente.Não é novidade que Henry gosta de livros, e eu fico muito contente, pois sou uma apressiadora nata de bons livros. Sinto falta da minha adolescência, quando eu não tinha nada pra fazer, e lia até dois livros em um único dia. Bons tempos!
-Vou levar vocês para conhecer a minha mãe Liz, e meu pai Paulo.
-Nossos avós? - pergunta Henry.
-Uhum - confirmo balançando a cabeça.
-E os pais do papai? - questiona Enzo.
-Eles moram um pouquinho longe filho, mas quando chegar as férias vamos ir pra lá - diz Guto.
-Lá é legal? - pergunta Enzo curioso.
-Muito. Tem varias cachoeiras, cavalos...
-Já gostei! - diz Enzo empolgado.O resto do caminho até a casa da minha mãe fomos contando sobre Minas Gerais. Realmente é uma terra de grandes belezas.
Quando chegamos e descemos do carro, e eu apertei a campainha, notei que Henry estava um tanto tímido.
Minha mãe vem abrir o portão uns minutos depois, e está bela como sempre. Apesar de estar na cada dos 50, é uma linda mulher, dizem que me pareço muito com ela. Sinto falta de tê-la bem presente em minha vida, mas a correria do dia a dia atrapalha um bocado.-Oi mãe - digo quando ela destranca o portão.
Observo seus olhos admirados ao ver Henry e Enzo ao nosso lado.
-Esses são meus filhos: Enzo e Henry - apresento-os.
Minha mãe olha os dois emocionada, e dá um beijo na bochecha de cada um.
-Oi meninos, eu sou a vó Liz - diz minha mãe sorridente.
-Oi vó - diz Enzo, o mais desinibido.
-Oi - fala Henry tímido acenando com a mão.
-Oi sogra - comprimenta Guto depois das apresentações.Os dois se abraçam rapidamente, e entramos para dentro da casa. Meu pai, já aposentado, esperava-nos na sala, e como minha mãe, ficou muito feliz em conhecer os meninos. Aos poucos, Henry foi se soltando, e eu até um 'Vó' e 'Vô' ele disse. Minha mãe como sempre, encheu-nos de comidas gostosas e calóricas, mas abri um excessão, e não fiquei com paranóia. Os meninos já estavam sentindo-se em casa, quando vi que já era hora de irmos embora.
-Mas já? - pergunta minha mãe triste.
-Prometo tentar voltar com mais frequência. E agora, você tem um motivo à mais para ir me visitar! - digo apontando para os meninos.
-Tem razão - diz sorridente.
-Dê tchau para seus avós - digo aos meninos.Eles despedem-se e fomos embora. Chegamos em casa 20h, pois pegamos um pouco de trânsito. Guto foi tomar banho e dar banho nos meninos, enquanto fui preparar a jantar.
(...)
Eu estava morta de cansaço, enquanto tentava fazer Enzo terminar o dever de casa.
-Vamos Enzo, termina isso logo - digo um tanto irritada.
-Calma mamãe, estou desenhando um jogador de futebol! - diz com um sorriso sapeca.
-Mas não é isso que a atividade está pedindo, faz o que está escrito.
-Não não mamãe. Deixa eu desenhar o que eu quero! - diz manhoso.Isso é sinal de sono, já são 23h, e hoje ele acordou às 6h.
-Gustavo, vem ajudar seu filho fazer lição - digo levantando-me da mesa e indo pro quarto.
-O que foi? - pergunta Guto com o rosto amassado.
-Ele quer desenhar um negócio nada a ver, e não quer terminar a lição.
-Tá bom, deixa comigo. Vai dormir bebê, o Henry já está deitado - diz dando-me um selinho e indo para a sala de jantar ajudar o Enzo.Vou para o nosso quarto, e Henry está assistindo um desenho em nossa TV. Eu escovo meus dentes, e antes de deitar-me, dou um beijo no Henry.
-Boa noite querido, dorme com os anjos.
-Boa noite mãe.
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Recém Casados - Livro 2 - Duologia Mel&Guto
RomancePLÁGIO É CRIME ! No Código Penal Brasileiro, em vigor, no Título que trata dos Crimes Contra a Propriedade Intelectual, nós nos deparamos com a previsão de crime de violação de direito autoral - artigo 184 - que traz o seguinte teor: Violar direito...