Capítulo 14

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Melissa Fortunato
Desperto por conta do desconforto, e quando abro os olhos acabo notando que dormi no colchão com os meninos. Enzo continua com os bracinhos sobre mim, assim como na noite anterior, eu penso em levantar, mas decido aproveitar um pouco mais dessa preguiça matinal.

(...)

-Já acordou titia? - pergunta o Enzo assim que abre os olhos.
-Já querido, faz um tempinho até...
-Adorei dormir com você - diz todo carinhoso.
-Eu também amor - digo dando um beijo em sua testa - o que acha de levantarmos e preparar um delicioso café?
-Legal! - diz sorrindo.

Eu me levando devagar, e assim que estou de pé, puxo as mãozinhas de Enzo para levantar comigo. Fomos no banheiro, e diferente de Henry, Enzo não fez cerimônia e fez xixi na minha frente mesmo. Eu escovei meus dentes, e ajudei-o escovar os dele, lavamos o rosto, e sem fazer barulho saímos do quarto.

-Eles vão demorar pra acordar? - pergunta Enzo ansioso.
-Não sei querido, mas acho que não, já são 11h.
-Tudo isso titia? - questiona chocado - nunca durmi tanto!
-Não? - digo rindo da sua reação - pra tudo tem sua primeira vez!

Enzo solta uma gargalhada gostosa, e coloco-o sentado em uma das cadeiras altas da cozinha.

-Acha que devemos fazer um café da manhã, ou um almoço? - pergunto para Enzo.
-Eu gosto de panquecas!
-Então prefere café da manhã?
-Prefiro panquecas! - diz engraçado.

Vou até a geladeira e começo a preparar panquecas com mel, enquanto peço para Enzo lavar alguns cachos de uva, e alguns morangos. Logo Henry e Guto se juntam a nós, e ajuda-nos a terminar de preparar nosso café. Finalmente tudo estava pronto, e tínhamos uma enorme mesa de café da manhã, quase da tarde, digna de novela. Desde de frutas, até deliciosas panquecas. Comemos de tudo um pouco, em meio a muitas conversas engraçadas com os meninos. Estar com eles é tão bom, que nem quero devolver-los ao orfanato. Essa sensação de ter uma família, de ter o amor de meninos tão fofos como esses, é gratificante.

-A gente pode ir na piscina? - pergunta Henry assim que terminamos o café.
-Agora não, vocês acabaram de comer - digo um tanto preocupada.
-Vamos bater uma bola por enquanto - diz Guto animado - agora você não ganha de mim! Ao vivo sou muito melhor do que no video game! - fala ao Henry.
-Eu acho que não hein! - diz Henry sorridente.
-Quero jogar também! - fala Enzo levantando os braços.
-Ah não Enzo, você não sabe! - fala Henry.
-Vamos deixar ele jogar também, ele é café com leite - diz Guto dando uma piscadela para Henry.
-Mai não gosto de café com leite! - diz Enzo emburrado.
-Você é então Nescau com leite, pode ser?
-Pode! - grita sorrindo.
-Então vamos - chama Guto.

Eles saem em direção a área de lazer, e sobra toda a bagunça do café da manhã para mim. Sem dar muita importância, recolho a comida que não comemos, e em vasilhas diferentes, guardo-as na geladeira. Depois, lavo toda a louça, e varro a cozinha, seguida pela sala de jantar, e sala de TV. Aproveito que estou animada, e resolvo continuar a arrumação. Desde que nossa empregada foi embora para o interior, não contratamos outra, e eu e Guto temos que arrumar tudo sozinhos. Então vou arrumar os quartos, dobro as cobertas, tiro pó, varro o chão, e passo pano. Não é bem uma faxina, digamos que é uma ajeitada. Lavo os banheiros, e termino colocando nossas roupas na máquina de lavar. Vou procurar os meninos, e encontro-os ainda jogando bola, eles nem percebem minha presença, e continuam entretido no jogo. Deito-me em uma espreguiçadeira e fico no celular vendo minhas redes sociais, até que, duas mãos apertam minha barriga.

-Oi pequena - Diz Guto dando-me um selinho.
-Oi amor - digo bloqueando o celular, e sentando-me para que ele posso se sentar comigo.

Puxo-o para sentar-se encaixado no meio das minhas pernas, e deitar a cabeça em minha barriga. Fico fazendo carinho em seu cabelo enquanto ele fala.

-Nunca imaginei que gostaria tanto de ter filhos - diz sorrindo feliz e olhando para os meninos que jogavam bola distante, mas na nossa frente.
-Eu também, nem queria devolvê-los - digo triste por pensar que ainda tem dois meses pela frente até conseguir a adoção.
-Fica calma pequena, dois meses passam rapidinho.
-Podemos ir na piscina agora? - pergunta Henry vindo correndo em nossa direção.
-Uhum - digo balançando a cabeça em concordância.
-Pode ir de cueca? - pergunta Enzo.
-Pode - fala Guto.

Os meninos começam a tirar suas roupas, e antes de entrarem na piscina, eu aviso:

-Não fiquem com a água acina da barriga, fiquem no começo da piscina.
-Tá bom titia - diz Enzo colocando os pezinhos na água.

Eu a Guto ficamos de olho neles, enquanto divertiam-se dentro da água. Não demorou muito para que a fome, e o frio batessem. Eu entrei para preparar um almoço rápido, enquanto Guto ficou responsável por dar banho nos meninos. Acabou que nosso almoço foi pra lá das 15hs, já que acordamos tarde demais. A louça ficou por conta do Guto, e eu e os meninos, depois do almoço, fomos para a sala assistir TV. Eu sentei-me no meio do sofá de três lugares, e Enzo e Henry sentaram-se cada um de um lado, aconchegando-se em mim. Quando Guto juntou-se a nós, teve que se deitar no sofá ao lado, já que o nosso já estava cheio. Entretemo-nos na marotona de episódios de um seriado infantil que passava na TV, e nem notamos o correr do relógio. Quando nos demos conta, já passavam-se das 18h.

-Pequena vai fazer janta, ou quer comer alguma coisa na rua? - pergunta Guto a mim.
-Vou fazer janta - digo tentando animar-me para levantar e ir para cozinha.

Eu não tenho o hábito de fazer comida todos os dias. Eu e Guto almoçamos fora todos os dias, e muitas vezes, à noite, pelo horário avançado, ou até mesmo pela preguiça, trocamos a janta por um lanche ou qualquer outra besteira. Mas agora que pretendo ser mamãe desses anjinhos, preciso acostumar-me a fazer comida todos os dias, duas vezes ainda. Crianças não podem ter hábitos alimentares como os meus e de Guto. Na verdade ninguém pode, mas nem sempre damos ouvido às boas recomendações.

-Ual, quanta disposição amor - diz Guto surpreso.
-Estou tentando tornar-me uma boa mãe - digo finalmente levantando-me só sofá.
-Já está conseguindo - diz com um sorriso orgulhoso.

Vou para cozinha sorrindo feliz e empolgada. Mal vejo a hora de conseguir a guarda de Enzo e Henry.
Preparo nossa comida, e depois de jantarmos, chega o momento doloroso. Enzo fica chatiado quando informamos que vamos levá-los embora, mas por hora, ele tem que acostumar-se com essas temporárias despedidas. Henry também não fica muito contente, mas é melhor em disfarçar seus sentimentos.
Quando deixamos-os no orfanato, eles nos fazem prometer que vamos voltar logo. Eu acabo voltando para casa com o coração pequenininho.

(...)

-O que faço para tirar essa carinha triste? - pergunta Guto abraçando-me no banheiro, logo após escovarmos os dentes para ir deitar.
-Faz esses dois meses correrem bem rápido - digo forçando um sorriso triste.
-Um beijo resolve? - pergunta com um sorriso safado.
-Só um? - digo manhosa fazendo um biquinho.
-Uns par - diz daquele jeito caipira, que hoje eu tanto admiro.

Guto avança sobre mim colando nossos corpos, e com desejo beijando meus lábios. Eu retribuo o beijo com a mesma intensidade, e logo estamos jogados sobre a cama, atacando-nos ferozmente. As mãos de Guto passeiam pelo meu corpo, causando pequenos espasmos, e arrepios. Quando sua mão aproxima-se da minha intimidade, eu já estou quase tento um semi-orgasmo. Há essas horas nem lembro-me do meu nome, ou aonde estou, só consigo sentir essa atração que leva-me a loucura. Começamos a nos amar loucamente, e não demora para eu me perder em seus braços, explodindo em um forte orgasmo, que me faz até revirar os olhos de tanta satisfação.

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Próximo capítulo tem passagem de tempo, e vamos direto para o dia em que o casal vai tentar a guarda dos meninos na justiça. Quero opiniões, se estão gostanto e tals... Posto o capítulo 15 no máximo até sábado. Doce beijinhos!

Recém Casados - Livro 2 - Duologia Mel&GutoOnde histórias criam vida. Descubra agora