Gustavo Sousa
Eu não suportava mais aquela situação, nossa vida virou uma loucura que não me agrada nem um pouco, e chegou a hora de resolver esse problema. Passo pelo quarto dos meninos e chamo o Enzo.-Preciso conversar com você, vem comigo.
Ele deixa os brinquedos que estava usando no chão do quarto e me acompanha em silêncio, passo pela sala e chamo o Henry.
-Nos siga mocinho, precisamos ter uma conversa bem séria.
Meus meninos me seguem em direção a quadra lá de casa, e nos sentamos na pequena arquibancada de concreto. Ali era um lindo lugar para conversar e pensar na vida, a paisagem ao fundo da quadra era um morro com grama verdinha e algumas árvores espalhadas solitariamente ao seu redor. Lembrava-me muito minha terra natal, Minas Gerais.
-O que foi pai? - pergunta Henry.
Respiro fundo procurando as melhores palavras para tentar concertar essa situação tão idiota mas ao mesmo tempo tão complicada em que nos encontramos.
-Preciso que façam as pazes - digo a melhor coisa que eu consegui formular. Henry faz uma cara de incredulidade e então eu continuo - eu sinto saudade do que vivíamos a alguns dias atrás, não gosto de ver meus filhos brigados.
-Me desculpa Henry, me desculpa papai, é tudo culpa minha - diz Enzo com os olhinhos cheios de lágrimas. Ultimamente ele anda tão emotivo!
-Finalmente disse uma coisa que valesse a pena! - exclama Henry erguendo as duas mãos para o alto - você tem razão quando diz que a culpa é toda sua - é a deixa para Enzo começar a chorar e repetir a palavra desculpa inúmeras vezes.
-Henry! - o repreendo de forma dura - você já passou dos limites.Henry abaixa os ombros e a cabeça como se estivesse arrependido do que fez.
-Você sabe o que deve fazer, não sabe? - questionou erguendo seu rosto com o meu polegar.
-Sei - diz olhando nos meus olhos. Ele volta a sua atenção para Enzo que chorava na nossa frente - me desculpa Enzo, eu peguei pesado com você.
-Podem fazer as pazes? - pergunto.
-Podemos Henry? - questiona Enzo.
-Podemos Enzo, eu já não aguentava mais ficar brigado com você - diz Henry abraçando o irmão pelo pescoço - você sabe que é o meu melhor amigo.
-E você é o meu - Enzo diz orgulhoso - te amo!
-Também te amo brother - diz Henry de uma maneira engraçada.
-E eu aqui? Não recebo amor, nem abraços nem nada? - digo fazendo uma carinha triste.
-Você me perdoa papai? - pergunta Enzo sério.
-Pelo o quê exatamente?
-Por querer ver um homem que não se importa com a gente, sendo que você sempre foi o melhor pai do mundo.Meu ego paterno se infla, primeiramente por ele se referir ao Eliel como 'homem', e seguidamente por ele dizer que eu sou o melhor pai do mundo. Meu coração falta transbordar de tanto amor e felicidade.
-Então você me perdoa papai? - pergunta Enzo mais uma vez.
-Você não tem sobre o quê se desculpar filhão - digo fazendo uma baguncinha em seu cabelo - e obrigado pelo elogio - exibo o meu melhor sorriso de felicidade.
-Ual, posso saber o motivo para tanta alegria? - pergunta minha esposa caminhando em nossa direção com a Ali nos braços.Sabe aquele momento nostalgia? Em que você se lembra de tudo que viveu e um orgulho do tamanho do universo se apodera do seu coração? Então, é exatamente isso que estou sentindo. Não consigo acreditar que Deus tenha sido tão generoso comigo! Minha família é a melhor do mundo, digo isso com toda a certeza do meu coração.
-Estamos de bem - diz Henry brincando com as bochechas gordinhas da Ali.
Abro um espaço para Mel sentar-se perto de mim e bato a mão em cada uma das minhas pernas chamando os meninos para se sentarem no meu colo.
-Vem no colo do papai - chamo sorrindo.
-Eu sou grande demais pai, você não vai me aguentar - diz Henry um tanto chateado.
-Quem disse isso? - pergunto rindo - pode vir que o seu pai é como o Incrível Hulk.Mel solta um gargalhada gostosa acompanhada pela gargalhada de Enzo que já está sentado em uma das minhas pernas. Chamo Henry novamente que se senta no meu colo timidamente, e não coloca todo o peso do corpo em minha perna, então pego as suas pernas e passo pela minha cintura.
-Vocês são a família mais linda do mundo - digo orgulhoso envolvendo meus braços ao redor dos meninos e da Mel que estava com a Ali no colo.
-Obrigado por não terem desistidos de nós - diz Henry emocionado.
-Eu que agradeço por vocês terem nos dado a chance de sermos pais - falo com os olhos ardendo por um possível choro que está por vir.
-A Ali gostou do que você disse papai, ela está rindo - diz Enzo.Todos nós olhamos para nossa princesinha que exibia um sorriso banguela, ela está cada dia maior e mais agitada. Nem parece que tem apenas alguns meses de idade.
-Eu amo vocês - sussurra Mel encostando a cabeça em meu peito - só espero não pirar com quatro filhos para criar.
-Comigo você não precisa de preocupar - digo rindo da piada - é mais provável que eu que tenha que cuidar de você.
-Não é piada não, está vindo mais um baby - diz tranquilamente passando uma de suas mãos, que não estava segurando a Ali, na sua barriga.E então eu vejo tudo escuro e meu corpo caí para trás.
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"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".
(1 Coríntios 13:4-7).-----------
ATENÇÃO:
Ainda terá a postagem do epílogo e um bônus com o ponto de vista de cada um dos filhos.
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Recém Casados - Livro 2 - Duologia Mel&Guto
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