Capítulo 37

913 84 3
                                    

Gustavo Sousa
Estávamos nas nossas duas últimas semanas de férias aqui em BH, e nesse período continuamos no apartamento da Mel, visitando todos os pontos turísticos aqui por perto. Só que, daqui um mês, esta chegando o dia do nosso aniversário de casamento de 1 ano juntos, tão pouco, mas ao mesmo tempo parece que vivemos a vida toda juntos. Andei conversando com o Pedro, marido da Lalá, que casaram conosco em uma cerimônia dupla, pois eu estava querendo ajuda para fazer alguma confraternização para comemorar, mas Pê disse que já está de viagem marcada para o Caribe, e que vão comemorar por lá, e quem sabe, encomendarão um bebê. Tomara que seja verdade. Eles não sabem a alegria que estão perdendo de ver uma criança correndo pela casa, trazendo vida e animação para todos nós.
Então como não tenho ajuda do Pê, e a ideia de viajar está fora de cogitação, 1: porque Mel já está preste a entrar em seu sétimo mês de gestação, 2: porque já estamos fora de casa dois meses, e 3: as férias dos meninos estão acabando, tenho que arrumar alguma ideia rápida e válida. Resolvo ir atrás da minha irmã. Mel está deitada no sofá com os pé pra cima, porque inchou muito, e resolvo dar uma escapadinha rápida.

-Pequena vou descer rapidinho - digo passando pela sala e indo em direção a porta.
-O que você vai fazer? - pergunta olhando-me de relance.

Raciocínio rápido! Pense Gustavo!

-Vou ver se acho meu celular... Acho que esqueci no carro - invento de última hora, o que é uma baita mentira, já que estou com meu celular no bolso da bermuda.
-Tá bom - ela diz tranquila.
-Paaai! Posso ir também? Ai você me compra um sorvete de chocolate? - pede Henry.
-Tudo bem - nunca consigo negar nada à esse meninos. Eles são o meu ponto fraco.
-Traz pra mim um de morango papai? - pede Enzo deitado com a Mel no sofá.
-Porque você não vem com a gente? - pergunto.
-Porque não quero deixar a mamãe e a Ali sozinhas - diz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Sorrio com toda a sua atenção e carinho.

-Tá certa garotão, eu te trago o teu sorvete de morango. E você amor, não quer nada? - direciono-me a Mel.
-Existe sorvete de melancia? - pergunta com os olhos brilhando.
-Nunca vi pequena - digo pensando que possa ser mais um de seus desejos que me deixam louco.
-Mas agora fiquei com tanta vontade amor - diz passando a língua nos lábios.
-Vou ver se eu acho pra você - digo destrancando a porta.
-Procura direitinho, tá? Ou você quer que a Alícia nasça com cara de sorvete de melancia? - pergunta divertida.
-Pode deixar que eu vou achar esse sorvete - digo rindo - Já venho, amo vocês!
-Também amo vocês! - diz Mel antes de eu fechar a porta.

Seguro na mão do Henry e caminhamos em direção ao elevador.

-Eu prefiro morar em casa pai, não gosto de elevadores - reclama Henry.
-Mas é tão gostoso - digo apertando o botão do térreo.
-Não acho - ele diz fazendo careta.

O elevador fecha rapidinho, e saímos em direção ao estacionamento. Hoje é uma terça-feira no período da tarde, e o movimento no condomínio é bem tranquilo. Comprimento o senhor da recepção, e vou em direção ao nosso carro.

-Vem Henry, vamos atrás de uma sorveteria - digo abrindo a porta do banco traseiro para ele.

Andamos todo o centro de BH, e nenhuma sorveteria tinha o bendito sorvete de melancia. Mulher grávida inventa cada uma, que eu vou te falar viu?! Ai, ai, ai, dona Melissa, o que eu faço por você, hein?! Penso comigo mesmo.

-Pai olha, acho que ali tem! - aponta Henry para um estabelecimento vermelho.

Já tínhamos deixado o carro em um estacionamento, e estamos andando à pé, em uma procura árdua atrás desse sorvete. A loja que Henry me mostrou é a famosa paleteria. Aquelas paletas mexicanas que viraram moda, sabe?! Em uma plaquinha mostravam vários sabores, e entre eles melancia e leite condensado. É esse aí mesmo que eu vou levar. Entramos no local, e eu comprei duas paletas para Mel, vai que ela resolve querer mais?! Comprei uma paleta de Nutella com leite condensado para o Henry, e uma paleta de morango para Enzo.
Provei um pouco da paleta do Henry e, francamente? Acho um absurdo pagar quase dez reais em uma coisa dessas. Não é nada disso que o povo tanto fala, eu prefiro comprar um pote de sorvete da Kibon. E é isso que faço. Saio da paleteria e passamos no mercado. Só quando estou chegando no condomínio que eu me lembro que o objetivo inicial de sair do apartamento, era só para ligar pra minha irmã, e quando estaciono o carro é o que eu faço. Peço um minuto para Henry que ainda se delicia com sua paleta, e disco o número da linha irmã. No terceiro toque ela atende.

-Guto! - atende animada.
-Jú, irmã querida! - digo com a mesma animação.
-Já pode ir dizendo o que você quer - como pode me conhecer tão bem? Penso.
-Então, é que está chegando o meu aniversário de casamento, e estou querendo fazer alguma coisa para comemorar - digo logo.
-E pra isso, precisa da ajuda da sua irmã maravilhosa - fala toda convencida.
-Não força Jujuba - digo rindo - agora diz , vai me ajudar ou não?
-Claro que vou. Mas é pela Mel, porque ela merece - diz rindo também.
-Nossa Juliana, você não presta - falo brincando.

(...)

Conversei com meus pais, e disse o real motivo de querer levar a Jú para São Paulo. Eles acabaram deixando numa boa, pois as aulas da minha irmã só retornam depois do carnaval. Eu queria manter tudo em segredo, o que realmente não funcionou, porque Mel descobriu tudo.

-Não acredito que você não ia me contar - diz chateada.

Estávamos tomando café da manhã, os meninos comiam alheios a nossa conversa, e Mel estava com uma cara azeda, hoje, definitivamente ela acordou com a 'macaca'.

-Eu queria fazer um surpresa - digo dando os ombros.
-Você sabe que eu odeio surpresas! - diz irritada.
-Odeia a partir de hoje né? Porque pelo que eu saiba, você sempre gostou - observo-a tranquilo, e dou uma mordida em meu pão de queijo.
-Gustavo você está querendo me irritar, não é? - pergunta apoiando as duas mãos na mesa, e aproximando o rosto do meu.
-Você que acordou mau humorada - digo dando os ombros.
-Quer saber? - diz levantando-se da mesa - não quero comemoração nenhuma! Cancela tudo! - grita saindo da cozinha.

Dou um sorriso de lado. Mesmo com toda essa irritação, Mel consegue ser ainda mais linda. Ai meu Deus! Esses hormônios da gravidez.

-Sua barra tá preta hein pai - brinca Henry dando-me um cutucão.
-Nem me fale - digo rindo.

Levanto-me e vou atrás da minha mulher raivosa. Encontro-a na sacada do quarto, sentada em uma das cadeiras de palha artificial. Puxo a outra cadeira, e sento-me pertinho dela.

-Meu amor, eu não queria deixar você brava... Muito pelo contrário, a ideia da surpresa era pra te deixar feliz - digo carinhoso, alisando levemente o seu rosto.
-Mas eu não gosto de ser a última a saber das coisas - diz emburrada.
-Tudo bem. Prometo não fazer mais segredos! Agora vamos ficar de bem e organizar essa confraternização juntos? - pergunto ansioso.
-Tá bom! Eu estava pensando mesmo no que fazer para comemorar nosso primeiro ano de casados - diz com a voz tranquila, já em seu estado normal.

Passamos as próximas horas conversando sobre o que fazer. No começo demorou para chegarmos em um acordo, pois não dava para fazer nada incrementado demais, pois estava muito em cima da hora. Mas ao final, chegamos em um ideia muito boa, que eu espero que dê certo. Vai ser uma coisa simples, só para os mais chegados. O importante é celebrarmos a nossa união. Como se diz mesmo? Ah lembrei! Primeiro ano de casamento, bodas de papel.

➖➖➖➖➖➖

SOBRE O PRÓXIMO CAPÍTULO: Vai rolar a comemoração do primeiro ano do casal, com direito a retrospectiva, discurso, e serenata! Espero que estejam roendo as unhas de curiosidades! Hahaha bjos!

Recém Casados - Livro 2 - Duologia Mel&GutoOnde histórias criam vida. Descubra agora