_ Okay, agora você pode me contar que cara é essa?_ Solange perguntou assim que fomos dispensadas para nosso intervalo já na empresa.
Nos sentamos juntas na mesinha da lanchonete do outro lado da rua.
_ Só estou um pouco cansada._ Confessei deixando um suspiro me escapar.
Ainda estava cansada da noite mal dormida, assim como o dia na faculdade que não havia sido nada fácil depois do encontro com Evelyn.
_ Isso tudo é aquela pequena que está causando?_ Disse em tom de bom humor me fazendo sorrir, porém, neguei com a cabeça.
_ Não, com ela eu estou acostumada._ Brinquei vendo ela concordar junto a um sorriso gentil para o garçom que trouxe nossos pedidos.
_ Então quem é o motivo de toda essa canseira?_ Insistiu após dar um gole em sua bebida.
Mais um suspiro me escapou.
_ A nova funcionária talvez._ Resumi vendo sua expressão curiosa ganhar espaço.
_ Mas já?_ Disse surpresa._ Eu sabia que aquela garota era problema pela simples forma dela chamar o patrão de "meu pudim" em pleno corredor sem nenhum receio, acredita?
Sua indignação chegava a soar engraçada.
Bebi meu café.
_ Mas qual a questão com ela?_ Perguntou dando mais um gole em sua bebida.
_ A questão é, que ela sabe da Lili._ Com minha fala repentina, pude observar o exato momento em que o café quase voltou por sua garganta.
Ela tossiu em desespero chamando atenção da metade dos presentes na lanchonete.
_ Solange, pelo amor de Deus..._ Me levantei para tentar algum resgate mas ela se limitou a estender a palma da mão para mim, pedindo um tempo.
E assim, com calma ela foi recuperando seu auto controle. Tornei a me sentar ainda a olhando com atenção.
_ Ela sabe exatamente o quê sobre a Lili?_ Perguntou me olhando com seriedade.
Como se realmente tivesse medo de tocar naquele assunto.
Não era uma novidade sua reação. Afinal, em todo o caso, desde o início de tudo as únicas pessoas que eu precisei que soubessem do caso foi a família de Bárbara e Solange por medo de algum oficial da justa me declarar uma sequestradora.
O medo havia passado quando após três anos ninguém bateu na minha porta e nem passou nenhum noticiário, mas ainda sim, os motivos da verdadeira mãe da Lili me intrigavam e por isso, todo singilo era necessário.
Naquele dia, ela estava fugindo de algo, e talvez ela tivesse bons motivos. Era o que o meu coração dizia.
Evelyn foi apenas um acaso infeliz.
Suspirei com a lembrança.
_ Tudo._ Respondi de forma simples vendo Sol se espantar com a resposta.
[... Três Anos Antes ...]
Sentada no chão daquele apartamento, eu apenas observava a pequena criança dormir tranquila dentro do cesto que Bárbara havia me entregado, agora lavado e forrado com todo o conforto que um bebê precisava.
Suspirei cansada me perguntando o que deveria fazer a partir dali, afinal, a idéia de simplesmente abandona-la em um canto qualquer não era mais uma opção pra mim.
Durante a última tentativa, os olhos daquele bebê se encheram tanto de lágrimas que eu acabei fracassando na missão, incluindo que o peso na minha consciência jamais me deixaria dormir em paz se algo ruim acontecesse a ela.
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Minha Melhor Decisão
RomanceAs vezes a vida é capaz de nos colocar em situações inusitadas só para nos mostrar o quanto somos capazes de superar obstáculos. Com isso, acabamos aprendendo lições que jamais saberíamos caso tais situações não tivessem acontecido. E foi assim que...