C A P I T U L O _ 4.9

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_ Okay, agora você pode me contar que cara é essa?_ Solange perguntou assim que fomos dispensadas para nosso intervalo já na empresa.

Nos sentamos juntas na mesinha da lanchonete do outro lado da rua.

_ Só estou um pouco cansada._ Confessei deixando um suspiro me escapar.

Ainda estava cansada da noite mal dormida, assim como o dia na faculdade que não havia sido nada fácil depois do encontro com Evelyn.

_ Isso tudo é aquela pequena que está causando?_ Disse em tom de bom humor me fazendo sorrir, porém, neguei com a cabeça.

_ Não, com ela eu estou acostumada._ Brinquei vendo ela concordar junto a um sorriso gentil para o garçom que trouxe nossos pedidos.

_ Então quem é o motivo de toda essa canseira?_ Insistiu após dar um gole em sua bebida.

Mais um suspiro me escapou.

_ A nova funcionária talvez._ Resumi vendo sua expressão curiosa ganhar espaço.

_ Mas já?_ Disse surpresa._ Eu sabia que aquela garota era problema pela simples forma dela chamar o patrão de "meu pudim" em pleno corredor sem nenhum receio, acredita?

Sua indignação chegava a soar engraçada.

Bebi meu café.

_ Mas qual a questão com ela?_ Perguntou dando mais um gole em sua bebida.

_ A questão é, que ela sabe da Lili._ Com minha fala repentina, pude observar o exato momento em que o café quase voltou por sua garganta.

Ela tossiu em desespero chamando atenção da metade dos presentes na lanchonete.

_ Solange, pelo amor de Deus..._ Me levantei para tentar algum resgate mas ela se limitou a estender a palma da mão para mim, pedindo um tempo.

E assim, com calma ela foi recuperando seu auto controle. Tornei a me sentar ainda a olhando com atenção.

_ Ela sabe exatamente o quê sobre a Lili?_ Perguntou me olhando com seriedade.

Como se realmente tivesse medo de tocar naquele assunto.

Não era uma novidade sua reação. Afinal, em todo o caso, desde o início de tudo as únicas pessoas que eu precisei que soubessem do caso foi a família de Bárbara e Solange por medo de algum oficial da justa me declarar uma sequestradora.

O medo havia passado quando após três anos ninguém bateu na minha porta e nem passou nenhum noticiário, mas ainda sim, os motivos da verdadeira mãe da Lili me intrigavam e por isso, todo singilo era necessário.

Naquele dia, ela estava fugindo de algo, e talvez ela tivesse bons motivos. Era o que o meu coração dizia.

Evelyn foi apenas um acaso infeliz.

Suspirei com a lembrança.

_ Tudo._ Respondi de forma simples vendo Sol se espantar com a resposta.

[... Três Anos Antes ...]

Sentada no chão daquele apartamento, eu apenas observava a pequena criança dormir tranquila dentro do cesto que Bárbara havia me entregado, agora lavado e forrado com todo o conforto que um bebê precisava.

Suspirei cansada me perguntando o que deveria fazer a partir dali, afinal, a idéia de simplesmente abandona-la em um canto qualquer não era mais uma opção pra mim.

Durante a última tentativa, os olhos daquele bebê se encheram tanto de lágrimas que eu acabei fracassando na missão, incluindo que o peso na minha consciência jamais me deixaria dormir em paz se algo ruim acontecesse a ela.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora