C A P I T U L O _ 1.2

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Assim que descemos do prédio, não demorou até que um carro passasse ao nosso lado buzinando.

_ Ei, não me diga que isso tudo é pra manter a forma!_ Disse Baby diminuindo a velocidade do seu Logan prateado.

_ Quem me dera fosse._ Resmunguei enquanto Lili fazia cara de quem tava brava.

_ E você monstrinho, tá brava por que? Achei que ficaria feliz em me ver._ Disse parando o carro e destravando o mesmo._ Entra aí.

Me aproximei já com a mão na trava, quando Lili fincou os pés no chão fazendo pirraça. Respirei fundo e a encarei.

Os carros atrás do carro de Bárbara já estavam começando a ficarem irritados por ela ter parado bem no meio da rua pra ficar batendo papo.

_ Passa por cima._ Ela gritou pra um engraçadinho que começava a soltar piadinha._ A sorte deles é que tem uma criança presente._ Resmungou._ Vamos Lili, ou a tia aqui vai acabar se metendo em encrenca.

_ Mas eu quero ir andano. Eu tô até levando um presente pro meu amigo._ Resmungou manhosa.

Franzi o cenho.

_ Mas você pode dar seu presente a esse amigo quando chegar na escola, não precisa ir a pé pra isso._ Falei tentando puxa-la novamente.

_ Rafa..._ Baby disse chamando nossa atenção pra fila de carros buzinando que se formava.

_ Tudo bem._ Contei até três mentalmente antes de agarrar Liana em meus braços e correr com ela pra dentro do carro.

Essa vida de ônibus não é pra mim. Eu já desacostumei disso, não quero vivenciar essa experiência de novo.

_ Mas mamãe meu amigo não pode entar na escola._ A olhei com os olhos arregalados pela surpresa.

_ Liana quantas vezes já disse para não falar com desconhecidos. Ainda mais fora da escola. Quem é ele?_ Perguntei entre brava e preocupada enquanto Baby tornava a por o carro em movimento.

_ Agora eu também estou curiosa. Lili, é perigoso ficar de conversa com pessoas que você não conhece._ Bárbara me apoiava mesmo estando lá na frente, concentrada no trânsito.

_ O nome dele e Boby. Eu tinha medo dele, mas agora ele é meu amigo. Por isso que todo dia agola, eu tlago um presente pa ele._ Disse com um sorriso fofo enquanto olhava pela janela como se procurasse algo.

Com os olhos cerrados, olhei por cima dos ombros dela mas não havia nada de anormal, ou alguém que não estivesse pelos caminhos como sempre, país ou responsáveis levando crianças a escola, adolescentes, carros e trabalhadores em paradas de ônibus. Tudo nos conformes.

_ Que tipo de presente Lili?_ Perguntei curiosa, afinal, eu nunca havia dado falta de nada dentro de casa, assim como nunca a vi parar no caminho pra falar com alguém além das grades da escola.

Discretamente, pude notar os olhos de Baby em nós pelo espelho. Lili puxou um pequeno embrulho de dentro do bolso do casaquinho do uniforme e me entregou.

Abri o embrulho ainda recentida, apenas para me surpreender ao me deparar com um pedaço do misto quente que ela havia comido rápido demais no café da manhã.

Surpresa, encontrei os olhos de Baby e a mesma se limitou a sorrir voltando a olhar a rua.

_ Tudo bem mamãe?_ Lili quis saber.

Embrulhei de volta o pão no papel toalha já todo amassado e devolvi pra ela.

_ Podemos conhecer esse Boby?_ Perguntei fazendo um largo e radiante sorriso aparecer nos lábios do meu pequeno monstrinho.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora