C A P I T U L O _ 2.9

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Tchau mamãe, tchau p... Titio._ Disse Lili se embolando nas palavras antes de acenar apressada e correr pra fila que começava a caminhar.

_ Agora é a nossa vez._ Comentou Guto concentrado em acariciar o pequeno vira lata, antes de mirar sua atenção em mim._ Por que não adota de vez ele?_ Perguntou enquanto caminhamos até seu carro do outro lado da rua.

_ Sabe que o prédio ainda não permite animais._ O lembrei já fechando a porta do carro e garantindo que o cinto estivesse bem preso por amor a minha vida.

Afinal, a todo momento eu tinha total consciência do risco que estava correndo ao aceitar carona de tal indivíduo, mesmo após ser coagida por um par de grandes belos olhos de um pequeno monstrinho fofo e muito manipulador.

_ Isso é uma besteira._ Reclamou como se realmente estivesse indignado antes de colocar o carro em movimento.

Aproveitando que ele estava focado na estrada, acabei deixando um sorriso discreto escapar pelo fato dele ter acabado de conhecer o cachorro pra estar com essa indignação toda.

_ Escuta, aproveitando que Lili não está aqui..._ Comecei vendo uma careta estranha se formar em seu rosto.

Lá vem bomba._ Disse como se realmente soubesse o que eu ia dizer, o que me fez revirar os olhos.

_ Deixa de ser chato, vai, me diz o que tá acontecendo._ Falei fazendo com que ele me encarasse por uma fração de tempo antes de voltar a olhar para o caminho que fazia.

_ Como assim?_ Pergunto realmente confuso com minhas palavras.

_ Uma amigável visitinha surpresa tão cedo, essa carona no seu carro recém ilustrado. Não acredito nenhum pouquinho na hipótese disso tudo ser simplesmente por livre e espontânea vontade._ Acusei cruzando meus braços convicta do que dizia.

_ Por que é tão difícil aceitar que eu sou um cara bacana e que essa é a única verdade por trás dos meus atos?_ Perguntou pondo uma das mãos no peito se fazendo de ofendido.

Ergui uma das sobrancelhas.

_ Pra cima de mim Gustavo?_ Impliquei bancando a difícil e no fim ele acabou ignorando a pose de inocente.

_ Com você não trégua né?_ Reclamou parando num farol._ Tudo bem, admito que isso não está sendo nem um pouco por livre e espontânea vontade, mas acho que talvez possa ser divertido._ Comentou me olhando pelo canto do olho antes de um sorriso pender no canto de seus lábios.

Cerrei meus olhos desconfiada de suas intenções, mas logo ele estava novamente focado na direção.

_ O que está querendo dizer?_ Perguntei intrigada com aquele discursinho dele, mas ele não respondeu imediato.

Com seu foco na estrada, pude ouvi-lo resmungar algo sobre o carro a frente parecer uma lesma no semáforo, e que daquele jeito o sinal fecharia novamente antes de atravessarmos.

Assim, aproveitando do sinal verde o filho da mãe pisou no acelerador cortando o carro da frente, sem nem sequer pensar na possibilidade de que outro carro poderia estar vindo na direção contrário.

_ Para de correr idiota!_ Pedi irritada ficando minhas unhas no banco de acordo com sua velocidade.

_ Com medinho Pastel?_ Provocou virando seu rosto em minha direção sem notar que um carro acabava de vir na direção oposta.

_ Gustavo!_ Basicamente gritei e fechei meus olhos com toda força acreditando que minha vida estava por um fio naquele momento.

Com os olhos apertados e as unhas fincadas na poltrona me mantive a espera de um forte baque, mas ele não veio. Apenas pude sentir uma brusca freada que fez meu corpo se sacudir por inteiro.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora