C A P I T U L O _ 1.3

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Depois de algumas aulas mas uma vez tive que enfrentar o ônibus a caminho do trabalho.

_ Onde estava?_ Disse Solange vindo até mim com a expressão preocupada.

_ Eu precisei enfrentar o ônibus de novo. Não posso controlar o nível de lerdeza do motorista._ Resmunguei já colocando minha bolsa sobre minha mesa.

_ Não!_ Solange quase gritou me fazendo puxar a bolsa de volta assustada.

_ O que foi?_ Perguntei olhando de um lado para o outro procurando o que havia de errado.

_ Você já está atrasada. Venha comigo._ Disse pegando em meu pulso e me arrastando até o final do corredor._ O futuro novo chefão resolveu fazer uma nova entrevista com todos os funcionários que ficaram. Como se quisesse ter certeza que escolheu as pessoas certas pra permanecer. Eu consegui enrolar um pouco, mas não consigo fazer isso por mais tempo.

Ela respirou fundo assim que paramos em frente a porta da sala do Presidente da empresa.

_ Você é a próxima._ Disse fazendo uma analise em mim, antes de limpar algo em meu ombro e ajeitar a mecha do um cabelo que caia em meu rosto, logo soltando um suspiro junto a um sorriso de leve._ Boa sorte querida.

Foi tudo o que ela conseguiu dizer antes que a porta fosse aberta e Kátia saisse de lá soltando fogo pelas ventas.

_ Próximo, por favor._ O tal Sr. Álvares disse aparecendo na porta com a expressão imparcial.

Olhei uma última vez para Solange, onde ela assentiu já voltando pra sua mesa enquanto eu seguia tentando parecer o mais confiante possível ao entrar naquela sala, tendo aquele par de olhos intimidadores presos em mim.

Boa Sorte Rafaella._ Desejei a mim mesma em pensamentos quando enfim ouvi a porta ser fechada.

Em um silêncio torturante, o senhor de talvez uns 50 e poucos anos caminhou até sua poltrona e se sentou.

_ Sente-se por favor._ Disse em tom profissional.

Assim fiz.

Mais um tempo em silêncio, ele se esticou até alcançar uma pasta fina empilhada junto a mais outras sobre sua mesa. A abriu cheio de pose e ali fez uma analise rápida nas informações sobre mim.

_ Senhorita Rafaella Duran._ Leu meu nome em um tom esnobe.

Me limitei a assentir em silêncio mesmo sabendo que ele ainda não me olhava.

_ 22 anos de idade. Trabalha com a empresa a cerca de 4 anos e segundo as informações passadas pelo Sr. Carter, a senhorita tem sido uma boa funcionária desde então._ Disse concentrado, lentamente ele deixou a pasta aberta sobre a mesa e direcionou seus olhos em minha direção.

Com a expressão de surpresa, dessa vez, ele acabou se demorando por mais tempo do que o esperado enquanto me analisava meticulosamente, o que começava a me deixar desconfortável.

_ Algum problema?_ Perguntei tentando não soar tão seca quanto o meu tom de voz demostrava.

Ele piscou algumas vezes antes de limpar a garganta e retomar seu foco a pasta, como o profissional de minutos antes. Endireitou a postura e entrelaçou seus dedos sobre a mesa.

_ Creio que tenha uma noção do porquê a chamei aqui, certo?_ Perguntou se mantendo sério e eu apenas assenti.

Não queria acabar falando alguma besteira e estragando tudo, afinal, como ele disse, durante 4 longos anos eu finalmente consegui ser boa em alguma coisa, o que já era uma grande surpresa. Não podia estragar tudo assim.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora