C A P I T U L O _ 0.8

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[ 3 anos Atrás]

" Eu abri o cesto... E me pergunto até hoje porque eu tinha que ter tido essa bendita sorte.

Tipo, se eu tivesse um filho a última pessoa a quem eu pensaria em dar ele, seria justamente a pessoa que quase me atropelou, mas olha, parece que na mente daquela louca, as coisas eram diferentes.

Afinal, ela deixou aquele cesto na minha porta, a mesma pessoa que eu quase tinha atropelado durante o dia e mais assustador ainda é pensar em como ela fez pra descobrir meu endereço e chegar até minha porta.

Assim que abri aquele cesto, o que havia dentro fez com que o meu coração desse leves indícios de infarto, eu estava ferrada, tanto por saber que aquela bomba me traria grandes problemas, quanto pelo fato de que eu não fazia a menor idéia do que fazer com aquilo.

Os olhos daquela pequena criatura estavam abertos, eram grandes e redondos tão claros quanto uma pedrinha preciosa. Eu acabei me perdendo ali por alguns segundos enquanto sentia tudo se contorcer dentro de mim.

Aquela mulher não fazia idéia de onde havia metido aquela criatura.

Calmamente sem nenhum medo ela esticou os braços e tocou em minha mão, fazendo eu me afastar no susto por seu toque tão quente e macio.

_ Quem é você?_ Perguntei sabendo que não viria nenhuma resposta.

Eu estava realmente perdida, afinal, não sabia a quem recorrer ou o que fazer. Eu nunca cuidei de uma criança, já que de fato eu nem gostava de crianças.

Coloquei aquele cesto num lugar seguro e encarei aquela pequena criatura de bochechas rosadas por mais um segundo.

_ Me espere aqui._ Disse como se, de fato, ela tivesse condições de ir a qualquer outro lugar.

Sai correndo apartamento a fora e sem tempo de esperar o elevador, desci as escadas aos tropeços até a recepção.

_ Rafaella tudo bem com a senhorita?_ Perguntou Cold o porteiro da noite.

_ Boa noite Sr. Cold, saberia me dizer se hoje teve alguma visita pra mim enquanto eu estava fora?_ Perguntei enquanto ainda me forçava a recuperar o ar.

Ele conferiu as anotações de Potter, o porteiro do dia e após analisar sua prancheta ele negou com a cabeça.

_ Nada pra senhorita._ Disse simplesmente.

Respirei fundo e pensei mais um pouco.

_ Nem ninguém sei lá, estranho, sabe, quê não mora aqui?_ Perguntei tentando ser o mais discreta possível.

Ele pensou um pouco e enfim uma luz pareceu se acender em sua mente quando ele estalou o dedo.

_ Na verdade, Potter me disse que veio uma senhora vendendo doces e ele até ganhou um de graça, mas acho que ele não reagiu muito bem ao doce. Ele tava meio estranho quando cheguei.._ Disse fazendo uma careta confusa, mas logo deu de ombros.

_ Sabe como ela era?_ Tentei mais uma vez.

_ Sei não, mas por que o interesse? Vai me dizer que queria comprar alguns doces também?_ Disse em forma de brincadeira me fazendo sorri.

Por fim agradeci e voltei ao meu apartamento, aquele serzinho continuava lá deitado em seu cesto fazendo alguns barulhos estranhos com a boca.

Me aproximei sentando ao lado do cesto e a analisei.

_ De onde você veio?_ Quis saber.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora