C A P I T U L O _ 3.2

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A caminho de casa, fui tirada de meus pensamentos quando o celular começou a vibrar em minha bolsa atraindo a atenção das pessoas dentro do ônibus.

Benjamin até tentou me convencer a aceitar sua carona, mas sabendo do estado de sua irmã achei que seria melhor não fazê-lo gastar seu tempo comigo, ao menos, não daquela vez.

_ Alô?_ Atendi não reconhecendo o número de imediato.

_ Mamãe!_ A voz de Lili soou do outro lado da ligação me fazendo franzir o cenho confusa.

_ Oi meu monstrinho, de onde você tá falando hein?_ Perguntei antes dela se silenciar por alguns minutos como se precisasse pensar na resposta._ Lili?_ A chamei preocupada.

_ Eu tô aqui com o Tio Guto, mas aí deu um barulhão lá fora e agora tá tudo escuro. O titio disse que foi um apagão, então ele me deixou aqui na sala e tá procurando alguma coisa. Eu tava com saudade._ Disse tudo de uma vez me deixando perdida em sua história.

Como conseguia falar tanto sem se engasgar?

Com um sorriso no rosto por meus pensamentos, encarei a janela do ônibus notando o vento soprando com um pouco mais de força do que antes.

Talvez isso tivesse alguma coisa a ver com o tal apagão.

_ Tudo bem, a mamãe já está chegando e nós vamos pra casa, talvez lá tenha luz._ Falei torcendo pra estar certa em minha teoria, passar a noite sem luz não era muito agradável.

_ Não precisa vir não mamãe, o Tio Guto disse que a gente vai pra minha casa._ Fez silêncio por mais alguns segundos me deixando curiosa, antes de completar em forma de sussurro._ Acho que ele tá com medo do escuro.

_ Lili, você viu meu..._ A voz de Guto surgiu assim que a garotinha acabou de me confidenciar seu segredo._ Com quem está falando garotinha. Rafaela?_ Disse agora se dirigindo a mim, que sem perceber, sustentava um sorriso por imaginar aquele homem com medo do escuro.

_ Já estou chegando._ Comentei me fazendo de inocente.

_ Tudo bem, mas não precisa vir. Como o tempo tá esfriando te farei o favor de levar Lili até aí de carro. Não precisa me agradecer._ Seu convencimento me deixava quase impressionada, e eu precisei me forçar pra não rir e entregar jogo.

_ Oh claro, já que você insiste, quem sou eu para recusar._ Brinquei antes de encerrar a ligação já chegando ao meu ponto.

Atravessando as portas do prédio, cumprimentei o porteiro, e pelo que pude ver ao menos alí parecia tudo normal em relação a luz.

Assim, segui para o meu andar, e aproveitando o meu raro momento de paz e silêncio, me enfiei debaixo do chuveiro e coloquei um pijama antes de ir para a cozinha adiantar a janta enquanto saboreava um café.

Apreciando o momento, me sentei na bancada conferindo se havia alguma mensagem esquecida, e acabei por notar duas em especial que chamaram minha atenção.

Uma delas era de Baby, onde ela me dava um breve relato de sua viajem e alegava que me ligaria no dia seguinte pois o dia ainda estava corrido.

A outra mensagen era de Solange, me avisando com letras bem grandes que tinha notícias sobre a nossa missão, porém, havia uma boa e uma ruim. Isso me deixava preocupada.

Respirei fundo avaliando o que responder, porém, antes que eu podesse escrever qualquer coisa batidas em minha porta me roubaram a atenção, junto aos resmungos do velho rabugento do Gustavo.

Calmamente me levantei e fui atendê-los.

_ Achei que tinham se perdido._ Impliquei assim que abri a porta sendo agraciada por um forte abraço do meu pequeno monstrinho.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora