C A P I T U L O _ 2.6

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Como tinha dito ao santo homem, resolvi arriscar não fugir dessa vez, afinal, iriamos a  restaurante bem movimentado alí mesmo próximo a empresa, não teria como nada acontecer.

Não era como se eu levasse a sério esse negócio de não dar uns pegas na primeira saída, a questão era que agora eu não era mais aquela garota que costumava pegar qualquer um sem ao menos me importar em saber seu nome.

Mesmo que aquele homem continuasse um atentado a minha sanidade.

_ Se me permiti._ Disse puxando a cadeira pra mim como um perfeito cavalheiro.

_ Muito obrigada, mas não se empolgue tanto._ Falei fingindo repreensão fazendo o garoto a minha frente soltar uma careta.

_ Só estou sendo educado._ Rebateu se sentando de frente pra mim._ Mas então, desde quando passou de mulher livre leve e solta, a garota prendada?_ Questionou pouco antes de uma garçonete vir trazer o cardápio.

_ Achei que falariamos sobre assuntos da empresa._ Impliquei fazendo ele sorrir sem jeito.

_ Acredite, teremos muito tempo pra isso. Mas por agora, eu ficaria feliz em saber o que se passou depois de me abandonar naquele quarto de Hotel sozinho._ Disse apoiando o indicador no queixo em um expressão de detetive que me fez rir.

_ Acredito que essa seja uma longa história, mas e você? Desde quando passou de playboyzinho da noitada, pra estagiário do próprio pai?_ Questionei avaliando as opções de pratos do dia.

Ele sorriu de forma presunçosa antes de começar a contar a sua versão dos fatos, seus feitos heróicos e os não tão heróicos que foram capaz de deixar seu pai tão irritado, a ponto de obriga-lo a trabalhar como estagiário.

Como recusar quando sua herança está em jogo, não é mesmo?

Depois que nossa hora de almoço acabou, eu já estava liberada para ir para casa, enquanto o novo estagiário precisaria voltar para empresa, porém, não sem antes me oferecer uma carona.

Eu tentei recusar, afinal, ele ainda era considerado um desconhecido para mim, e o fato de eu não estar indo para casa também complicava um pouco, afinal, seria abuso demais fazer ele dar essa volta toda por mim.

Mas no fim, ao menos eu conseguiria chegar antes dos portões abrirem.

_ Agora é a hora que eu ganho um beijinho de agradecimento?_ Perguntou ao estacionar o carro na praça em frente a creche.

Tirei meu cinto e fiz uma careta enquanto ele me encarava em expectativa.

_ Tudo bem, já que você se comportou direitinho durante o almoço e ainda me trouxe até aqui, por que não?_ Falei derrotada tendo um vislumbre de um belo e largo sorriso se forma em seu rosto._ Feche os olhos._ Pedi e sem hesitar ele obedeceu e fez biquinho me fazendo rir.

Segurei seu rosto entre minhas mãos, ainda apressiando aquele rosto tão belo assim como a vez em que acordei ao seu lado sem sequer saber seu nome.

Lentamente fui me aproximando até tocar seu nariz com o meu. Seu sorriso era a melhor parte daquilo tudo, apesar da certeza do seu desapontamento assim que encostei meus lábios em sua bochecha e me afastando logo em seguida.

_ Pronto._ Anunciei vendo seus olhos se abrirem em uma das suas caretas mais hilárias mas ao invés de ficar grilado, ele apenas se virou pra frente e sorriu para o nada.

_ Não sei porquê, mas eu sabia que tava dando muito certo pra ser verdade, mas tudo bem, por enquanto._ Resmungou me fazendo sorrir.

_ Obrigada pela carona._ Falei me preparando pra sair do carro.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora