C A P I T U L O _ 3.5

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Tudo já estava planejado para o final de semana, e eu tinha comigo a bela impressão de que nada poderia acontecer de tão errado, bom pelo menos, eu torcia por isso.

Ainda no ônibus tentei ligar para Gustavo pra saber se poderia ir direto pra casa, mas ele estranhamente não atendeu nenhuma das minhas ligações, o que me deixou bem desconfiada pelo motivo.

Eles poderiam estar dormindo?

No fim, apostei por ir primeiro no apê de Baby e segundo o porteiro ao menos em casa Gustavo estava.

Sendo assim, subi até o andar e bati na porta, não me surpreendendo por não ser atendida de imediato. Na verdade, eu passei quase 10 minutos alí igual um poste, me permitindo refletir sobre várias paranóias, a cada batida não respondida.

_ Tá aberta!_ A voz de Gustavo veio como um grito distante, me deixando ainda mais desconfiada.

E eu passei aquele tempo todo ali fora, podendo ter simplesmente girado a maçaneta.

Cansada, suspirei antes de abrir lentamente a porta ainda preocupada pelo que encontraria alí dentro, afinal, Gustavo somado a Lili, qualquer coisa era suspeita.

_ Mas cuidad..._ E antes que a frase do rapaz podesse ser completa eu dei um passo pra dentro, apenas para sentir meu pé deslizar prestes a uma queda.

Por algum motivo o chão estava molhado e com sabão espalhado por todo o lado.

Fechei meus olhos com força apenas esperando a dor que viria, porém, antes que eu pudesse alcançar o chão, o braço de Guto passou envolta de minha cintura me firmando de pé.

Mesmo que basicamente me colando ao seu corpo.

_ Eu falei pra tomar cuidado._ Disse como se fosse a coisa mais normal alguém chegar e encontrar a casa toda daquela forma.

_ Que merda toda é essa?_ Perguntei tentando me afastar em movimentos cautelosos para não correr o risco de cair.

Olhando ao redor era possível notar a ausência de grande parte dos móveis daquele cômodo, nada de sofá, estante, tapetes, inclusive o bobão ao meu lado estava todo molhado assim como a casa.

_ Apreciando a vista?_ Perguntou com deboche aparente após me flagrar observando seu corpo por tempo demais.

Fiz uma careta, antes de empurra-lo, apenas para quase cair, o que me fez involuntariamente segurar nele novamente ganhando seu melhor sorriso implicante.

_ Tirando o fato de que você está precisando voltar pra acadêmia, você ainda não disse que bagunça é essa e onde está minha filha?_ Perguntei me apoiando na parede para tomar distância dele.

_ Bem, como Barbara disse que voltaria somente no final de semana, resolvi bancar o bom irmão e dar uma geral na casa antes dela voltar._ Disse simplesmente me fazendo franzir o cenho._ E a Lili..._ Ele tava pensando demais, se limitando a coçar a nuca e deixar um sorriso nada confiável escapar.

Tava tudo muito silencioso para o meu gosto o que me deixava preocupada.

_ Gustavo!_ Chamei em tom de repreensão.

_ Tá, talvez essa não tenha sido a idéia mais brilhante pra uma faxina._ Resmungou mais si mesmo do que para mim.

Novamente passei meus olhos ao redor da sala buscando algum outro lugar pra me apoiar, ou uma pista de Liana, mas tudo o que conseguia ver era algo semelhante a uma limpeza que acabou se tornando em uma grande bagunça.

Eu torcia para que ele me dissesse que Lili estava apenas dormindo, mesmo que o meu interior dissesse que não era bem assim.

Conseguindo um pouco de equilíbrio próprio me afastei da parede e tentei patinar até o corredor dos quartos onde parecia mais seco, mas antes que eu podesse me afastar completamente Gustavo me puxou.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora