C A P I T U L O _ 5.7

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A maçaneta girou, e a porta foi lentamente aberta, me fazendo recuar alguns passos ainda com Lili presa em minha mão.

Quando a imagem de Sr. Álvares se revelou por completo diante mim, e seus olhos vieram em minha direção senti um arrepio nada bom subir por minha espinha me fazendo travar.

_ Rafaella? _Questionou intrigado me fazendo engolir quando seus olhos passearam por mim a caminho da pequena garotinha que se esquivou para trás do meu corpo, acanhada.

Ele tornou a olhar para mim.

_ O que faz aqui?_ Quis saber mantendo a expressão séria enquanto sustentava sobre seus braços uma pilha de documentos, assim como costumava transitar pela empresa.

Pigarreei limpando a garganta para conseguir me pronunciar antes que ele começasse a cogitar algo além da realidade.

Afinal, não tínhamos intimidade nenhuma para eu estar em sua casa, muito menos dentro de seu escritório privado num momento como aquele.

_ Senhor, não pense nada de errado, por favor. _ Tentei soar o mais natural possível quando ele ergueu uma suas sobrancelhas cruzando os braços.

Um leve tremor balançou minha confiança, fazendo meu interior se agitar.

_ Estou esperando uma explicação convincente, Rafaella. Ainda não disse o que faz na minha casa._  Ditou dando alguns passos a frente, me fazendo recuar, voltando ainda mais para dentro de sua sala.

Puxei o ar me esforçando a agir com naturalidade, quando não havia motivos para ficar tão agitada. Tudo bem que ele era o meu chefe, mas eu tinha um motivo para estar alí.

_ Não é como se eu tivesse invadido uma propriedade privada, de qualquer forma._ Resmunguei para mim mesma enquanto formulação mentalmente como verbalizar aquela explicação.

"Onde Hanna está, nesse momento?!"

Arrumei minha postura, o encarando de frente pronta para me explicar, quando senti um leve aperto de Lili em minha mão.

_ Tudo bem, senhor, eu estou unicamente porque...

_ Eu a convidei._ A voz de Benjamin surgiu da porta chamando nossa atenção para sua presença até então não notada, me fazendo considerar que sua voz nunca havia me parecido tão tranquilizadora, quanto naquele momento.

Por algum motivo, considerei que a figura de Hanna também surgiria ao seu lado, porém, diferente de minha expectativa, Benjamin estava alí, sozinho.

Ainda sim, me permiti respirar brevemente sentindo o alívio por não ter de enfrentar aquela fera duvidosa sozinha.

_ Que curioso. Recebendo visitas no meio da semana, sem sequer um aviso prévio?!_ O mais velho agora mantinha seu olhar sobre seu filho com a expressão curiosa.

Sr. Álvares deixou um pequeno sorriso escapar antes de me olhar novamente, como se formulasse algo sobre seus próprios pensamentos.

_ Vocês, me aprecem dois adolescentes aprontando algo._ Ele sorriu divertido.

_ Ninguém está aprontando nada, okay? Foi apenas uma visita rápida, não pretendia causar nenhum incomodo. De qualquer forma, nós já estamos indo, não é?

Benjamin me encarou, me fazendo concordar, antes de passar um braço por sobre meu ombro me guiando em direção a saída.

_ Mas por que a pressa?_ o mais velho questionou _ De qualquer forma, já estão aqui, não é mesmo?

Álvares caminhou sem pressa até sua mesa, onde deixou a pilha de documentos antes de se virar em nossa direção, estando apoiado contra sua mesa.

Ele sorriu.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora