Minha Melhor Decisão

C A P I T U L O _ 5.9

Acordar ao toque do despertador me fazia questionar os cuidados de Babi sobre meu pequeno monstrinho, já que em dias normais, eu sequer teria a chance de escuta-lo tocar.

Fazia um tempo desde que havia substituído aquele toque aleatoriamente animado, pelos dedinhos carinhosos da minha pequena junto a sua habitual declaração de que estávamos prestes a nos atrasar, mesmo quando sequer sabia olhar a hora.

Suspirei ao me sentar, notando ter esquecido as cortinas abertas, e o espaço vazio em minha cama, me fez franzir o cenho em receio, afinal, me lembrava bem de só ter pregado meus olhos, após conferir a garotinha desmaiada ao meu lado.

_ Lili?!_ Chamei ao me por de pé, calçando as pantufas de forma desajeitada enquanto seguia para fora do quarto.

Silêncio era a única coisa que se fazia presente naquele apartamento.

_ Liana?_ Tentei mas uma vez, seguindo pelo corredor a caminho da sala, parando no batente da travessia ao observar a cena.

A tv ligada em um desenho comum para o horário, alguns ursos espalhados pelo chão da sala sobre o tapete felpudo enquanto um monstrinho terrivelmente assustador de cabelos arrepiados e um pijama estava esparramada entre eles, com meu celular pressionado ao ouvido.

_ Eu entendi titia._ Resmungou com os olhos pressos na tela da tv _ Ela ainda tá dormindo, não, ela não tá de folga _ ouvi ela sorrir de forma suspeita.

Alguns minutos de seu silêncio me faziam questionar o que ela devia estar escutando do outro lado, entre tudo, com qual das "tias" ela conversava.

_ Vou dar o recado._ afirmou convicta _ Eu sei titia, a Beth lima também tá aqui, ela não vai deixar eu esquecer, não é Beth?! _ apontou para uma de suas bonecas concordando pô si só.

Sorri com sua loucura prévia, antes de apoiar meu ombro no batente, cruzando meus braços em atenção, ganhando com isso seus olhos.

Ela sorriu pra mim.

_ Acho que ela acabou de acordar titia. Sim, não ela não tá brava._ ela me analisou desconfiada _ Você tá brava, mamãe?

Sorri pequeno, negando com a cabeça, antes de me afastar do batente me jogando no sofá, apenas para estender a mão em sua direção.

_ É, agora ela vai falar. Um beijo titia. Eu também._  se despediu antes de me entregar o celular.

_ O que foi? _ falei assim que encostei o celular no ouvido após identificar o nome de Babi na ligação.

_ Até que fim, bela adormecida. Por acaso está achando que encontrou seu velho rico, ou o que?_ implicou me fazendo revirar os olhos.

Lili havia voltado sua atenção para a tv enquanto esmagava o boneco novo, que ainda parecia estranhamente familiar pra mim.

Me levantei, deixando um beijo no topo da cabeça da garotinha antes de seguir para cozinha, preparar nosso café da minha.

O relógio na parede indicava que ainda dava tempo de fazer as coisas com calma, me provando que de fato, milagres eram capazes de acontecer.

Rafaella Duran acordando cedo, sem precisar de nenhum meio de despertamento, só sendo um milagre mesmo.

_ Ainda não tive essa sorte, pode ficar tranquila que se um dia acontecer, você será a primeira a ficar sabendo. _ Sorri com o pensamento ao pressionar o celular entre o ouvido e o ombro para organizar as coisas sobre a mesa.

_ Claro, Lili faria questão de me informar a qualquer movimento suspeito._ Rimos sabendo que mesmo que eu omitisse qualquer novidade sobre minha vida para aquela família, Lili contaria.