Segunda Chance

16

Felipe

Acordei quando o barulho do meu celular vibrando insistentemente na mesinha de madeira ao lado da cama começou a me incomodar.

Abri os olhos com um pouco de dificuldade por conta da claridade do sol que batia no meu rosto e lembrei que estava no quarto da Jade, já que no meu quarto isso não acontecia.

Chamei por ela duas vezes quando percebi que ela não estava na cama, mas tive o silêncio do apartamento em resposta. Já me estressei logo, eu ficava puto quando a Jade metia a louca assim de sair e me deixar de otário aqui sem me falar nada. E não é nem papo de satisfação não, porque isso a gente nem deve um ao outro, mas porra?! Consideração zero né.

Sentei na cama e passei a mão no celular pra ver qual era o motivo de tanta mensagem, mas nem deu tempo de abrir porque assim que eu desbloqueei ele a Flávia me ligou.

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Flávia: Até que enfim hein Felipe, puta merda! —pelo tom de voz dela já sabia que ela estava estressada. — Todo mundo perguntando por você no grupo, vai na praia com a gente não?

Eu: Sei não, Flá. —disse desanimado e escutei ela bufar do outro lado da linha— acabei de acordar, pô. Tô muito afim não, mas pra aonde vocês vão? Se eu animar eu colo lá.

Flávia: Vamos pro Joá. Lucas disse no grupo que lá tá bem de boa hoje e a maré tá baixa.

Eu: Porra, aí sim hein. Te mando mensagem se eu animar de ir.

Flávia: Bora logo, Felipe! O que que você vai ficar fazendo em pleno domingo numa lua dessa? Nada né, porque a Jade nem aí tá. —estranhei

Eu: Comé que tu sabe que ela não tá aqui, ô cabeça?

Flávia: Olha seu WhatsApp! —respondeu — Oh, resolve aí e me fala. Vou arrumar as coisas aqui, beijo.

Eu: Beijo. —respondi e ela desligou.

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Acabei de falar com ela e abri as mensagens do grupo no whatsapp. Vi que eles tinham adicionado a Camila no grupo e acabei salvando o contato dela, normal né.

Li a conversa deles combinando o lance da praia e respondi lá porque eles tinham me mencionado. Logo depois abri a mensagem da Flávia também. Era uma foto que a Jade tinha acabado de postar no Instagram dela.

Não sabia de eu achava graça ou se ficava puto!
Tomar no cu né, me manda um monte de mensagem chorando e chamando o cara de escroto pra baixo, fode comigo a porra da noite inteira pra meter o pé na calada do dia e ainda meter essa de "Você é minha melhor escolha"?. Não fode!

Não tô botando a culpa toda nela não, tô no meio dessa merda porque eu me envolvi mesmo, sabia da porra toda e me coloquei nessa situação de merda. Quando falo que fico puto eu fico comigo mesmo também. Nunca fui de render pra ninguém, e é por esses motivos que eu vou continuar assim. Vou colocar um fim nessa situação ou eu vou acabar ficando maluco.

Cheguei no prédio em vinte minutos. Quando abri a porta do apê vi a Flávia deitada no sofá mexendo no celular e o Hugo sentado em outro mexendo no celular dele também.

Flávia: Aí, graças a Deus! —falou assim que eu entrei — Não aguentava mais um minuto desse garoto aqui me irritando.

Hugo: Ih, qual foi ô pirralha. —falou rindo

Felipe: Aguenta mais dez então que eu vou jogar uma água no corpo rapidão. —deixei a chave na mesinha, fui até onde a Flávia estava deitada e dei um beijo na testa dela

Hugo: Ta melando o rolê hein Felp, porra. —olhou o relógio

Felipe: Ta chatão mermo hein.— Dei um tapa na nuca dele quando passei por trás do sofá onde ele estava sentado.— Vou demorar não, pô.

Hugo: Desse jeito eu vou ter que almoçar antes de ir, ué. Aí — ele cutucou o braço da Flávia com o pé e ela acertou um tapa nele. —Faz um omelete pra mim lá, na moral.

Ela forçou uma gargalhada alta.

Flávia: Ata, Hugo. ATA! Levanta a bunda daí e vai fazer você, se você quiser. —ele continuou cutucando o braço dela com o pé. — E para-de-me-perturbar — disse pausadamente com raiva enquanto estapeava o pé dele — Inferno!!!

Fui pro meu quarto e deixei os dois discutindo lá na sala porque parece duas crianças de seis anos, nunca vi igual. Tomei um banho frio, não me sequei completamente porque estava um calor pra cada um, vesti a só uma bermuda e joguei minha camiseta no ombro. Peguei um dos meus bonés, carteira, óculos escuro e a chave do carro e saí do quarto.

Felipe: Bora? — falei com o Hugo que estava bebendo agua na cozinha e olhei pra sala dando falta da minha irmã— Ué, cade a Flá?

Ele riu terminando de beber a agua.

Hugo: Foi lá pra Gabi, pilhou porque eu tava perturbando ela. — respondeu lavando o copo, pendurou no escorredor e eu ri negando com cabeça. To falando que parece criança.

Encontramos as meninas no corredor em frente ao elevador, ela estavam conversando e rindo de alguma coisa. A Gabi era muito gata, tinha uma presença do caralho. Mas a Camila roubava toda a minha atenção com a parte de cima do biquíni preto e aquele rabão num short curto pra cacete! A mina era uma gostosa, pô. E a filha da puta sabia disso.

Gabriela: Demorou hein. —falou comigo.

Felipe: Bom dia pra tu também — ela deu lingua, eu ri passando um braço pelo ombro dela a abraçando, dei um beijo na sua cabeça e olhei pra Camila — E aí?

Soltei a Gabi e segurei a cintura da Camila pra cumprimentar ela com um beijo no rosto. Lógico que eu aproveitei a oportunidade pra firmar a mão na cintura dela porque eu não to morto.

Camila: Oi — sorriu brevemente pra mim e sustentou o olhar que só foi cortado quando o Hugo foi cumprimentar ela.

Gabriela: Felp, eu até ia no meu carro, mas a gasolina ta cara e agora vai o bonde todo contigo só pra tu largar de ser otário. —falou e apertou o botão do elevador.

Felipe: ih ala! — ri —tirou o dia pra me esculachar mesmo hein.

Ela riu e logo o elevador abriu. Fui o último a entrar, logo depois da Camila, E ainda bem que eu estava de óculos escuro porque a secada que eu dei nela sem nem perceber que estava dando foi foda. Porra de mulher gostosa!