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FLAVIA DUARTE

Queria ser fria o suficiente pra que a presença do Lucas a poucos metros de mim não me afetasse tanto, mas infelizmente eu não sou.

Acho que até estou fingindo bem, ignorando ele com palavras, mas meu olhar... Esse procura ele o tempo todo, mas disfarço antes dele conseguir notar. Tem sido assim até agora.

E pra me ajudar com essa angústia, com todo esse sentimento que eu não sei lidar eu tô é descontando na bebida mesmo. Já dizia Zé Neto e Cristiano: me afogando no álcool. E que ele me ajude a me manter longe desse loiro ridículo de lindo.

Hugo: Pega leve na bebida, tu não tá acostumada. — rolei os olhos sentindo a cerveja gelada descer minha garganta.

Flávia: meu irmão foi embora e deixou o secretário? — perguntei com tédio pra ele e o Tavin riu

Hugo: Deixa de ser grossa, porra. Tô falando pro teu bem! — respirei fundo, esse excesso de cuidado do meu irmão e dele comigo as vezes me sufoca.

Tavin: É carnaval, Hugo, relaxa. Deixa a garota curtir, tá todo mundo junto aqui, não dá em nada! — Tavin que estava bebendo do meu lado, se meteu.

Flávia: É que ele e o Felipe acham que eu ainda tenho 12 anos. —ironizei

Hugo: Só te dei um toque, precisa se armar toda não.

Entrou uma sequência de funk tão gostosinha que eu saí toda empolgada e já fui chegando por trás da Gabi, dançando com ela.

Copinho pro alto, cabelo jogado pro lado e rabeta balançando. Tudo pra todosss!

Dancei que chega senti calor, eu percebi os olhares do Lucas sobre mim e aí que eu dançava mesmo pra ele ver a grande gostosa que ele "perdeu".

Flávia: garota, já perdi as contas de quantas bocas tu beijou. —zoei a Gabi que tinha acabado de pegar um boy gatíssimo.

Ela me entregou o copo dela pra prender o cabelo.

Gabi: para, nem foi tanto assim. —riu pegando o copo de volta — mas a vida tá aí pra ser vivida né, aliás, tu deveria fazer o mesmo.

Fiz careta.

Flávia: quem eu quero não me quer, quem me quer não vou querer —cantarolei fazendo ela rolar os olhos divertidamente

Gabi: Se a Marília escuta tu usando a música dela pro Lucas depois do vacilo enorme dele contigo, acho que ela desce aqui na terra só pra te dar dois tapas na cara e te deixar esperta.

Flávia: pra que né?! já tenho você que faz isso com palavras. — ela gargalhou.

Cheguei nos meninos servindo meu copo de cerveja e quase bebendo tudo de uma vez por conta do calor.

Tavin: Que sede é essa, Flavinha. — riu me vendo encher o copo de novo — Tu não para hein.

Talvez o álcool estivesse realmente começando a mexer com a minha cabeça, porque aquele sorrisinho que ele tinha nos lábios eu conhecia bem, e era de quem tava interessado.

Hm, interessante.

Flávia: agora que tá ficando bom?! —falei num tom meio sugestivo, o olhando — parar pra que né?! —um sorriso travesso brincava nos meus lábios também. Ele coçou a cabeça e riu negando.

Ia ficar com ele? Provavelmente não, mas eu já tava altinha de álcool e meu lado apocalíptico tava mais impulsivo que nunca.

Quando passei os olhos pelo pessoal vi o Lucas encarando a gente de braço cruzado e a cara meio fechada enquanto ele parecia cagar pra Giovanna que falava algo com ele, porque a atenção dele tava toda em mim.

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora