Segunda Chance

30

FELIPE

Quatro da manhã, ficando chapado já e a Luana alugando minha mente a noite toda. Porra, haja paciência namoral. Não gosto de ser grosso com ninguém de graça acho mó escroto ainda mais com mulher, mas odeio grude pra cima de mim, pior ainda quando não to tão afim da pessoa.

Filho da puta do Hugo me fudeu, vim de carona com ele pra cá , o viado falou que ia passar na Babi pra trazer ela e quando eu vi tava entrando as duas no carro e o Hugo metendo um código morse pra mim de que 4 é par.

Se fosse pra beijar e morrer ali era suave, po. Me amarro. Mas a mina ja chegou me dando uma canseira do caralho, querendo assunto e atenção toda hora que minha vontade de ficar com ela foi minando legal. Não da um espaço po, querendo casar no rolê sem a gente nem ter ficado ainda. Porra, é de fuder.

Hugo: vai ficar nesse chove e não molha até que horas, vacilão? - perguntou e riu assim que eu encostei na grade do parapeito do camarim. Luana tinha ido no banheiro dando um descanso pra minha mente.

Felipe: Tu que me arrumou uma bomba e eu que sou o vacilão?! -olhei pra ele que riu ainda mais, muito otário mermo tnc.

Hugo: Garota gente boa pô, mó gostosa também. Ta de bobeira?! Mina ta se jogando em tu e você fazendo doce, se foder Felp. -negou com a cabeça

Felipe: Pega pra tu então, porra. -levei a cerveja na boca sentindo o líquido gelado descer pela minha garganta e olhei pro movimento na pista.

Geral se acabando no funk e meu olhar foi direto pra Camila que dançava com o copo pro alto. Tava altinha de cerveja ela. Sorriso frouxo, cabelo pro lado, jogando com vontade... porra viajei.

Respirei fundo e desviei o olhar. Vi o Lucas embrazando lá com uns malucos perto da Gabi, ele fez sinal pra gente descer quando me viu e pronto, era só isso que eu precisava.

Felipe: Vai ficar aqui? Vou descer pra pista, isso aqui ta parado pra caralho. - Geral que tava com a gente tinha descido pra curtir na pista, até a Babi que veio com o hugo tava la dançando com as meninas.

Hugo: E a Luana, po? Vai deixar a minha de pista? -estalei a língua no céu da boca.

Felipe: Casei com ninguém não, porra. Nem veio comigo, veio contigo, se fode aí. -ri saindo fora dali, ele me mandou o dedo e falou que depois iria descer.

Passei pelo corredor e ela estava voltando do banheiro.

Luana: Ja vai? -perguntou confusa parando na minha frente. Ai caralho. Que saber? Foda-se, vou botar isso pra frente e morrer ali, sem estresse e bom pra nós dois. Neguei e ja fui encaixando a mão na nuca e puxando ela pro beijo. Terminou o beijo me dando um selinho e ela sorriu satisfeita encarando minha boca. Beijo mal encaixado do caralho, porra.

Felipe: Minha irmã ta me chamando la em baixo, marca um dez que eu volto aí. - dei mais um beijo nela pra compensar o perdido que eu daria nela dali pra frente e pra tirar a prova real do beijo, mas continuou mal encaixado e eu deixei de mão, finalizei o beijo e desci logo pra pista.

CAMILA

Não aguentamos ficar no camarote a noite toda e descemos pra pista que estava muito mais animada. Nesse meio tempo conheci uma amiga da Gabi que encontramos por acaso e uns amigos também. Gabriela pelo visto só tem amigo gato, impossível isso. Rolou até de ficar com um deles, mas foi só um beijo muito bom que ficou por isso mesmo. Não tava afim de ninguém no meu pé.

Acabou ficando todo mundo junto por ali, a Babi também desceu pra ficar com gente e eu fiquei encantada com a beleza e simpatia dela, ela tinha uma energia muito leve e gostosinha. Só a amiga dela que ficou lá batendo ponto pro felipe, e o Hugo acabou ficando ficando também. Dançamos, bebemos e curtimos horrores.

Não sei o que rolou pro Felipe aparecer lá depois, e sozinho.

Vou voltar a curtir o baile no morro
Ela sabe que eu sou do bagulho doido
Se interessa quando vê a peça do moço
Vem jogando e vem sarrando em mim gostoso, gostoso 🎶🎶

Continuei dançando, gravando story e curtindo com o pessoal. Vez ou outra o olhar do Felipe esbarrava no meu e ele sustentava, mas eu desviava o mais rápido possível.

Fui pegar uma garrafinha d'agua no camarim porque la era de graça e eu não sou burra de pagar 3,50 numa garrafa aqui em baixo. Na volta acabei encontrando o Felipe no meio do corredor do lounge, mas não falei nada com ele e continuei passando direto, até sentir ele me segurar pelo braço.

Felipe: Ta passando direto assim porque? -sorriu ainda me segurando - Ta puta comigo por acaso?

Camila: Não tenho motivo pra isso.

Felipe: To sabendo... -disse intercalando o olhar entre meus olhos e minha boca - Me da um beijo aqui então

Eu ri fraco e olhei bem pra cara dele.

Camila: Se manca, Felipe. -falei na boa e ele riu, desgraçado. - Se quiser uma boca pra beijar a Luana ta tomando um chá de cadeira te esperando la dentro, aproveita que ela ainda não foi embora.

Ele voltou a me olhar nos olhos.

Felipe: Mas eu quero você. -falou sério e umideceu os lábios, me puxando pela cintura pra mais perto dele.

segurei o queixo dele com uma mão e virei seu rosto, encostando minha boca perto do ouvido dele

Camila: Então você vai ter que sonhar comigo. -falei baixinho e senti ele firmar a mão na minha cintura com força, dei um beijo no rosto dele e saí dali.

Homem é uma praga mesmo né?! Quatro e meia da manhã, Felipe caçando assunto depois de ficar o tempo todo com outra pendura nele. Da vontade de mandar ele ir pra santa que o pariu.

E não, isso não tem nada a ver com ciúmes ou coisa do tipo, bem longe aliás. Somos solteiros e eu não to nem esquentando minha cabecinha com quantas bocas ele beija, que beije mesmo. Maaaas não vem querer graça comigo uma hora dessa que vai ficar de pista MESMO.

Se eu não fosse a primeira, a última que eu não iria ser.

Saímos de lá estava quase amanhecendo já, meu pé tava pedindo arrego e eu só queria um banho quente e minha cama. Mas a noite tinha valido suuuuper a pena.