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CAMILA BERRIEL

Deu a hora de sair e como de costume os meninos ja estavam fazendo um escarcéu no andar de baixo. Porém, eles que lutem né. 

Hoje nós três estavam combinandinhas, vestidas de sereia e pensa numa maquiagem pra dar trabalho?! Pensou? Pois é. Minhas habilidades eram um tanto quanto limitadas, então eu demorei mesmo mas também não sairia feia. E no final deu tudo certo, amém. 

Ouvimos alguém bater na porta  e o Hugo entrou no quarto logo depois da Flavia gritar que podia. 

Hugo: Ou, puta que pariu hein, se for pra chegar na hora de ir embora vocês me avisam que eu deixo vocês tudo por aí. — ele ja chega assim, tacando o terror. 

Camila: Relaxa, meu bem. Ontem vocês fecharam o open, quero ver se tem disposição pra fechar hoje também! — desafiei

Hugo: Na demora que vocês estão, a gente chega lá de manhã, só pra fechar mesmo. — implicou rindo — sereeeeeeia te encontrei na areia. —cantarolou percebendo nossa fantasia, fazendo a gente rir

Gabi: gostou? —deu uma voltinha

Hugo: como não?! 

Flávia: E vocês? Não vão fantasiados de fadinha hoje não? —riu.

Hugo: tá maluco, tô com o suvaco assado daquele elástico da asa me apertando até agora.— respondeu fazendo a gente gargalhar. É muito idiota cara, eu amo. — Um dia só deu pra rir e chorar. 

Hugo ficou la enchendo o saco, mas logo desceu e acabamos de nos arrumar uns cinco minutinhos depois. Mal tiramos umas fotinhas e já estávamos trancando o portão da casa, saindo na rua.

Felipe: Tá uma gata do caralho hein. — falou  me puxando pra ele e deu um cheiro desajeitado no meu pescoço por estarmos caminhando lado a lado, mas que foi suficiente pra me arrepiar e me fazer sorrir.

Camila: Achei que eu tivesse uma sereia. —impliquei vendo ele rir da minha piada idiota.

Felipe: Uma sereia muito gata. — selou nossos lábios e entrelaçou nossos dedos

Chegamos no bloco e ja estava aquele mundaréu de gente por lá. Hoje a atração principal era  Felipe Amorim e óbvio que eu ja tinha ensaiado todas as coreografias possíveis das musicas dele que vi no tiktok nos últimos dias. Botei até o Felipe pra dançar, e pasmem, ele aprendeu direitinho ta ?! Amo. 

Os meninos foram buscar as cervejas e a gente ficou ali perto esperando e dançando os funks que tocava no palco. Giovana também ficou por ali com a gente e eu não me incomodei com isso não, sou bem tranquila então até que ela me desse motivos pra não me estressar com ela eu continuaria assim na paz!

De vez em quando passava um ou outro jogando uma piadinha pra gente, querendo chegar e tal, as vezes as meninas rendiam , mas eu deixava claro que estava off.

Felp: É só eu sair que os caras marca em cima hein. — chegou segurando minha cintura por trás e eu o olhei por cima do ombro. — Você também não ajuda né? gostosa desse jeito. —ele disse dando um sorrisinho e eu ri tombando a cabeça pra trás 

Cada um pegou sua bebida e em pouco tempo a gente ja tava ficando alegre, porque já tínhamos bebido em casa também, mas não tinha ninguém mal. A gente tava curtindo MUITO, dançando, rindo e na maior resenha como sempre. 

Começou uma sequencia de funk ritmado, abrimos a rodinha entre a gente e eu quase passei mal de rir com os meninos mandando passinho porque obviamente eles tavam fazendo uma gracinha do cacete, exagerando a beça e inventando uns passinhos jamais vistos no Brasil. Cheguei chorar de rir. 

Felipe: Toma. —falou me entregando uma garrafada d'agua. — da uma intercalada aí, quero tu lembrando de tudo mais tarde. — falou disfarçadamente, olhando pra frente, aquela cara de puto... aiai. 

Camila: Você não vale nada! —Neguei com a cabeça e bebi reprimindo um sorrisinho

Felipe: Tu gosta. — falou perto da minha orelha e saiu fora indo pro lado dos meninos, mas olhou pra mim com sorrisinho na cara de lá, antes de voltar a curtir com os meninos.

 Bebi a água ate com mais pressa. Deus é pai. 

La pro lado de uma e meia da manhã o Felipe Amorim subiu no palco e eu ja estava no brilho, tava até dando uma segurada pra não passar do ponto. Gosto de beber, mas odeio ressaca. 

Camila: Perdida no baile, tá pura maldade. Pai dela nem sonha, mãe dela nem sabe que a filha é bandida, que faz sacanagem. Saiu com as amigas, só chega mais taaaaarde. Só chega mais tarde... O QUE QUE ELA QUER? O QUE QUE ELA QUER?  — eu e as meninas cantávamos a plenos pulmões, nos preparando pra mandar a dancinha em seguida

Oh, novinha quer sentar pros cria
Pede putaria, então vou te dar
Uh, uh, balançou
Oh, gostosa, toda delicinha Amanheceu o dia, ela só quer sentar
Se é isso que tu quer, eu vou te dar.
Vai, vai, vai

Senta...
Ela pede pro cria dar tapa raba
Na hora que ela quer sentar
Toma, toma, toma, toma, toma

Nós dançamos o trecho da música tudo sincronizadinho e pensa num show animado... nossa eu tava dançando TODAS, não tinha uma que dava vontade de ficar parada. Quando começou a tocar "fode bem" que era a musica da dança que eu tinha ensinado pro Felp meu olhar logo procurou o dele, que ja me encarava negando com a cabeça e rindo. Ahhh mas vai dançar SIM!

Camila: Vemmm, para de ser chato. —insisti puxando ele pelo braço, que estava relutante 

Felp: Vai me fazer passar vergonha mesmo, cara? —reclamou, mas ja estava vindo pra dançar comigo. — Sabe que eu não sei dançar essas coisas de tiktok. 

Camila: Claro que você sabe, eu te ensinei e você faz direitinho. — disse sorrindo prestando atenção na parte que ja ia tocar. 

Que aqui a botada é bruta
Na socada, igual não tem
Ban-di-do mal
Mas com carinha de neném
Que depois que sentou pro puto
Não quer sentar pra ninguém
Ban-di-do mal
Mas com carinha de neném
Tu fode, fode bem
Fode, fode bem
Ban-di-do mal
Mas com carinha de neném

E ainda tava fazendo graça falando que não sabia dançar, vê se pode! Dançou direitinho comigo, acompanhando os passos certinho enquanto a Flavinha filmava a gente. A gente não era aquele casal que fica se agarrando toda hora no meio do pessoal. Obvio que tinha aqueles momentos de dar uma atenção a mais, um carinho e tal, mas a gente era da farra também, zoava junto com todo mundo, brincava... e isso era gostosinho demais. 

Bateu aquela vontade de ir no banheiro e lá estava eu encarando aquela fila pra conseguir entrar.

— Esse mundo é pequeno demais mesmo! — eu reconheceria aquela voz em qualquer situação e antes mesmo de virar eu já sabia que era o Th. Ele me encarava com um sorriso no rosto, segurando o copo dele. — Ou é isso ou eu tava realmente certo quando disse que o destino ama ver a gente junto.

Olha, tem coisa que só acontece comigo. Não é possível um trem desse não.

















Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora