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FLAVIA DUARTE

Dezesseis dias se passaram desde aquele dia em que encontrei aquelas duas mulheres super empáticas e amigáveis que me disseram coisas maravilhosas no banheiro da Dod's. Dezesseis dias depois de mais uma crise de ansiedade, medo e pânico tinha acontecido. Dezesseis dias depois do dia em que eu duvidei de mim mesma e chorei até não ter mais força pra chorar.

Daquele dia pra cá muita coisa aconteceu, coisas essas que fizeram esses dezesseis dias se passarem numa correria.

Ouvi pra caramba da boca da minha mãe. Como bom sangue nordestino que tem, dona Drica não é de aceitar levar desaforo pra casa, nunca foi. Então quando ela soube do que rolou, ela ficou tão puta, tão nervosa que o rosto dela ficou vermelho igualzinho ao Felp quando fica puto. E aí ja sabe né? Minha mãe desembestou a falar uma sequencia de xingamentos e sermões que eu deveria ter dado praquelas duas. Respostas essas que ofenderia até a sétima geração delas, palavras proibidas em 71 países.

No domingo minha mãe fez questão de fazer o prato preferido do Hugo em forma de agradecimento por ter me defendido e cuidado de mim. Tia Fê também veio almoçar com a gente, e quando juntou ela, minha mãe e uma garrafa de vinho... ja era. Uma simples lasanha virou um evento. E tinha TANTO tempo que não ria como eu ri naquele almoço de domingo que nossa... eu acho que tava com saudade disso sabe?! De rir até o rosto doer, da lagrima brotar nos olhos e chorar de tanto rir.

E basta alguém conhecer a tia Fê pra saber da onde o Hugo puxou tanto alto-astral e leveza. Eu que ja admirava isso nela antes, passei a admirar ainda mais quando —por insistência do Hugo— comecei minha seções de terapia com ela.

Hugo veio com esse papo no dia seguinte dos fatos, queria saber se eu tinha acordado melhor e logo em seguida sugeriu que eu procurasse ajuda profissional pra lidar melhor com tudo que eu estava passando e sentindo. De inicio eu fiquei meio receosa, mas quando ele indicou a mãe dele, uma pessoa que eu ja tenho certa intimidade e confiança eu decidi arriscar e aceitei, marcando a primeira consulta pra semana seguinte.

E te falar? Foi de longe, umas das decisões mais assertivas da minha vida. Tem me ajudado TANTO a guiar meus pensamentos, minhas atitudes... tem me deixado mais leve. E graças a Deus por isso, porque eu provavelmente entraria em colapso mais uma vez essa semana quando recebi uma chamada de vídeo do Lucas pedindo pra eu adiar o chá-revelação do nosso filho pra semana que vem porque, segundo ele, teria ficar mais alguns dias na Espanha.

E tá pra nascer pessoa mais TROUXA e inocente que eu, porque a bobinha aqui já estava entrando em contato com a organização e tentando remarcar tudo, mesmo faltando apenas cinco dias pro chá-revelação, mesmo com todos os convites enviados, mesmo com praticamente tudo resolvido e mesmo com a minha ansiedade em viver esse dia. Afinal ele estava fora do país à trabalho, eu não achava justo que por esse motivo ele perdesse a revelação do próprio filho.

Mas foi ao lembrar disso também que eu vi que tinha algo muito errado nisso tudo. Ele me ligou numa terça-feira, véspera da final do campeonato que ele estava participando em Galícia, e o chã-revelação estava marcado pra sábado. Ou seja, ele teria tempo suficiente pra disputar a final e voltar pro Brasil a tempo de acompanhar tudo aqui. Ganhando ou não.

Decidi investigar melhor antes de tomar a decisão definitiva sobre adiar ou não a festa e foi aí que aconteceu o motivo do meu surto... quando eu descobri o real motivo por trás daquele pedido.

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⏰ Última atualização: Sep 24 ⏰

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