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GABRIELA BERRIEL 

Se eu pensei que ja tinha ficado louca nesse carnaval é porque eu não tinha vivido o bloco de hoje ainda. 

Depois de todo aquele estresse com o babaca do Th eu fiquei de cara tão quente que descontei na bebida pra ver se passava o nervoso que aquele infeliz me fez passar. Que garoto nojento, pelo amor de Deus. 

O ultimo cantor da noite tinha acabado de sair do palco e eu aproveitei pra ir no banheiro.
Quando saí esbarrei com o Hugo beijando horrores uma querida pelo corredor e passei dando aquela zoada básica. O puto só levantou o dedo do meio na minha direção por ter reconhecido minha voz e riu entre o beijo sem se dar o trabalho de pará-lo. 

Errado não ta, né. 

Saí rindo e encostei onde estava o restante do pessoal, ali por perto. Tava enxergando tudo meio embaçado ja, mas percebi a expressão xoxa da Babi encarando o Hugo aos beijos com a morena.

Gabi: Pensei que o lance de vocês era super bem resolvido e sem sentimentos. — ri, prendendo meu cabelo num coque por conta do calor. 

Babi: Era pra ser né — riu fraco desviando o olhar do moreno pra mim — mas quem disse que a gente controla sentimentos?! — deu um gole longo na cerveja 

Gabi: Hm, então tem sentimento? —arqueei a sobrancelha, curiosa. Ela deu de ombros

Babi: Sei lá. —riu, visivelmente altinha de cerveja— As vezes acho que sim, as vezes acho que é pira da minha cabeça. Carência, cachaça, sei la. —riu fraco e encolheu os ombros novamente— Hugo é muito sincero nessas coisas, não posso dizer que ele me ilude nem nada disso, mas é foda. —suspirou— nosso beijo é perfeito, o sexo é surreal e ele me trata super bem independente disso. Mas nessas horas, quando eu vejo ele ficando com várias é que me cai a ficha que ele é do mundo mesmo e que me apaixonar por ele é burrice! 

Gabi: Hugo é muito carinhoso mesmo, com geral. Ficar com ele e não se ligar nisso é pedir pra confundir as coisas. 

Babi: É. — falou pensativa  — talvez seja só a cachaça batendo, misturada com um pouco de expectativa e muito fogo no cu. — bebeu mais um pouco e eu ri alto. 

Gabi: sem bad vibes então, bora curtir e beijar na boca também! —falei na tentativa de animar ela que concordou e me encarou com um olhar diferente, olhar que eu decifrava muito bem a intenção. 

Babi: E se eu começasse por você? —perguntou com um sorrisinho e eu retribuí 

Carnaval né, mores. Cachaça, vontade e um beijinho sem estragar a amizade não dava em nada. 

Quando dei por mim nossas bocas ja estavam envolvidas num beijo muito bom por sinal. Alguns segundos depois escutei uma zoação do Hugo, me fazendo rir e parar o beijo 

Hugo: Caralho, ta concorrendo serinho comigo hein. É Morgana, é Babi... pegando minhas mulheres tudo, porra! — falou rindo 

Gabi: Vai a merda! — ri

Babi: Quando é tu passando a língua em todo mundo não tem "mulher sua" que te segure né —falou rolando os olhos e ele franziu a testa

Hugo: Ih! Qual foi, Babi? —olhou pra ela— é brincadeira, cara. Ta esquentando a cara a toa?

Babi: A toa, Hugo? — pôs a mão na cintura e riu frustrada. — Não fode, porra.  —falou saindo de perto da gente, sumindo pelo camarote a dentro em direção ao corredor dos banheiros. 

Hugo: Ê caralho —estalou a lingua no céu da boca e me olhou. — Que que deu nela, porra?

Dei de ombros. 

Gabi: Sei lá. — óbvio que tinha a ver com o que ela tinha acabado de me falar, mas eu é que não ia bater nada pra ele. Se nem ela fez isso, quem sou eu pra fazer né. To fora!

Hugo: Que onda, rapaz. —riu negando com a cabeça— Vou lá ver que porra foi essa. —falou e saiu fazendo o mesmo caminho que ela. 

Gabi: Me diz pelo amor de Deus que não foi o Lucas que tirou teu batom. —falei com a Flávia, vendo ela se aproximar com a boca um pouquinho manchada de batom que nem tinha na sua boca mais. 

Flavia: Não foi. —fez careta rindo e parou do meu lado. 

Gabi: Amém meu Deus! — gastei ela que riu e me mostrou disfarçadamente o moreno tatuado que ela tinha acabado de ficar. Gato não, além. — Ali tu acertou demais, Flavinha. 

Flavia: Esses mineiros tem a senha, ta?! Meu pai eterno. — suspirou falando até mole, me fazendo rir. 

Curtimos MUITO, aproveitei cada segundo de cada show e cada gota de álcool daquele open bar. No geral, tava todo mundo no último brilho, uns piores e uns melhores.
Eu me incluo na parte dos piores. 

Chegamos em casa quase sete e pouca da manhã.
Tomei um banho sei la como e apaguei assim que bati na cama, com a certeza de que esse tinha sido um dos melhores carnavais da minha vida. 

 

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