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FELIPE DUARTE 

Camila: Núuu, isso aqui ta MUITO bom. — disse depois de provar a caipirinha que eu trouxe pra ela. Tava sentado na borda da piscina com as pernas dentro d'agua, com ela entre as minhas pernas. Sorri satisfeito e ri por causa do sotaque dela, achava mó bonitinho. — arrasou, lindo! — apoiou nos braços na minha perna se esticando pra me dar um selinho. 

Felp: 1001 utilidades, filhona, vai vendo. — umideci os lábios sentindo o gosto da bebida por conta do selinho que ela me deu segundos atras  e vi ela rolar os olhos divertidamente. 

Camila: Não pode nem elogiar que fica se achando.  —eu ri

Gabi: Eu sabia que meus dias de glória iriam chegar, mas não sabia que seria através de tu, Mila. Olha só, sendo servida com bebidinhas na beira da piscina, ai que dedê! —olhou pra mim— Se eu soubesse que eu entraria no combo de regalias ja tinha feito essa ponte a mais tempo Felp.  Adorei, continue assim! 

Felp: Ihhh, só trouxe pra tu porque fiz com os seus morangos, doidona. — ela abriu a boca fingindo estar indignada, e eu ri escutando a gargalhada da Camila também. —Caô, tu sabe que é meu fechamento né Gabizão. 

Gabi: Hm, Falso. — deu lingua, mas sorriu em seguida. 

Felp: Cadê a Flavia? Fiz o dela também pra não ter ciúme e evitar o drama na minha cabeça.

Camila: Ela falou que ia tomar banho e dormir um pouco. 

Felp: Dormir de novo??? Garota acordou agora a pouco, que isso. —elas riram— Encheu a cara ontem né, aposto. —estalei a linguá no céu da boca negando com a cabeça— Não sabe beber e não me escuta, porra , queima minha cara. 

Camila: Eiii, se controla! — interviu quando viu que eu tava ficando puto— Ela ta bem, relaxa. 

Gabi: Até parece que você nunca pesou a mão na bebida, Felp.

Felipe: Mas a Flávia ela— 

Camila: Ela ja é bem grandinha e não fez nada demais. —me cortou— Ela tava com nossos amigos, em quem ela confia e que jamais deixariam alguma coisa de ruim acontecer. —suspirei e fiquei calado, me dando por vencido . — Tu fica lindo com essa carinha de bravo, sabia? — selou nossos lábios uma vez e repetiu mais algumas, me fazendo sorrir a contragosto e ela riu percebendo isso.

Felp: Otária. —murmurei  e ela riu mais ainda, segurou meu queixo e me deu um selinho mais demorado, mordisquei a boca dela ao final desse. 

Gabi: To aqui na dúvida se você adoçou demais essa caipirinha ou se é essa melação de vocês dois que ta dando pico na minha glicose —implicou com a gente, me fazendo dar um tapa na sua cabeça. 

FLÁVIA DUARTE 

Meu coração quase que saiu pala boca quando sai do banho e entrei no quarto vendo o Lucas deitado ali na beliche. Ele levantou assim que eu abri a porta, fazendo barulho

Flavia: Ta fazendo o que aqui? — perguntei empurrando a porta que não se fechou totalmente

Lucas: Não é obvio o que eu vim fazer aqui? —perguntou me olhando

Flavia: Nada do que você faz é obvio pra mim, muito pelo contrário. Você é confuso até demais. —falei tão indiferente quanto eu queria que fosse de verdade e passei direto por ele pra pegar meu desodorante na mochila.

Lucas: Você que me deixa confuso, Flávia. —falou pegando na minha mão, me fazendo parar de mexer na minha bolsa e o encarar nos olhos, sentindo minha respiração vacilar. — Ja te falei isso...

Fechei os olhos e suspirei.

Flavia: Para de jogar isso pra cima de mim, Lucas. —falei me soltando dele— Você é confuso porque você É e ponto! Porque você não sabe o que quer. Você fala uma coisa e faz outra. Quando ta comigo é de um jeito, eu viro as costas e você ja ta agindo de forma completamente diferente!

Lucas: Eu sei que eu vacilo pra caralho, mas eu gosto de você Flávia. —fechei os olhos e neguei com a cabeça, sentindo ele me puxando pro meio das pernas dele. — Só que eu to focado pra caralho no meu trampo, me prender a alguém agora não ta no meus planos. 

Flávia: A gente nunca nem chegou a falar sobre "se prender", Lucas — frisei— até porque respeito e  consideração não tem nada a ver com isso. Te custa entender isso? Te custa ter um pouquinho de noção das coisas? — perguntei irritada

Lucas: Te custa entender que isso é difícil pra mim também? Porra, Flávia... —respondeu num tom irritado também, mas suspirou se acalmando —Eu tive que me controlar pra caralho quando te vi beijando o Hugo, mesmo sabendo que tu fez isso na intenção de me atingir. Tu acha que se eu não gostasse de ti isso ia me incomodar tanto? 

Confesso que ouvir isso fez  eu sentir meu coração acelerar dentro do peito e eu tive que me afastar dele pra conseguir colocar minha razão acima da razão pelo menos uma vez na vida. 

Dei as costas pra ele, dando alguns passos pelo quarto tentando organizar minha cabeça e as palavras que eu diria pra ele.

Flavia: Isso não significa que você gosta de mim, Lucas. Talvez você goste do fato de eu estar sempre disponível pra você, goste do fato de saber que eu gosto de você. Acho que você só ta aqui agora me falando tudo isso porque ta com ego ferido e acabou de confessar isso quando citou o beijo que eu dei no Hugo.

Ele suspirou cansado coçando a nuca como se estivesse incomodado e levantou da cama

Lucas: É nisso que tu acredita? — eu assenti, com meu peito doendo por querer que tudo isso fosse diferente 

Flavia: Não tem como eu acreditar em outra coisa se você ta sempre agindo diferente do que fala, Lucas. — senti meu olho marejar e um nó crescer na garganta

Lucas: Beleza então. Eu não vou insistir! Vamo seguir cada um com a sua vida que é melhor pra nós dois. 

Fechei os olhos deixando a lagrima cair no exato momento em que ele passou por mim saindo do quarto e eu ouvi a porta bater 

Flavia:  Como se você não estivesse fazendo isso. —murmurei pra mim mesma, sentido as lagrimas descerem com mais frequencia. 

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora