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FELIPE

O dia estava bem agradável pra uma sexta-feira a noite. Óbvio que eu tinha a opção de sair para beber em algum bar, mas na verdade eu estava bem cansado e como ja estava tudo combinado de pegar um barzinho amanhã, eu não me importei de passar a sexta-feira mais tranquilo.

Observei o semáforo que tinha acabado de abir o sinal verde e voltei a atenção pro papo que estava trocando com Camila, do meu lado.

Camila: Acho maneira as suas. - falou observando algumas das minhas tatuagens quando paramos na calçada esperando pra atravessar pro prédio. -Ja fez alguma com a Gabi?

Felipe: A maioria eu fiz antes de conhecer ela, mas tem varias aqui que eu fiz la no studio dela. Esses dos traços mais finos fiz todas com ela. - apontei pra algumas. - Gabi é braba demais.

Ela concordou orgulhosa e focou na tatuagem que eu tenho atras da orelha descendo pro pescoço.

Camila: Amei essa. -ela tocou a mão suavemente no local, deslizando o dedo sobre a tatuagem e me fazendo encarar ela nos olhos, que logo tirou a mão do meu pescoço. -To muito afim de tatuar uma frase no meu pescoço também, ja até falei com a Gabi -quebrou o contato visual comigo pra olhar a avenida. - foi tranquilo?

Felipe: Foi pô. Gabi também tem a mão levinha. -observei o sinal fechar e a gente foi atravessando. - Marquei uma sessão com ela semana que vem , se tu quiser te dou um bonde. Gabi sempre vai cedo a beça pra lá, se tu quiser ir depois... -ofereci.

Camila: Brigada, vou ver isso aí. E eu cobro hein, não mandei me oferecer nada -brincou e riu em seguida

Felipe: Tranquilo, pô - concordei rindo também.

Meu sorriso se apagou assim que pisei na calçada do prédio e levantei o olhar dando de cara com a Jade encostada ali na portaria. Respirei fundo pra não ser escroto quando vi ela se aproximar de mim.

Felipe: Ta fazendo o que aqui, Jade? - perguntei parando na frente dela e vi de soslaio a Camila abertar o botão pro porteiro destravar a porta principal do prédio.

Ouvi o portão destravar, chamando minha atenção.

Felipe: Camila! -chamei e ela me olhou - deixa encostado por favor, ja vou subir. -ela assentiu.

Camila: Ta bom, Boa noite pra vocês. -eu respondi, a Jade se fez de muda e olhou pro outro lado rolando os olhos

Jade: Quem é essa? -apontou com a cabeça assim que a Camila saiu dali e arqueou a sobrancelha, me fazendo controlar ainda mais a minha paciência. Ou a falta dela.

Felipe: Não é essa a pergunta. Ta fazendo o que aqui, Jade? - reforcei.

Jade: Eu tava te esperando- ela respondeu- você não me atendeu nem me respondeu ontem.

Soltei um riso irônico cruzando os braços.

Felipe: Achei que tivesse entendido o recado. -respondi- Não foi isso que tu me disse na agencia? Que ia entender se eu não fosse? Veio aqui pra que, porra?! -Perguntei, esquecendo do meu lado educado e paciente.

Ela me olhou com certa raiva e travou o maxilar, vi que ela estava segurando o choro quando seus olhos começaram a brilhar. Suspirei irritado e desviei meu olhar dos olhos dela.

Jade: Grosso! -falou com raiva, num tom de voz mais alto. - Da pra você me tratar direito ao invés de ficar agindo igual um escroto comigo?

Cocei minha nuca e respirei fundo, me encostando na lataria de um carro que estava estacionado perto na calçada.

Odiava ser grosso com as pessoas assim como odiava grosseria comigo também, então eu entendia a raiva dela, mas antes de tudo eu entendia o meu lado.

Felipe: Fala. -cruzei os braços novamente e observei ela se aproximar até parar na minha frente.

Jade: Se for pra você ficar assim eu vou embora. -ameaçou me encarando. Dei uma risada bem irônica e descruzei os braços

Felipe: Jaé então. Boa noite pra você aí. - desencostei do carro pronto pra ir embora.

Ela segurou meu braço assim que eu passei do lado dela pra ir pro prédio e eu respirei fundo, a encarando.

Jade: Quando que você ficou tão infantil assim? -me soltou e pôs a mão na cintura.

Felipe: Quando que você ficou tão insistente assim? -devolvi com outra pergunta e ela bufou- Nem quando a gente namorava tu fazia tanta questão de me procurar assim, Jade, qual foi.

Jade: Vai começar com isso de novo?

Felipe: Não, vou terminar com isso -apontei pra nós dois- de novo. E dessa vez, eu te peço de coração pra tu entender e me deixar viver em paz.

Jade: Tem certeza que é isso que você quer, Felipe? -perguntou me olhando nos olhos. Eu engoli seco mas ignorei qualquer resto de sentimento e concordei.

Felipe: Eu quero ficar tranquilo, Jade. Longe dessa maluquice toda que é ficar contigo e me meter de novo nessa situação que ja saí fodido uma vez. -o olho dela começou encher d'agua e ela negou

Jade: Você quer o que?! Pisar em mim? sentir o gostinho de fazer eu insistir na gente como você insistiu quando eu terminei? Gritar na minha cara que não me quer só pra me ver mal e ver que eu errei em terminar contigo??? -disse estressada, deixando algumas lagrimas caírem.

um riso nervoso me escapou e eu neguei com a cabeça ouvindo aqueles absurdos

Jade: Porque se é isso que você quer: pronto, ta aí. Eu errei contigo, errei com a gente, mas eu to aqui caramba. Tô aqui por você!!! É isso que tu quer ouvir?

Felipe: Olha as merdas que tu ta me falando, Jade.- neguei - Eu insisti em você e no nosso namoro porque eu te amava, caralho!!! -falei puto e ela engoliu o choro desviando o olhar do meu.

Jade: Amava? -murmurou baixo e me olhou nos olhos novamente- Não ama mais?

Engoli seco

Felipe: Não. - respondi firme, mas sem saber definir o que de fato eu sentia por ela.

ela suspirou voltando a encher os olhos de lagrimas.

Jade: Eu ainda te amo.

Felipe: Para. - pedi e travei o maxilar ao sentir ela vindo me abraçar.

Jade: Eu te amo, Felipe, acredita em mim -fiquei me desvincilhando das tentativas dela de segurar meu rosto.

Felipe: Para, Jade, para!!! - me afastei saindo fora dela. - Tu nem sabe o que ta dizendo, caralho. Ta aqui cheia de assunto e o teu noivo?? Por acaso tu esqueceu que tu tem um noivo?! -peguei na mão dela mostrando a aliança e ela se soltou de mim num solavanco

Jade: Deixa o Renan fora disso. -eu ri de nervoso

Felipe: Deixa ele fora disso o caralho, Jade, o caralho!!! -falei puto - Namoral tu é maluca cara! -neguei. Ela gostava de zonear minha cabeça, não tem outra explicação.

Jade: Se eu pudesse voltar no tempo, eu juro que -interrompi sabendo o que ela iria falar.

Felipe: Mas não pode!-cortei- Não pode e eu ja to de saco cheio disso tudo, namoral mesmo. Vai viver sua vida e me deixa em paz, por favor. Tu não tem o direito de ferrar com a minha cabeça de novo.

Sem esperar que ela dissesse mais alguma coisa, passei por ela e fui em direção a portaria, entrando prédio em seguida sem me dar ao trabalho de olhar pra trás.

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