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HUGO

Mandei mensagem pra Flávia. Mais uma que ela só visualizou e não respondeu.

Te falar? Tô entendendo mais nada, mermão.

Desde o final de semana que ela tá nessa. Mandei mensagem no domingo todo preocupado, querendo saber se ela tava melhor, de já tinha saído o resultado do toxicológico e ela só foi me responder a noite, direta e reta: " resultado negativo, tá tudo bem. Obrigada! "

Nem insisti em querer passar lá pra ver ela porque pelo jeito que me respondeu eu percebi que ela não tava afim.

Pensei que a ressaca moral tinha atacado e talvez ela não quisesse me ver aquele dia depois do que rolou na Dark. Até entendo pô, foi uma situação que a gente não planejou... Só aconteceu.

Mas me dar esse gelo do caralho a semana toda por causa disso? Sem necessidade.

Ta errado, po.

Não sou um cara pilhado, sou tranquilo até demais. Mas quando uma situação tá me incomodando eu não sossego até ir lá resolver e é exatamente isso que estou indo fazer agora.

Saí do escritório, passei em casa só pra tomar um banho e trocar essa roupa engomadinha de advogado e peguei o carro de novo, indo até o prédio dela.

Toquei a campainha do apê dela três vezes até que ela abrisse a porta.

Flávia: Hugo? Oi. — analisei seu rosto rapidamente e posso jurar que ela chorou. Os olhos estão pequenos e a área dos olhos está levemente inchada. O rosto e o pescoço avermelhados. — Ta fazendo o que aqui?

Hugo: Oi pra você também — ri fraco. Ela ainda parada na porta, segurando a maçaneta. — Não vai me convidar pra entrar? Tu ja foi melhor hein.

Sorri ao ver ela rolar os olhos do mesmo jeitinho impaciente de sempre, me dando espaço pra entrar.

Flavia: O que que aconteceu? — perguntou depois que eu entrei e fechou a porta.

Ela caminhou pelo pequeno corredor até o quarto dela e eu fiquei na duvida se ia atras ou se esperava ela voltar pra sala, mas eu ja cansei de entrar aqui e ela nunca viu problema nisso então eu a acompanhei.

Vi ela pausar um filme na tv e me olhar enquanto sentava na beira da cama dela, esperando que eu falasse algo.

Olhei pro puff gigante do lado da cama onde eu ja havia sentado outras vezes que entrava aqui pra conversar com essa pentelha e me joguei nele, como de costume.

Hugo: Vim saber o que que ta rolando. —ela franziu a testa

Flavia: Não to te entendendo.

Hugo: Ta sim! Fiquei preocupadão contigo e tive que mandar mensagem pro teu amigo pra saber de ti, porque tu ignorou todas as mensagens que eu te mandei no domingo pra saber se tu tava bem. Pra que isso, mano?

Flavia: eu te respondi — se defendeu.

Hugo: Depois que o Ruhan falou contigo né. —ri frustrado e ela suspirou, desviando o olhar. —Não tem porque a gente ficar nesse clima, Flavia. A gente não planejou o que aconteceu la na Dark e —

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora