Segunda Chance

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FELIPE

Felipe: Eu não sou de me entregar, mas quem mandou me olhar assim... o que que eu faço agora? o que vai ser de mim? – Cantei acompanhando o som que rolava na area de churrasco, enquanto esperava minha vez na sinuca. 

Felipe: Porra, aí sim hein.  –falei com o Hugo que tinha mudado uma musica chata de tiktok pro pagodinho que a gente gosta

Tinhamos chegado de Saquerema umas 16h00 e estavamos na casa do Lucas, em Joatinga, bebendo, queimando uma carne e comemorando o título do homem. 

As meninas não quiseram vir por causa do cansaço e porque amanhã também começaria rotina de faculdade e trabalho. Deixei a Flávia em casa e viemos eu e Hugo de uber mesmo. 

Hugo: Tão ligado no evento de pagode final do mês agora né?! Thiaguinho, Ferrugem, Dilsinho e Menos é Mais. Tudo propício pra fazer filho da puta chorar e se acabar de beber. 

Giovanna: Vai ser O evento! –frizou– Meu ultimo rolê antes do carnaval, eu quero dar a vida nesse show! – A prima do Lucas falou. –Você vai, Felp? – falou em tom sugestivo enquanto me encarava, saquei qual era a dela, mas deixei baixo.

Ja conhecia a Gio de outros carnavais. A gente ficava casualmente, quando saímos no mesmo bonde e batia a vontade. Nos afastamos quando ela foi fazer faculdade em São Paulo, mas agora nas férias ela estava de volta como de costume. E acima de tudo, a gente era bem amigo.

Felipe: To muito afim não, sei la. –Falei realmente não dando muito ideia praquilo de inicio. Sabia que seria um evento foda, mas inicio de ano eu tinha uma porrada de coisa pra resolver profissionalmente, e que demandam muito tempo e dedicação da minha parte.  Queria adiantar tudo pra ficar bem suave no carnaval. 

Giovanna: E vai ficar fazendo o que em casa? – ela que até então estava assistindo a gente jogar, se  levantou da cadeira, caminhou pra mais perto de mim e apoiou os braços na mesa de sinuca. 

Giovanna: Te garanto que você vai se divertir muito mais se for. –falou na altura pra que só eu escutasse, mas como o Hugo não é tonto, sacou na hora também.

Encarei ela por alguns segundos e sorri de canto, mas não a respondi de imediato. Abaixei meu tronco na mesa e fiz a jogada, matando o jogo. 

Felipe: Tu é MUITO pato, Hugo. Esquece, moleque! Me vence nunca!!!. –gastei ele que riu e me mostrou o dedo do meio. 

Hugo: Me ganha no totó então filho da puta! – deixou o taco dele na mesa. –Coé, vou ali no banheiro rapidão. 

E antes de sair óbvio que ele fez um gesto pra mim  deixando bem claro que estava saindo propositalmente pra me dar sozinho com a Giovanna. Nem vim nessa intenção, ta maluco. 

Giovanna: E aí, não vai me responder? – insistiu, me olhando nos olhos.  – Prometo que tu não vai se arrepender, bebê. –falou com certa manha, daquele jeitinho de quem tava afim pra caralho de um remember. 

Eu ri umidecendo o lábio e desviei o olhar dela pra observar a movimentação em volta rapidamente.

Felipe: Faz isso comigo não, gata. – neguei com a cabeça e ela riu. – Eu não sei mesmo se vai dar pra eu ir. 

Giovanna: Ok, vamos fazer o seguinte... –começou e eu sabia que ela daria um jeito de me fazer ir com ela. Como disse, conheço ela a anos e ela é bem daquela vibe que ou é do jeito dela, ou  não é de jeito nenhum.  "Gênio forte"  nas palavras dela. 

Ela pegou uma bola da sinuca e jogou de qualquer jeito pela mesa, esperando até que ela parasse sozinha. 

Giovanna: Se eu encaçapar essa bola, você vai comigo no show. Fechado? –me olhou com ar de desafio. Eu analisei a bola e ela estava em uma posição muito difícil de acertar.

Felipe: Tem que ser na primeira tacada. –ela entendeu como aceito e pegou o taco da minha mão, se posicionando na mesa. Respirou, mirou e acertou de primeira me deixando realmente surpreso, porque não estava nada fácil. 

Ela sorriu, deixou o taco sobre a mesa  e se virou pra mim cruzando os braços no meu pescoço.

Giovanna: Você ainda não aprendeu que eu consigo tudo que eu quero não? —murmurou sorrindo antes de me beijar.

Beijo gostoso, aquelas coisas mais pra frente. Realmente não tinha vindo na intenção, mas ela maior gata, pô. Não ia deixar passar também não que eu não tô morto nem casado. E como diz o Hugo:  só se vive uma vez!