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FLAVIA DUARTE 

Estar na praia sempre foi sinônimo de paz e tranquilidade pra mim. A maresia, o vento, as ondas... sempre me deram uma sensação muito gostosa, mas agora, nesse momento eu to passo de ter uma crise de ansiedade mesmo estando aqui sentada na areia de frente pro mar.

Sinto meu corpo tremer internamente, um frio na barriga que não passa, um nervoso tão grande que da vontade de chorar, e olha que chorar é o que eu mais tenho feito. 

E toda essa sensação só aumenta ao ver o Lucas saindo do mar e caminhando na minha direção. 

Me xinguei mentalmente uma infinidade de vezes enquanto via ele chegando mais perto, repensando se eu tinha mesmo feito a escolha certa em vir ate aqui, acho que eu ficaria mais a vontade se conversasse com ele la em casa, mas quando ele me disse que estaria treinando aqui na Prainha eu pensei que seria o cenário ideal, que eu ficaria mais tranquila pra falar o que eu tenho que dizer... mas pelo visto, não ajudou em nada

Lucas: Oi — ele sorriu e enterrou a prancha dele na areia — fiquei surpreso quando vi sua mensagem, não tava esperando.  — ele disse abaixando aquele macacão de surf que estava usando até a altura da cintura, deixando o abdome a mostra. 

Flavia: Eu realmente não teria te mandando mensagem se eu não precisasse mesmo falar com você. — juro que não falei com grosseria, mas devo ter soado um tanto seca pela cara que ele fez. — Ta com tempo?

Lucas: Ja acabei o treino por hoje e o que tenho pra fazer agora pode esperar. — ele sentou do meu lado na areia. — fala aí. 

Fechei os olhos e enchi meu peito de ar, tentando criar coragem praquela merda toda. 

Flavia: Eu, sinceramente nem sei como te falar isso Lucas. —comecei a estalar meus dedos de tanto nervoso e desembestei a falar sem parar — Não sei o que você vai pensar disso tudo, não sei como você vai reagir com o que eu tenho pra te dizer, mas eu não posso ficar adiando porque mais cedo ou mais tarde você vai saber de qualquer jeito e...

Lucas: Respira, Flavia. — ele me interrompeu, me fazendo respirar fundo e  desacelerar. —Não to entendendo onde tu quer chegar com isso, cê ta nervosa pra caralho. O que aconteceu? É alguma coisa com o Felp? —perguntou ficando aflito e eu rapidamente neguei, vendo alívio nele.

Flavia: Não aconteceu nada com o meu irmão, é sobre mim. 

Lucas: Ta, então me fala. O que aconteceu? — respirei fundo mais uma vez — Fala, Flavia!!! — me apressou

Flavia: Eu to grávida, Lucas! — falei de uma vez, de pressa. — To grávida de um filho teu. 

Ele não teve reação. Ficou olhando pro nada em completo estado de choque, e dava pra ver que a mente dele tava em outro planeta naquele momento. Os olhos parados encarando um ponto fixo e a angustia crescendo no meu peito. 

Flavia: Fala alguma coisa, Lucas. — minha voz saiu um pouco embargada e  fez ele sair daquele pequeno transe 

Lucas: Eu não sei, Flavia — ele negou com a cabeça alguma vezes e passou a mão no cabelo curto. — Eu não sei o que te falar. — engoliu seco e me encarou. — De todos os cenários possíveis pra essa conversa que tu queria ter comigo, gravidez nem se quer passou pela minha cabeça. Tu ta gravida, cara... que isso

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