Segunda Chance

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C A M I L A   B E R R I E L - 2/2

Camila: Felipe, você ta indo pro lado errado. —falei olhando a direção indicada no GPS do carro dele. 

A gente tinha acabado de sair da clinica veterinária com o cachorrinho, ele tinha ficado dois dias la por observação.  Tinha tomado as primeiras vacinas, alguns suplementos de peso e feito alguns exames também. 

Felipe me pegou la na faculdade fomos direto pra clínica. Saímos com ele de lá no iniciozinho da tarde, assim que ele teve alta e estava bem o suficiente pra ir pra um abrigo onde a própria veterinária nos indicou. 

Dava até uma dorzinha no coração de deixar ele, me apeguei demais no bichin. Mas lá no prédio era zero chances dele ficar, então o melhor a se fazer era realmente deixar ele no abrigo onde ele seria cuidado até achar alguém que pudesse adotá-lo. 

Camila: O abrigo é pro outro lado. — reforcei,  ainda olhando a tela do gps e fazendo carinho no cachorro deitado no meu colo. 

Felipe: É, eu sei... —suspirou e eu o olhei sem entender. Ele desviou a atenção da avenida por um instante pra me olhar. — Confia, ta?! —voltou a olhar pra pista e mesmo sem entender eu fiquei na minha, talvez ele fosse passar em algum outro lugar antes

Rodamos a beça naquela cidade e eu comecei a estranhar quando me vi atravessando a ponte Rio-Niteroi. Nunca tinha ido praquele lado, mas obviamente eu conhecia aquela ponte. 

Camila: Felipe, pra onde a gente ta indo hein? —minha curiosidade tava GRITANDO. 

Felipe: Relaxa, po. —falou sem desviar a atenção. —Quando chegar eu te falo. 

Suspirei frustrada engolindo minha curiosidade, e o olhei de canto que dirigia sério, com a postura reta no banco e prestando atenção no transito. 

Encostei a cabeça na janela e acabei cochilando, ainda estava me acostumando com a rotina de acordar cedo pra estudar e trabalhar no studio da Gabi a tarde. Ficar o dia inteiro fora de casa ainda era cansativo, mas nada que eu não me acostumasse com o tempo. 

Acordei com o Felipe me chamando, a gente tava parado no que eu acreditava ser um condomínio. Muito bonito por sinal. 

Felipe: Se liga —falou soltando o cinto e se ajeitou no banco, ficando meio que de frente pra mim— Não surta, jaé?! —disse me encarando e eu olhei desconfiada. — Aqui é casa da minha mãe. 

Ele apontou com a cabeça pra tras de mim e eu virei o rosto, observando a fachada da casa. 

Camila: Ta, mas por que a gente ta aqui Felp? —perguntei calma quando voltei a olhar pra ele.

Felipe: Eu não vou deixar ele no abrigo não, Mila. —apontou pro cachorro no meu colo e ele ja tava abanando o rabinho, todo esperto, parecia ate que tinha entendido. 

Felipe: Vou deixar ele aqui na minha mãe até a parada da minha mudança rolar, depois eu levo ele comigo. 

Eu sorri toda felizinha 

Camila: Não acredito que cê vai ficar com ele! — falei empolgada ainda sorrindo

Felipe: Te falar, nem eu! —riu meio desacreditado 

Camila: E sua mãe ta sabendo disso? — perguntei desconfiada apontando pro doguinho, tinha nem nome ainda o coitado 

Felipe: Vai ficar sabendo agora. — neguei com a cabeça e ri, garoto maluco. —Bora, lá. Flavia ta aí também. —falou abrindo a porta pra sair do carro. 

Automaticamente eu me senti muito aliviada sabendo que a Flavia também estava lá, não iria ficar tão sem jeito. 

F E L I P E   D U A R T E