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C AM I L A B E R R I E L

Dei duas batidinhas na porta do quarto onde a gente estava dormindo por imaginar que a Flavia estaria ali e abri a porta devagar encontrando a Flavia deitada de bruços na cama, abraçada no travesseiro. Mesmo de com ela de costas pra mim deu pra perceber que ela limpou as lagrimas assim que a porta se abriu, antes de ver que era eu.

Eu entrei, tranquei a porta e caminhei ate a cama, onde sentei perto dela. Ela realmente estava bem tristinha, uma cara de choro que fez meu coração apertar no peito.

Camila: Não gosto de te ver assim... —alisei o cabelo dela pra tras com as mãos

Flavia: Eu odeio ficar assim —frisou, ficando com a voz embargada— Ai, eu sou tão burra Mila! Só faço merda! —falou voltando a chorar tudo de novo

Camila: Não fala isso, Flavinha... você não é burra por gostar do Lucas, infelizmente a gente não tem controle sobre isso. Não existe um botão de liga-desliga pra essas coisas...

Flavia: Mas eu tenho controle sobre mim, sobre as minhas escolhas, e o que eu escolhi? Fazer merda!!!

Camila: Do que você ta falando, Flávia?

Flavia: Eu transei com ele ontem, Camila! — Arregalei os olhos com a informação

Camila: Meu Deus! —saiu quase que automaticamente da minha boca.

Flavia: É... pois é! Tem noção do tamanho da merda? —me olhou— eu quis transar com ele, eu gosto tanto dele que eu quis que a minha primeira vez fosse com ele de qualquer jeito, sem me importar com as consequências disso sabe?! Sem me importar em quão filho da puta eu ja vi ele sendo com outas meninas, sem me importar com esse jeito putão dele de não levar ninguém a sério porque a burra aqui achou que comigo seria diferente!

Eu tentei falar, mas ela acabou me cortando

Flavia: Sabe o que é pior? — ela continuou— é que ele foi incrível comigo ontem, sabe? —enxugou as lágrimas insistentes que desciam pelo rosto dela— Foi super cuidadoso, falou várias coisas que fez eu me sentir especial, a vontade... até beijinho de despedida aquele idiota me deu e eu achando incrível pra chegar hoje e eu tomar esse tapão na cara. —ela riu sem humor, de forma indignada negando com a cabeça. — E tipo, eu sei que a gente não tem nada, que ele não me deve nada, mas caralho?! É muita falta de consideração, sabe? Sabendo que eu iria ver, depois de tudo que rolou... —ela negou— e agora eu to com aquela sensação horrível de "eu fui só mais uma" e que ele só queria isso, sabe? To me sentindo uma completa idiota, burra.

Camila: Você não tem que se sentir assim, Flavia! Eu sei que doi porque você gosta dele, mas não puxa esse peso pra você não. Todo mundo toma decisões erradas nessa vida e acredita em mim, essa não vai ser a ultima vez. Você ainda é nova, ainda vai quebrar a cara e se decepcionar com muitas pessoas e escolhas daqui pra frente, mas é isso também que vai te dar maturidade pra vida, Flá. Foi ele que não teve consideração por ti, você não fez nada de errado ou que mereça tanto julgamento próprio!

Flavia: Eu sei... mas é difícil não me culpar, sabe? Ainda mais por ainda assim continuar gostando dele, mesmo que eu esteja com muita raiva agora.

Camila: É, eu sei. Mas tenta ser um pouquinho mais egoísta, pensa mais em você e no seu bem estar em primeiro lugar, ta bom?! e ao invés de ficar se culpando, bota a culpa nele. —ri— azar o dele de ter dado um mole desses, você é incrível demais, quem perde nunca é você! —pisquei e ela riu fraquinho.

Flavia: Brigada, Mila! Você é maravilhosa, amo você! — me abraçou, eu sorri no abraço apertando ela um pouquinho.

Camila: Te amo muito. — ela sorriu e nos soltamos. — Bora na cachoeira? Tirar uma fotos bem gostosa e mudar essa energia baixa antes de almoçar.

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora